
A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), parece ter mudado após o anúncio inesperado da aposentadoria do magistrado. Na tarde de quinta-feira (10), Barroso surpreendeu ao comunicar, durante sessão plenária, que deixará o cargo dentro de uma semana. Logo após a reunião, ele tentou explicar a decisão ao presidente por telefone — mas Lula não atendeu, de acordo com informações da coluna do Lauro Jardim para ‘O Globo’.
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Irritação e surpresa no Planalto
Segundo interlocutores próximos ao presidente, o clima no Palácio do Planalto foi de irritação com a forma como o anúncio foi feito. A principal queixa seria a falta de aviso prévio. Além disso, a saída de Barroso obriga o governo a lidar, em meio a outras tensões políticas, com uma nova e complexa indicação ao Supremo.
Durante visita a Roma, Lula comentou publicamente o assunto e deixou clara sua insatisfação com o timing da decisão:
— “Eu imaginava que ele fosse se afastar, mas imaginava que fosse demorar um pouco mais”, afirmou o presidente.
Desde então, os dois não voltaram a se falar.
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Bastidores da sucessão no STF
Nos bastidores, o nome de Jorge Messias, atual advogado-geral da União e aliado próximo de Lula, é o preferido do presidente para a vaga. No entanto, a escolha ainda depende do aval do Senado. O senador Davi Alcolumbre, que articula a candidatura de Rodrigo Pacheco ao Supremo, também tentou contato com Lula na sexta-feira, mas não foi atendido.
Com a saída iminente de Barroso, Lula será obrigado a negociar diretamente com Alcolumbre para garantir apoio à sua indicação e evitar um novo impasse político em Brasília.






