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Saiba mais sobre ‘Fina Estampa’, a nova trama da Globo

Saiba mais sobre ‘Fina Estampa’, a nova trama da Globo. Bom dia, sou Griselda da Silva Pereira. Meu nome é […]

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Wandreza Fernandes
Wandreza Fernandes
Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.
foto: TV Globo/João Miguel Júnior

Saiba mais sobre ‘Fina Estampa’, a nova trama da Globo.

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Bom dia, sou Griselda da Silva Pereira.

Meu nome é Griselda da Silva Pereira (Lília Cabral), mas aqui no Quebra-Mar, no Jardim Oceânico, onde moro, todo mundo me conhece como “Marido de Aluguel”. Bom, não só aqui, mas em boa parte da Barra da Tijuca e do Itanhangá. É que depois que meu marido morreu, eu precisei me virar pra manter a casa e a família e acabei virando especialista em pequenos consertos: troco torneira, conserto telhado, mudo interruptor de luz, faço de tudo. Qualquer coisa que precisar, é só chamar! Coloco meu macacão, pego minha caixa de ferramentas e rapidinho chego aí de bicicleta. Modéstia à parte, sou boa no que faço e quebro o galho de mulheres que não têm os maridos sempre em casa. Há quase 20 anos, repito o mesmo todos os dias: após deixar o café prontinho para os meus filhos, vou à luta bem cedo, pois já tenho clientela fixa e meu dia é cheio! Por causa desse meu jeitão assim mais prático, ganhei apelidos na vizinhança e ouço piadinhas todos os dias. Sei que as minhas clientes admiram minha força e coragem, mas os homens aqui da região têm inveja de mim. Me chamam de “mulher macho” e Pereirão, mas eu não ligo. Tenho mais o que fazer e já estou acostumada com a vida dura. Vim de Portugal aos cinco anos com meus pais. Aos 15, já estava casada, grávida e tive que assumir muitas responsabilidades ainda menina. Casei com um filho de portugueses, o José Pereira (José Mayer). Pereirinha, como o chamavam, era pescador e chegado à bebida. Acho até que foi ele quem deu um empurrãozinho para o meu trabalho por que nunca estava em casa quando eu precisava que consertasse alguma coisa. Até que um dia desapareceu no mar e nunca encontraram seu corpo. Meus filhos que me perdoem, mas foi até um alívio me livrar daquele encosto. Nunca me casei de novo. Tem até um português, o Guaracy (Paulo Rocha), dono do bar “Tupinambar”, que não desiste de mim. Vive tentando me agradar. Mas eu não quero nada com homem, não. Estou muito bem assim e não tenho tempo pra perder. Eles dão muito trabalho. Olha só a coitada da minha amiga Celeste (Dira Paes)! Ela vive sofrendo nas mãos do Baltazar (Alexandre Nero) e não faz nada. Quem faz sou eu que, vira e mexe, tenho que lembrá-lo que não se maltrata mulher. Do falecido, só ficaram dívidas e meus três queridos filhos: Joaquim José (Malvino Salvador), José Antenor (Caio Castro) e Maria Amália (Sophie Charlotte). A casa onde moramos é pequena, mas com jeitinho cabemos todos, inclusive, meu neto Quinzinho (Gabriel Pelícia). Vivemos aqui há muito tempo, mas a casa não é nossa. É de um empresário chinês rico e muito misterioso, com quem Pereirinha andava metido antes de sumir. O curioso é que ele nunca nos cobrou aluguel. Emprestou a casa e só pediu que a mantivéssemos como está, sem reformar nada. Só faço mesmo obras de manutenção. Morro de medo de que ele reapareça, em algum momento, e venha pedir a casa de volta. Se Nossa Senhora de Fátima permitir, um dia eu ganho na loteria, compro uma pra gente e me livro dessa preocupação. Jogo toda semana há anos.

