O aniversário de 50 anos do diretor Mauro Mendonça Filho, no dia 8 de agosto, era para ser um dia especial. E foi. Segundo Rosamaria Murtinho, mãe de Maurinho, foi o renascimento da família. De acordo com a coluna de Leo Dias, um grave acidente no iate Phantom quase terminou em tragédia. Maurinho resolveu comemorar seu aniversário em Angra dos Reis ao lado da namorada e de seus familiares. Acompanhado da mãe, do pai, Mauro Mendonça, do irmão Rodrigo, das filhas, Sophia e Januária, da enteada e da babá das crianças, Maurinho resolveu sair com o iate Phantom para comer no restaurante Recanto das Sereias. Mas o que ninguém esperava era que uma pane na parte elétrica causasse um grande incêndio na embarcação. Como o extintor não funcionou, todos que estavam no barco pularam no mar. Eles foram resgatados por Luciano Huck. Joaquim, o primogênito da família, pescava na proa do iate do pai quando escutou os gritos de socorro que vinham do mar. Foi Luciano quem resgatou a família. Agradecida com o gesto, Rosamaria aceitou conversar com a coluna. Confira a entrevista a seguir:
Quando vocês viram que o iate em que estavam começou a pegar fogo?
A babá da minha neta Januária foi quem sentiu o cheiro de queimado na parte de baixo do barco, onde ficam o quarto e o banheiro. Quando meus filhos Rodrigo e Maurinho foram verificar, perceberam o início do incêndio. Eles pegaram o extintor de incêndio para tentar conter as chamas, mas ele falhou, apesar de estar na data de validade.
E como foi a decisão de se jogar no mar? Vocês estavam de colete?
Tinha colete no barco, mas a gente não pegou. Quando vimos o fogo se alastrando, pulamos no mar e ficamos flutuando com a ajuda daquele macarrão, sabe? O último que deixou o barco foi meu filho Rodrigo, que é arrais (é como se denomina o desportista náutico habilitado a conduzir embarcações de recreio nos limites da navegação interior). Lembro que o Mauro ainda queria tirar o casaco antes de pular na água, mas Rodrigo disse que não ia dar tempo.
Como o Luciano Huck chegou até vocês?
Já estava anoitecendo e começamos a gritar, pedindo ajuda. O Joaquim estava na proa do iate da família dele pescando com um segurança e escutou os nossos gritos. Ele disse para o Luciano: “Papai, tem um pessoal pedindo socorro. Eu acho que é sério”. A embarcação então piscou o farol três vezes, indicando que havia nos visto. Luciano veio de bote e, quando chegou perto, meu filho gritou: “Luciano, sou eu, Mauro!” Ele pulou na água na hora e veio nos salvar. A gente encontrou o São Luciano Huck.
Quem foi resgatado primeiro?
A preocupação era salvar as crianças e a babá, que não sabe nadar. Falei para deixar Mauro e eu por último. Mauro foi nadador, e eu aprendi a nadar no mar porque morava na Avenida Atlântica e estava sempre na praia. Falei: “Deixem os velhos pro final porque a gente sabe se virar.”
Você acha que teve sorte nesse acidente?
Foi uma coisa de Deus porque o Rodrigo resolveu passar pela costa e não pelo meio da Baía. Se ele tivesse ido pelo meio da Baía, não encontraríamos o Luciano ancorado ali. Se Joaquim também tivesse pescando em outra parte do barco que não a proa, ele também não teria nos ouvido.
Você se desesperou em algum momento?
Eu estava calma. A ficha só caiu no dia seguinte, quando já estava em casa. Aí, eu fiquei nervosa e comecei a tremer.
Para onde vocês foram depois que todos estavam sãos e salvos?
Fomos para casa. Estávamos perto de casa quando o fogo começou.
Que lição você tira desse episódio?
A gente brinca que o Maurinho nasceu de novo no seu aniversário.
