A música italiana perdeu uma de suas maiores referências nesta sexta-feira (21). Ornella Vanoni, considerada um dos nomes mais influentes de sua geração, morreu aos 91 anos em Milão. Segundo o jornal italiano que divulgou a notícia, a artista sofreu um mal-estar em casa pouco antes das 23h (horário local). Embora socorristas tenham sido acionados rapidamente, ela não resistiu.

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A cantora, que completou 91 anos em 22 de setembro, mantinha o status de mito artístico há décadas. Inclusive, seu reconhecimento foi renovado recentemente pela participação fixa aos domingos no programa “Che tempo che fa”, onde mostrava toda sua inteligência, seu humor afiado e a personalidade livre que sempre a acompanharam ao longo de quase 70 anos de carreira.

Uma carreira ousada e marcada por evolução constante

Vanoni nunca se acomodou artisticamente. Mesmo aos 90 anos, decidiu comemorar com novos projetos, como “Ti voglio”, gravado com Elodie e Ditonellapiaga, além de “Diverse”, lançado pela BMG. Em seguida, ainda trouxe ao público o livro “Vincente o perdente”, desenvolvido ao lado de Pacifico, um registro íntimo de sua trajetória pessoal e profissional.

Sua história começou de forma incomum. Filha da elite milanesa, aos 20 anos entrou para o Piccolo Teatro, onde ganhou o apelido que marcaria sua primeira fase artística. O choque para a sociedade conservadora da época foi imediato, principalmente após se tornar companheira de Giorgio Strehler e estrelar repertórios que se tornaram históricos, incluindo “Le canzoni della Mala”.

Influência que atravessou gerações

Ao longo da carreira, Ornella transitou por diferentes estilos, gravou repertórios variados e colaborou com grandes nomes, como Vinicius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim, Chico Buarque, Fabrizio De André e Lucio Dalla. Sua capacidade de se reinventar e manter relevância mesmo diante das mudanças culturais garantiu lugar definitivo na história musical da Itália e do mundo.

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