
Alunos do curso de teatro da “Casa de Cultura Dinorath do Valle”, em São José do Rio Preto (SP), receberam a orientação de retirar vídeos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) de uma encenação. Em suma, a peça de teatro falava sobre a circulação de informações falsas durante a pandemia. De acordo com o “G1”, a determinação partiu da direção do espaço na sexta-feira (19/12).
Vídeos com falas de Bolsonaro sobre vacinas e mortes por Covid-19 motivaram a intervenção
O espetáculo se apoiava em um texto do dramaturgo francês Jean-Pierre Martinez e buscava reconstruir o clima vivido no período da Covid-19, quando boatos, discursos oficiais e desinformação se misturavam ao medo e às perdas diárias.
Para situar o público no contexto brasileiro, os estudantes haviam separado falas conhecidas de Bolsonaro. O ex-presidente comentou sobre a vacinação e proferiu a polêmica frase “não sou coveiro” ao responder perguntas sobre o número de mortes pela Covid.
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Relembre:
Censura? Alunos denunciaram veto durante a apresentação e protestam
A princípio, a professora Beta Cunha explicou que o coordenador pedagógico da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de São José do Rio Preto (Faperp) e o diretor do teatro, Nelson Castro, proibiram a exibição dos vídeo. Dessa forma, ela informou que o secretário municipal de Cultura, Robson Vicente, que assumiu o cargo em janeiro após nomeação do prefeito Coronel Fábio Candido (PL), havia tomado a decisão.
Frustrados, os estudantes de teatro decidiram protestar durante a apresentação. Sempre que um vídeo deveria aparecer, um integrante avisava o público: “Este vídeo foi censurado” e explicava o conteúdo barrado. Ao fim do espetáculo, o grupo fez uma manifestação relatando o ocorrido.
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Secretaria diz que veto seguiu regras do teatro, mas frequentadores lembram exceções anteriores
Em posicionamento oficial, o secretário de Comunicação, Ricardo Nonato, afirmou que o regulamento interno do teatro impede manifestações de caráter político ou religioso em eventos institucionais. Como por exemplo apresentações de encerramento dos núcleos culturais. Segundo ele, não houve censura e sim a solicitação de que as normas fossem respeitadas.
Apesar da justificativa do secretário, alunos e frequentadores lembram que o espaço já recebeu peças com temas políticos, apesar da justificativa do secretário. O fato reacendeu o debate sobre os limites entre normas internas e possíveis casos de censura à liberdade de expressão artística.
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