A ovelha negra veste branco

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Eu sou assim mesmo, vivo para a minha família. Meu filho mais velho, Quinzé (Malvino Salvador), voltou a morar comigo depois que a esposa dele, mãe de Quinzinho, abandonou a família pra viver lá no exterior com um lutador de Vale-Tudo, o Wallace (Dudu Azevedo). Teodora (Carolina Dieckmann) nunca foi fácil mesmo, nunca priorizou a família. Renegar um filho assim, ainda criança, é crueldade. Por isso que eu dou todo o amor do mundo para o meu neto. E me encho de orgulho quando vejo em Quinzé um pai tão dedicado. Mas meu filho ficou sem chão. Vive amargurado, pra baixo. Acho que ainda gosta da Teodora. Quinzé trabalha lá no “Tupinambar” como ajudante do Guaracy (Paulo Rocha). Tem lá seus romances, mas nada sério. Deus queira que essa Teodora nunca mais apareça. Maria Amália (Sophie Charlotte), minha caçula, é diferente. Muito responsável e equilibrada, nunca tive que me preocupar com ela. Sei que puxou a mim: tem caráter e é muito trabalhadora. Ela vende os cosméticos naturais que Dona Zilá (Rosa Marya Collin), uma senhora muito querida aqui da região, faz manualmente. Amália diz que vende um perfume afrodisíaco e que Dona Zilá não revela sua fórmula para ninguém. Um mistério! Parece que esses cremes funcionam mesmo, mas eu nunca experimentei. Isso não é pra mim. Amália não concorda muito com meu comportamento e vive tentando me deixar mais feminina, mas eu sei que me ama assim do jeito que eu sou. Minha filha namora o Rafa (Marco Pigossi), um rapaz bem bonito, que trabalha em uma loja e oficina de motos aqui no Jardim Oceânico. Mas alguma coisa me diz que Amália ainda vai sofrer muito com esse rapaz, coitada. Acho que aquele ali parece ser o que não é. E coração de mãe não se engana! José Antenor (Caio Castro), meu filho do meio, cursa Medicina, graças a uma bolsa que eu consegui na Universidade Pessoa de Moraes. Ele sonha em ser cirurgião plástico e, para isso, se esforça mesmo. Sua prioridade são os estudos. Acho até que Antenor se reserva demais e quase não fica com a família. Às vezes, ele tem uma atitude grosseira até. Diz em alto e bom som que quer mudar de vida, ser rico, que não entende nossa atitude. Esse daí puxou ao pai. Nós dois já tivemos algumas boas discussões por causa dessa ambição exagerada dele. Antenor é apaixonado por uma moça, a Patrícia (Adriana Birolli), que também estuda na universidade e é de família de classe alta. Sua casa é enorme, fica num condomínio de luxo aqui da Barra da Tijuca. Fiz vários consertos lá e no restaurante do pai dela, o senhor Renê (Dalton Vigh), sem nem saber que ele era sogro do meu filho. Por que se vocês acham que foi o Antenor quem me contou tudo isso, se enganam. Ele não comenta com ninguém lá em casa sobre sua vida. Só fiquei sabendo disso tudo depois de ter passado a situação mais humilhante e decepcionante da minha vida. Tinha tanto orgulho do Antenor, mas meu próprio filho acabou me pregando uma peça.

