
Uma nova tendência que surgiu em países como China e Estados Unidos vem chamando atenção no TikTok: adultos utilizando chupeta para aliviar sintomas de estresse e ansiedade. Nos últimos dias, vídeos e postagens sobre o assunto viralizaram, mostrando modelos personalizados feitos para maiores de idade. Na China, inclusive, sites especializados já oferecem o acessório, reforçando a popularidade da prática.
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Levar objetos à boca em momentos de tensão não é novidade, já que hábitos como roer unhas ou mastigar tampas de caneta são comuns. No entanto, o uso de chupeta por adultos ainda causa estranhamento por ser um item associado a bebês. A neurocientista Ana Carolina Souza explica que atividades com movimentos repetitivos tendem a gerar efeito calmante.
Alerta de especialistas sobre a tendência do uso de chupeta
Segundo a especialista, esse tipo de ação ativa o sistema parassimpático, responsável por regular o corpo em momentos de repouso, em contraste com o sistema simpático, ligado ao estresse. Para bebês, a sucção também se relaciona à alimentação e amamentação, mas existem poucos estudos sobre essa resposta em adultos.
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Souza observa que as pessoas buscam cada vez mais recursos para lidar com a ansiedade. O psicanalista Artur Costa, professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica, afirma que o ato de sugar pode provocar relaxamento temporário, pois remete à sensação de conforto e segurança adquirida na infância. No entanto, ele alerta que essa não é uma solução sustentável a longo prazo.
Psicóloga aponta tendência como alívio momentâneo e preocupante
A psicóloga Beatriz Ferreira acrescenta que hábitos como roer unhas ou morder lábios funcionam como válvulas de escape, mas não tratam a raiz do problema. Para ela, a chupeta pode trazer alívio momentâneo, atuando mais como um mecanismo de defesa que evita enfrentar os motivos da ansiedade.
O fenômeno também se insere em uma onda maior de consumo de itens ligados à infância, como bonecos colecionáveis e livros de colorir. Costa avalia que a cultura atual prolonga a adolescência e valoriza comportamentos que funcionam como refúgio das pressões do mundo adulto.
Colaborou: Reginaldo Lemos






