
Jane Goodall, uma das conservacionistas mais respeitadas do mundo, faleceu aos 91 anos na Califórnia, durante uma turnê de palestras. Seu legado científico e sua fama global se consolidaram ao documentar o comportamento dos chimpanzés selvagens da África Oriental, revelando que eles fabricavam e utilizavam ferramentas, caçavam, realizavam rituais e até se engajavam em conflitos organizados. A morte foi confirmada nesta quarta-feira pelo Instituto Jane Goodall, embora a data exata não tenha sido divulgada.
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Descobertas que mudaram a ciência
Nascida no Reino Unido, Goodall começou sua pesquisa de campo em 1960, na Reserva de Chimpanzés de Gombe Stream, na Tanzânia. Em 1963, a National Geographic publicou seu artigo de 7.500 palavras, com fotos de Hugo van Lawick, seu futuro marido, destacando suas observações sobre chimpanzés como Flo, David Greybeard e Fifi. As descobertas dela desafiaram conceitos científicos tradicionais, mostrando que os chimpanzés não apenas utilizavam ferramentas, mas também apresentavam comportamentos sociais complexos.
Legado feminino e impacto cultural
Além de abrir caminho para mulheres na ciência, Goodall influenciou toda a primatologia moderna, inspirando nomes como Dian Fossey e Biruté Galdikas. O paleoantropólogo Louis Leakey chegou a declarar: “Agora precisamos redefinir ‘ferramenta’, redefinir ‘homem’ ou aceitar os chimpanzés como humanos”, destacando o impacto revolucionário de suas pesquisas.
Narrativa envolvente e reconhecimento global
Goodall combinou rigor científico com habilidade narrativa, relatando perigos como malária, leopardos e cobras, e descrevendo a vida emocional dos chimpanzés de forma cativante. Seus livros e documentários, incluindo o documentário da CBS em 1965, levaram suas descobertas para o público mundial, tornando-a uma referência não apenas científica, mas também cultural.
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Um estudo próximo e humano
Observando de perto um bando de 30 a 40 chimpanzés, Jane nomeava e conhecia cada indivíduo, focando em comportamento social, acasalamento e cuidado parental. Sua dedicação trouxe luz ao mundo natural, aproximando humanos e primatas e deixando um legado que transcende gerações.






