
A licença de 127 dias de Carla Zambelli (PL-SP) termina nesta quinta-feira (2), e o cenário é de incerteza. A deputada, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e presa desde julho em Roma, deveria reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados, mas a ausência inevitável poderá gerar acúmulo de faltas. Como o regimento não permite prorrogação do afastamento, o suplente Coronel Tadeu deve deixar o cargo, abrindo um impasse político, de acordo com a coluna da Malu Gaspar no ‘O Globo’.
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Possível cassação e desgaste interno
Zambelli já enfrenta um processo de cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ganhou força após sua detenção. Mesmo dentro do PL, a expectativa de que ela escape da punição é mínima. Durante uma oitiva feita diretamente do presídio, em Roma, a parlamentar voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de “bandido”, e garantiu que seria solta em breve, acreditando em uma reviravolta da Justiça italiana.
Da fuga à captura
Condenada pelo STF a dez anos de prisão pelo caso do hacker Walter Delgatti, Zambelli deixou o Brasil em maio, cruzando a fronteira com a Argentina sem controle migratório. De lá, seguiu para os Estados Unidos e, posteriormente, para a Itália, onde acreditava estar protegida pela cidadania italiana. No entanto, acabou incluída na lista de difusão da Interpol e foi capturada em Roma após um período de fuga errática.
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Prisão e novos processos
Além da condenação relacionada à invasão do CNJ, Zambelli também foi sentenciada a mais de cinco anos por porte ilegal de arma e constrangimento, após perseguir armada um jornalista em São Paulo durante as eleições de 2022. O episódio viralizou e teria marcado o rompimento com Jair Bolsonaro, que passou a culpar a ex-aliada por sua derrota nas urnas. Agora, com a extradição solicitada pelo STF, o futuro político da deputada parece cada vez mais comprometido.