Mãe de aluguel

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Aconteceu lá na casa de dona Tereza Cristina (Christiane Torloni), mãe da Patrícia. Eu tinha consertado o fusível das luzes do jardim, que estava queimado, e deixei tudo bem direitinho. Mas, uns dias depois, a madame me liga histérica, dizendo que meu serviço tinha ficado uma porcaria e que as luzes estavam queimadas de novo. Como assim meu serviço ficou uma porcaria? Eu sempre verifico tudo muito bem! Fui correndo pra casa dela. Além de não querer deixá-la na mão no meio de uma festa, não podia deixar ninguém falar mal do meu serviço assim, não. Parece que Nossa Senhora de Fátima estava me empurrando para aquela casa. Para eu abrir meus olhos. Quem diria que a festa de dona Tereza Cristina era justamente para celebrar o noivado da filha dela com o meu, José Antenor?! Enquanto eu consertava mais uma vez aquele bendito fusível, Crodoaldo (Marcelo Serrado), o mordomo da casa, me acompanhava e não parava de falar da festa de noivado de Patrícia. E fui ficando cada vez mais curiosa depois que avistei ali, parado perto do jardim, um carrão que tinha visto nesse mesmo dia, mais cedo. Meus filhos acharam que eu tinha me confundido, mas eu sabia que tinha visto o José Antenor dirigindo esse mesmo carro ali na Avenida Sernambetiba. Quando Crodoaldo me disse que o nome do noivo era Antenor, eu não tive mais dúvidas. Fui pro meio do jardim, mais perto da casa, e vi meu próprio filho apresentando uma vigarista como mãe. Uma tal Gisela Pereira (Ângela Vieira), criadora de gado do Mato Grosso do Sul, fina e rica. Olha, naquele momento, eu tive certeza de uma coisa: podia reparar tudo nessa vida, menos o meu coração despedaçado de mãe. Porque me renegar desse jeito? Porque sentir tanta vergonha de mim, de nossa origem humilde? A ponto de apresentar outra pessoa como mãe! Eu nunca deixei faltar nada para os meus filhos. Sempre ralei dia e noite pra manter aquela casa, para comprar os iogurtes que ele tanto gosta. Para que tanta ambição, minha Nossa Senhora? Foi uma dor e uma humilhação tão profundas que eu não sei nem explicar. Até Crodoaldo notou que eu comecei a chorar. Tinha decidido sair quietinha por aquele portão, sem falar nada. Ah, mas quando pensei em tudo o que fiz por ele, foi subindo uma raiva, uma vontade de dar uma surra naquele menino… E foi o que eu fiz! Entrei naquela sala, gritando aos quatro ventos que a mãe verdadeira daquele mentiroso era eu. No início, ninguém entendeu nada. Custaram a acreditar que uma mulher como eu, assim meio rude, pudesse ser mãe do Antenor. Mas a impostora, aquela atriz barata que ele contratou, logo se entregou. E eu aproveitei pra descarregar tudo o que estava engasgado na minha garganta. Só que dona Tereza Cristina achou que eu fazia parte daquela mentirada toda, que estávamos tentando dar um golpe na família dela. Enxotou a gente de lá. Imagina… eu sou humilde, mas sou muito honesta, viu?! Antenor não quis nem falar comigo. Entrou naquele carrão e saiu a toda. De qualquer maneira, o estrago estava feito. Não tive forças pra mais nada: sentei no meio fio e desandei a chorar. Seu Renê (Dalton Vigh) até que ficou muito sensibilizado comigo e veio me estender a mão. Mas quer saber? Aquele mal agradecido do Antenor não brinca mais comigo, não. E chega de ficar falando de quem não merece nem uma lágrima minha. Até porque Dona Tereza Cristina não vai perder a chance de dar a versão dela, né? E gente rica sempre tem a razão…

Tereza Cristina Siqueira de Velmont. Muito prazer.

Ah, mas tenho mesmo. Eu, Tereza Cristina Siqueira de Velmont (Christiane Torloni), sempre tenho razão. E, diante dos fatos, como não ter?! Estava na cara daqueles dois que tudo era uma farsa, um golpe para arruinar minha família. Depois que tudo se acalmou, eu consegui entender melhor por que aquela criatura grotesca, essa tal de Griselda (Lília Cabral), estava tão infiltrada em minha casa e no restaurante. Não há como negar que ela também estava envolvida. Renê (Dalton Vigh), meu marido, insistia para eu ter calma, mas numa hora dessas?! Não quis saber de explicações de ninguém. Coloquei mãe e filho para fora. Foi um episódio lamentável! Aquele moleque do Antenor (Caio Castro)! Eu sempre desconfiei dele. Desde o início, não entendia por que tanta pressa para noivar. Aquilo não me parecia muito certo.

