
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, defende publicamente uma anistia que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas nos bastidores admite aos aliados que vê grandes dificuldades para que a medida avance. Após visitar Bolsonaro na segunda-feira (29), o governador posiciona a anistia como um instrumento para “pacificar o país”. Contudo, em conversas reservadas, ele considera que o que pode ser feito no momento é “mitigar ao máximo” a situação do ex-presidente, buscando alternativas para evitar que ele cumpra pena em presídio comum.
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Busca por solução política
Segundo pessoas próximas, Tarcísio avalia que a saída viável é política, por meio do Congresso Nacional. O foco seria discutir a dosimetria da pena, reduzindo o tempo de prisão de Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos em regime fechado. O governador reconhece, no entanto, que admitir publicamente qualquer alternativa que não seja uma anistia ampla e irrestrita seria arriscado, já que o próprio ex-presidente ainda mantém a esperança de que a medida possa prosperar, apesar dos sinais contrários no cenário político.
Distanciamento das articulações
Apesar de ter se reunido com lideranças políticas em Brasília e São Paulo, Tarcísio indica que não pretende se envolver diretamente nas novas negociações sobre o tema. Ele reforça que agora a iniciativa precisa ser conduzida pelo Congresso.
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Resistência e desafios
O projeto da dosimetria, com relatoria do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), enfrenta resistência. Enquanto o PL de Bolsonaro defende a anistia ampla, o PT mantém posição contrária e não demonstra intenção de votar qualquer proposta. A realidade política, portanto, impõe obstáculos que o governador sabe serem difíceis de contornar, apesar do discurso público em defesa da medida.






