
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu com dureza ao encontro entre governadores de direita realizado no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, onde foi anunciado o “consórcio da paz”, voltado ao combate ao crime organizado. Sem mencionar diretamente a recusa do Ministério da Justiça em classificar facções criminosas como grupos terroristas, Gleisi afirmou que esses líderes estariam estimulando uma “divisão política” e colocando o Brasil “no radar do intervencionismo militar de Donald Trump” na América Latina.
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Após uma megaoperação das polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho, a direita intensificou o discurso de que os traficantes seriam “narcoterroristas”, pressionando o governo federal a adotar a mesma classificação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia alertado, na ONU, que esse tipo de equiparação poderia abrir brechas para intervenções estrangeiras, especialmente por parte dos Estados Unidos.
Críticas à oposição e defesa da PEC da Segurança
Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira, Gleisi criticou os governadores e cobrou foco na PEC da Segurança, proposta pelo governo Lula, mas rejeitada por parte da oposição. Segundo ela, o tema “não pode ser tratado com leviandade e objetivos eleitoreiros”. A ministra ainda acusou Ronaldo Caiado (União-GO) e outros gestores de direita de quererem “entregar o país ao estrangeiro”, citando Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como exemplo de “traidor da pátria”.
Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente @LulaOficial ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 31, 2025
Governadores de direita reagem e defendem ação conjunta
O governador Cláudio Castro anunciou o “consórcio da paz” ao lado de Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e outros líderes regionais, alegando que a união é necessária diante da expansão das facções. Caiado justificou que criminosos de outros estados migraram para o Rio após limitações impostas pelo STF durante a pandemia.
Enquanto isso, figuras da oposição como Carlos Bolsonaro (PL-RJ) usaram a operação policial para atacar o governo federal, reforçando críticas à política de segurança de Lula.