A cara da riqueza

Mas a Patrícia (Adriana Birolli), minha filha, nunca me escutou. Para falar a verdade, ela nunca me escuta. Em beleza e elegância, é uma legítima Velmont. Mas em personalidade é muito diferente de mim. Além de pensarmos de maneira oposta, falta-lhe explosão, glamour. Ela puxou bem mais ao pai, realmente. É mais passiva, acredita nas pessoas, não tem malícia. Imagine que estuda Psicologia e não seleciona bem as suas amizades. Já disse que essas amigas dela não são boa influência, mas Patrícia gosta de bradar aos quatro cantos que não é uma “patricinha” e que mantém os pés no chão. Para que manter os pés no chão, se ela pode ter o céu?! Nós duas discutimos bastante. Mas, pelo menos com ela, eu ainda consigo falar. Do Renê Junior (David Lucas), meu filho caçula, eu não posso dizer o mesmo. Ele vive trancado no quarto na frente daquele computador. Diz que está estudando, mas eu tenho minhas dúvidas. Fico em cima, afinal sou mãe e esses adolescentes não sabem o que fazem. Já disse pra ele que de mim ninguém esconde nada. Renê Junior tem ótima relação com o pai. Os dois sempre conversam. Eu acho ótimo porque, apesar de mimar um pouco meu caçula, não tenho muita paciência para essas questões masculinas. Eu já me ocupo bastante com todo o trabalho que dá manter essa casa funcionando perfeitamente. Ou vocês acham que é fácil lidar com subalternos? Marilda (Katia Moraes), a doméstica aqui de casa, se finge de invisível sempre que me vê. Não faz nada direito. Baltazar (Alexandre Nero), o motorista, chegou aqui em casa outro dia com o rosto todo roxo. Deve ter apanhado na rua e estava irreconhecível. Agora, imaginem! Eu, Tereza Cristina Siqueira de Velmont, andando pela cidade com aquele monstro? Já o Crô (Marcelo Serrado), apesar de ser uma tartaruga, é a única pessoa aqui em casa que me entende e resolve as coisas. Ele é uma espécie de mordomo, escudeiro, cabeleireiro particular. Uma dedicação total, 24 horas por dia. Acho que o sonho dele era ser eu, porque vive me colocando uns apelidos tão enaltecedores… Crô é uma figura rara: fala pelos cotovelos, acha lindo aquele topete, aquela calça justa. Vive tão grudado em mim que, às vezes, dá nervoso. Só desgruda para passear na praia com meus cachorrinhos Doce e Cabana. Eu não vivo sem ele, mas não admito isso de jeito nenhum! Crô andou me pedindo umas horas livres pela manhã. Eu desconfio que ele esteja namorando e não queira me falar. Qualquer dia desses, eu pergunto à Vanessa (Milena Toscano), a sobrinha dele. Por falar nela, é outra com quem tenho que abrir o olho. A menina até que é bonita, um pouco moderninha demais pro meu gosto, mas, a pedido do Crô, eu decidi ajudá-la financeiramente com a mensalidade da faculdade. Só acho que ela está se infiltrando demais na minha família. Primeiro a amizade com Patrícia, e agora esse trabalho de hostess no restaurante do Renê. Quer dizer, do Renê não, né? O restaurante é meu! Foi um presente ao meu marido, que é um excelente chef de cozinha. Quando nos conhecemos, Renê pertencia a uma família falida. Eu tinha que fazer alguma coisa para lhe dar um pouco mais de status. Então tive a ideia do “Le Velmont”, um restaurante sofisticadíssimo e muito bem conceituado na cidade. Renê leva a fama, mas quem pagou por tudo aquilo fui eu. Meu marido é lindo, de uma masculinidade impressionante. É o meu porto seguro, apesar de ser diferente de mim. É mais pacífico, muito tranquilo e tem uma mania irritante de ser o bom samaritano. Tenho que admitir que Renê tem um dom para atrair as pessoas. É simpático, sorri pra todo mundo, quer sempre ajudar. Às vezes, até passa dos limites. Mas eu amo esse homem enlouquecidamente! O “Le Velmont” foi uma das poucas coisas que fiz com a herança que recebi. Meus pais morreram quando eu tinha 18 anos. Eu e meu irmão Paulo (Dan Stulbach) ficamos com todo o patrimônio da família. Ele, muito cedo, resolveu abrir uma grife de moda praia com sua esposa Esther (Julia Lemmertz), que é estilista. Ainda bem que hoje é uma grife conhecida até na Ásia. Já eu, decidi levar a vida que realmente mereço: muitos vestidos, viagens, jantares e spas. Tive um trabalhão para despachar a chata da Tia Íris (Eva Wilma) pra Nova Iorque e controlar minha casa como eu queria, mas eu consegui. Então, agora, depois disso tudo, de todo o meu esforço pra manter nosso nome, a honra da nossa família, as minhas mordomias, chegam um tal Antenor e uma tal Griselda, essa duplinha de vigaristas chinfrim querendo se meter comigo? E eu ainda tenho que ser benevolente com aquela faz-tudo? Renê teve pena de todo mundo, menos de mim. Foi procurar aquelazinha, achando que a pobre coitada não tinha culpa de nada e estava sendo tão enganada quanto nós. Mas era só o que me faltava! Renê e eu chegamos a discutir, mas eu me prometi que não ia deixar ninguém se meter no meu casamento. Quer saber? Em uma coisa eu tenho que concordar com aquela mulher de bigodes: chega de falar de quem não merece!

