
A tensão política aumentou em Brasília nesta quarta-feira (21) durante a votação do parecer preliminar contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. O parlamentar, acusado de quebra de decoro, recebeu o link para participar da sessão, mas preferiu não comparecer. O presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União Brasil-AP), confirmou que ele poderia ter se manifestado, porém decidiu não entrar na reunião, de acordo com ‘O Globo’.
+ Nome para enfrentar Lula foi tema central em conversa de Flávio e Eduardo Bolsonaro nos EUA
A representação, feita pelo PT, acusa Eduardo de usar seu mandato para atacar instituições democráticas, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF), e de tentar influenciar autoridades estrangeiras a aplicar sanções econômicas contra o Brasil. Segundo o partido, o deputado teria “desacreditado o sistema democrático brasileiro” e exposto o país a “constrangimento internacional”.
Relator defende arquivamento e oposição reage com críticas
O relator do caso, Delegado Marcelo Freitas (União-MG), apresentou parecer favorável ao arquivamento da denúncia, defendendo que as falas do parlamentar estão protegidas pela imunidade parlamentar. — “Este Conselho de Ética não pode ser censor de palavras ditas no Brasil ou no exterior”, afirmou.
No entanto, a oposição reagiu com firmeza. Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu a cassação de Eduardo, criticando sua ausência nas sessões e a falta de punição. — “Este deputado recebe salário para nunca aparecer aqui”, disparou. Já Maria do Rosário (PT-RS) classificou a atuação de Eduardo como “traição à pátria”, acusando-o de agir contra os interesses nacionais.
+ Fux pede para revisar voto em julgamento de Bolsonaro
Base bolsonarista sai em defesa do deputado
Enquanto isso, aliados como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Cabo Gilberto (PL-PB) defenderam Eduardo, classificando o processo como “perseguição política”. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está fora do país há sete meses, ainda corre risco de perder o mandato por faltas injustificadas.
A decisão final do Conselho de Ética promete acirrar ainda mais os ânimos entre governo e oposição nos próximos dias.






