A negociação para trazer Antônio Fagundes de volta às novelas da Globo ultrapassou os corredores da dramaturgia e chegou à alta cúpula da emissora. Conforme apurou a colunista Carla Bittencourt, o acordo só avançou depois da intervenção de Amauri Soares, diretor-geral da TV Globo.
Em suma, a participação de Amauri foi determinante para que o canal abrisse uma exceção às próprias normas e assegurasse o retorno de um dos nomes mais emblemáticos de sua história. Dessa forma, Fagundes deve integrar o elenco de “Quem Ama Cuida”, novela de Walcyr Carrasco e Claudia Souto. A trama ocupará o horário das 21h, substituindo “Três Graças”, a partir de maio de 2026.
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Falta de espaço na agenda adiou volta de Antônio Fagundes à TV
O ator encerrou seu vínculo com a Globo em 2020, após mais de quarenta anos de carreira na Casa. Desde então, seu nome figurou em diversas listas de projetos desejados pela emissora. Convites não faltaram. O entrave sempre foi a disponibilidade do veterano.
Acontece que há anos, Fagundes mantém uma exigência clara: gravar apenas nas segundas, terças e quartas-feiras. O restante da semana ele reserva ao teatro, prioridade que molda sua agenda. Esse modelo, contudo, começou a encontrar mais resistência dentro da Globo nos últimos tempos.
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Com regras internas mais rígidas e menor abertura para flexibilidade de horários, o retorno do ator parecia distante. Porém, a situação mudou quando Walcyr Carrasco insistiu veementemente em sua participação, deixando claro desde as primeiras conversas que não abriria mão do ator para a trama.
A diretora artística, Amora Mautner, também comprou a briga. Desse modo, ela argumentou que a presença de Fagundes seria estratégica e simbólica, além de reforçar o apelo da novela das nove, junto a um público que sente falta de grandes nomes em cena.
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Falta de “nomes de peso” nas novelas pesou no acordo
A disputa interna escalou até a alta cúpula da emissora, onde Amauri Soares assumiu papel decisivo. Reconhecido por decisões polêmicas e postura conservadora em projetos recentes, o profissional surpreendeu ao enxergar o retorno de Fagundes como gesto editorial e estratégico, e não apenas uma concessão pessoal.
A Globo tem visto a saída de diversos atores veteranos e sente a pressão do público por nomes que carreguem experiência, autoridade cênica e identificação imediata. Para Amauri, abrir espaço para Fagundes significava atender a uma demanda de conteúdo e mercado.
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Com isso, a emissora concordou em organizar as gravações do ator em três dias por semana, ajustando a produção ao seu ritmo. Um movimento incomum nos padrões atuais da Globo, viabilizado apenas com a aprovação direta da direção-geral.
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