A TRAMA – Entre a essência e a aparência

Uma história sempre tem duas versões. Essa pode ter duas, três, seis. Afinal, a própria vida tem suas várias versões e facetas. O ponto de vista de quem conta e a interpretação de quem escuta são fundamentados pelos princípios de cada um. O que mais importa para você pode ser irrelevante para os demais. Mas o que determina que uma pessoa coloque em segundo lugar o que, há tempos atrás, era prioridade para a maioria? Por que, hoje em dia, conta tanto a aparência, o status social e o dinheiro? Por que não mais a integridade, a honestidade, a essência das pessoas? Difícil responder questões como essas sem levar em consideração as experiências, os traumas, as alegrias vividas… o que realmente, ao longo dos anos, define o que valerá mais para cada um. Tereza Cristina de Velmont (Christiane Torloni) e Griselda Pereira (Lília Cabral) são duas mulheres atuais, fortes, determinadas. Moradoras da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, com filhos, casa, amigos. Experiências parecidas baseadas em valores completamente opostos. O inquebrantável para uma, não entra na lista de prioridades da outra. A única coisa que as duas têm em comum é a transparência da escolha que fizeram: ambas sabem o que vale mais em suas vidas. O que Griselda talvez não saiba é o que vale 30 milhões de reais e o que esta quantia é capaz de mudar. Depois de anos apostando diariamente na loteria, é esse o valor que a “faz-tudo” ganhará e que irá inaugurar uma nova fase em sua vida. Resta saber se vai estabelecer também um novo princípio, uma nova maneira de contar sua versão dos fatos.

A Barra da Tijuca, logo ali depois do túnel

O bairro carioca da Barra da Tijuca, pouco retratado nas telenovelas brasileiras, reina absoluto como cenário de ‘Fina Estampa’. O lugar concentra todos os núcleos da trama e é o verdadeiro elo entre os personagens. Para dar mais veracidade à trama, o autor Aguinaldo Silva fez questão de utilizar os nomes reais das regiões do bairro. Griselda (Lília Cabral) e sua família dão vida ao Quebra-Mar, conhecida por ser a primeira área construída da Barra da Tijuca. A antiga vila de pescadores mantém ares de comunidade por suas ruas estreitas e casas humildes. Quase embaixo da Estrada Lagoa-Barra, a residência dos Pereira beira o Canal de Marapendi, garantindo linda vista aos moradores. Ao lado, o Jardim Oceânico é outra importante locação da obra. Nos seus acolhedores prédios de três andares, moram as famílias de Vilma (Arlete Salles) e de Juan Guilherme (Carlos Casagrande). Mas é na principal rua da área, a Olegário Maciel, que a novela mostra toda sua movimentação. No quarteirão da Igreja São Francisco de Paula, estão o bar “Tupinambar”, do português Guaracy (Paulo Rocha), a oficina “Fashion Moto” e a casa lotérica, onde Griselda (Lília Cabral) aposta diariamente. Caminhando pela rua, chega-se ao calçadão da praia e ao “Quiosque do Álvaro” (Wolf Maya), próximo ao badalado quiosque do falecido esportista Pepê. Na areia, encontram-se a rede de futevôlei de Ferdinand (Carlos Machado) e o local onde a surfista Nanda (Luma Costa) guarda seu material de kitesurf. Tudo para mostrar o estilo de vida ao ar livre que leva o morador da Barra da Tijuca. E é também a orla, na Avenida Sernambetiba, o local onde Crô (Marcelo Serrado) exerce uma de suas funções: passear com os cachorros da patroa. Por ali, já aparecem as suntuosas entradas dos condomínios de luxo da Barra da Tijuca. E só do outro lado do Canal de Marapendi é que se pode avistar a Favela da Muzema, na área do Itanhangá.

