
Nos últimos dias, o Brasil deixou de figurar como prioridade na agenda dos Estados Unidos devido à crise orçamentária que ameaça paralisar parcialmente o governo americano e à atenção de Donald Trump ao plano de paz para a Faixa de Gaza. Analistas e interlocutores do governo Lula ouvidos pelo ‘O Globo’ afirmam que esse cenário, ainda que temporário, pode afetar os preparativos da esperada conversa entre Trump e Lula, anunciada durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York.
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Impacto da crise e negociações sobre Gaza
Fontes em Brasília explicam que a questão orçamentária deve ser resolvida em breve, enquanto o plano de paz para Gaza ainda depende de negociações com o grupo Hamas, que anunciou a liberação de reféns e a entrega parcial de Gaza, mas mantém discussões pendentes sobre os termos do acordo.
Mudança de prioridades na política externa americana
Especialistas destacam que a mudança reflete tanto a centralidade das disputas domésticas quanto um redirecionamento das prioridades externas da administração republicana. A reunião entre Lula e Trump, prevista por telefone, videoconferência ou à margem da cúpula da ASEAN, perdeu relevância diante dos assuntos mais urgentes da Casa Branca.
— “O governo americano está totalmente focado na crise orçamentária e no plano de paz. O Brasil saiu do primeiro plano nos últimos dias” — explica Lucas Martins, professor da Temple University.
Menor atenção dos EUA não é necessariamente negativa para o Brasil
Interlocutores do governo brasileiro afirmam que a menor atenção americana evita interferência de setores influenciados por Eduardo Bolsonaro, que buscavam sanções contra cidadãos brasileiros. Entre os principais temas do diálogo ainda em preparação estão as tarifas de importação impostas pelos EUA e sanções a autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes.
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Brasil permanece na “agenda negativa” americana
Além disso, o país segue na “agenda negativa” dos EUA, com investigações do USTR sobre desmatamento, práticas comerciais e empresas de tecnologia. A Casa Branca também monitora de perto o risco de shutdown, com estudos sobre suspensão de serviços, demissões e relocação de forças militares, garantindo que a crise interna seja a prioridade imediata.