Flower Power na beira da praia

Um ponto da praia da Barra da Tijuca, mais próximo ao Quebra-Mar, parou nos anos 70. É que ali está o “Quiosque do Álvaro” (Wolf Maya), um carismático “maluco beleza”. Todos os dias, ele e a mulher Zambeze (Totia Meirelles) chegam bem cedo e cumprimentam os principais frequentadores do point: o sol e o mar. Álvaro é filho de Íris (Eva Wilma), que mora em Nova Iorque, e primo de Tereza Cristina (Christiane Torloni). Bem diferente da família, ele e Zambeze vivem uma vida zen. Sempre que pode, Álvaro dá uma fugidinha do quiosque para jogar vôlei na rede do sargento reformado e chefe de segurança Ferdinand (Carlos Machado). No mesmo time, jogam Gigante (Eri Johnson), Pezão (Marcelo Brou) e Enzo (Julio Rocha), turma debochada que não perde a oportunidade de zombar de Crô (Marcelo Serrado). A única capaz de tirar a concentração do grupo é Dagmar (Cris Vianna), cozinheira do “Tupinambar” e dona de beleza exuberante, que aparece por ali todas as manhãs para entregar suas famosas empadas, vendidas no quiosque. Enquanto Zambeze trabalha em sua tenda de massagem, Álvaro se delicia escondido com as empadas de Dagmar. Por trás da preocupação com a alimentação do marido, se encobre o início de um sentimento até então proibido na relação dos dois: o ciúme. No fim da tarde, o casal corre para o “Recanto da Zambeze”, uma pousada com ares de comunidade auto-sustentável, que acolhe quem precisa de um lar e completa o estilo de vida tranquilo e harmonioso do casal. À noite, o forno e o fogão à lenha reúnem hóspedes como Daniel (Daniel Boury), amigo de faculdade de Antenor (Caio Castro), Dona Zilá (Rosa Marya Collin), famosas por seus cosméticos naturais, e Mandrake (Sandro Pedroso), que mora e trabalha no “Recanto”.

Do pastelzinho de Belém às empadas da mulata

A mistura é até bem colonial, mas o nome acabou fazendo graça e obrigando Guaracy Martins (Paulo Rocha) a explicar constantemente sua origem: o pai era lisboeta e a mãe índia. Deu no que deu e o português mais conhecido da Rua Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, ganhou fama não só por ser dono do “Tupinambar”, bar nem tão bem frequentado assim. Ao contrário de todos na região, é o único que aceita e não critica o comportamento e a aparência de Griselda (Lília Cabral). Sua postura tem um motivo claro: Guaracy é completamente apaixonado pela faz-tudo e não mede esforços para agradá-la. Aceitou contratar seu filho mais velho, Quinzé (Malvino Salvador), para ajudá-lo no bar mesmo sabendo que o rapaz não tinha experiência. O favor não surtiu efeito: Griselda não dá a mínima para as investidas do português, apesar de nutrir por ele carinho e gratidão. Para completar o trio do “Tupinambar”, a insinuante Dagmar (Cris Vianna) assume a cozinha e as delícias que o bar serve diariamente. Ciente de suas mãos de fada, ela fornece, sem o patrão saber, deliciosas empadas ao “Quiosque do Álvaro” para completar o salário no fim do mês.

Vende-se adrenalina

O globo da morte, localizado bem no meio da “Fashion Moto”, já indica que a oficina boutique é lugar de emoções intensas. Situada em plena Rua Olegário Maciel, no Jardim Oceânico (Barra da Tijuca), é o lugar ideal para apaixonados por motos como seu dono, Juan Guilherme Passarelli (Carlos Casagrande), ex-modelo internacional, separado e pai do adolescente Fábio (Guilherme Leicam). Disputando atenção com as máquinas, está a copeira Zuleika (Juliana Knust), uma linda e esperta morena que cursa Administração à distância. Enquanto está trabalhando, não tira os olhos do gerente Rafael (Marco Pigossi), por desconfiar do caráter do patrão. Da única coisa que Zuleika não duvida é do amor de Rafa por Maria Amália (Sophie Charlotte). Quem lhe faz companhia é o atrapalhado Edvaldo (Rafael Zulu), mecânico principal da oficina.

Procura-se um namorado

Em um apartamento no Jardim Oceânico, avó, mãe e filha representam as três gerações de uma pequena família de mulheres bastante interessante. Cada uma com seus desejos e angústias. Cada uma interferindo na vida da outra. As histórias acabaram repetindo-se e Vilma (Arlete Salles), uma senhora taxista bem moderna para a idade, acabou vendo a filha Letícia (Tânia Khallil) sofrer do mesmo mal: a viuvez. A partir de então, Letícia jamais cogitou a possibilidade de ter outro relacionamento, dedicando sua vida à profissão de professora e à filha Carolina (Bianca Salgueiro). A adolescente não concorda com a atitude da mãe e, sem que Letícia saiba, vai tentar arrumar um bom namorado para ela, utilizando a Internet.

Entre tecidos e exames

Um simples encontro, um esbarrão ou uma carona podem mudar a vida de muita gente e despertar sentimentos até então esquecidos. Parece que Paulo Buarque (Dan Stulbach) pressente algo quando se recusa a compartilhar um taxi aéreo com Danielle Fraser (Renata Sorrah). É sua mulher, Esther Wolkoff (Julia Lemmertz), quem o convence da gentileza. Em agradecimento, Dra. Danielle Fraser se apresenta: médica especialista em fertilidade dirigida, viúva, sem filhos, completamente dedicada à sua renomada clínica, que cuida de mulheres com dificuldades para engravidar. A caminho de sua casa em Itaipava, Esther mal consegue acreditar que aquela mulher pode realizar seu sonho de ser mãe, uma vontade reprimida por 20 anos, depois que Paulo descobriu ser estéril. Na época, o problema de Paulo doeu muito nos dois e, diante do sofrimento do marido, Esther (Julia Lemmertz) decidiu não tocar mais no assunto. Afinal, eles já tinham anos de um casamento intenso e se sentiam apaixonados como no primeiro dia em que se viram. Um filho, por melhor que fosse, não faria falta. Eles se bastariam como família. Para conseguir acreditar nisso, os dois mergulharam de cabeça no trabalho e trataram de fazer crescer o negócio do casal. Ao contrário da irmã Tereza Cristina (Christiane Torloni), Paulo investiu a herança dos pais e, graças a muita cumplicidade e esforço conjunto, transformou, com a esposa, a “Fio Carioca” em uma marca de moda praia internacionalmente conhecida e o escritório na Barra da Tijuca em referência de design e funcionalismo. Os anos de desfiles, tecidos, modelagens e pesquisas consagraram Esther como estilista renomada e Paulo (Dan Stulbach) como poderoso homem de negócios. O sucesso e a fama lhes trouxeram muitos benefícios, mas não passaram uma borracha no difícil episódio pelo qual passaram. Agora, anos mais tarde, o encontro com Danielle (Renata Sorrah) mexe não só com a curiosidade e esperança de Esther, que passa a visitar a médica periodicamente, mas principalmente com a insegurança de Paulo. O amor pela mulher é tamanho que fica difícil aceitar que outro homem dê a ela, mesmo que por fertilização in vitro, o que ele não foi capaz de dar. Depois de muita reflexão, porém, Paulo aprova o tratamento certo de que Esther não tem condições de engravidar. Durante todo o processo, Danielle e Esther estreitam laços e Paulo começa a descobrir sentimentos nocivos e a tomar atitudes prejudiciais à relação do casal. Se Esther confidenciou segredos a uma desconhecida, por que ele também não pode envolver uma terceira pessoa no casamento? Será que vale mesmo a pena, depois de anos, tornar o assunto público e derrubar a imagem do casal perfeito?

Em briga de marido e mulher…

Da paz do “Recanto da Zambeze” ao tumulto do camelódromo da Favela da Muzema é um pulo. Por ali, circulam os moradores da região que aproveitam o agitado comércio local para ganhar a vida. Mas, entre as ruas da comunidade, também existem momentos de silêncio e tristeza. A casa da diarista Celeste (Dira Paes) sabe bem disso e, se falasse, com certeza já teria denunciado o machista e violento Baltazar (Alexandre Nero). O motorista da socialite Tereza Cristina de Velmont (Christiane Torloni), muito discreto e educado com a patroa, é grosseiro em casa e desconta na mulher todas as suas frustrações. A espevitada filha do casal, Solange (Carol Macedo), não intervém por medo do autoritarismo do pai – e talvez por estar mais interessada em se divertir com suas amigas em bailes funk. Quem defende Celeste é sua comadre Griselda (Lília Cabral), que não tem medo de briga e muito menos de homem. A “faz-tudo”, porém, não consegue convencer a amiga a deixar o marido.

‘Fina Estampa’ estreia nesta segunda, dia 22 de agosto, a trama discutirá o que mais pesa nos dias de hoje: o caráter ou a aparência. A novela de Aguinaldo Silva terá direção de núcleo e geral de Wolf Maya e direção de Marcelo Travesso, Ary Coslov, Cláudio Boeckel, Marco Rodrigo e Marcus Figueiredo.

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