
Em discurso na cúpula do G20, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) não comentou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, neste sábado (22), e concentrou as declarações no balanço da COP30 e nas ações do bloco para combate à crise climática e às desigualdades sociais.
O evento é realizado em Joanesburgo, na África do Sul, e reúne representantes das 19 maiores economias globais, já que os Estados Unidos decidiram não participar.
Lula falou por dois momentos na cúpula. Em um painel sobre ‘Um Mundo Resiliente’, o presidente destacou o balanço da COP30 em Belém, no Pará, além de destacar que o G20 tem papel central no combate à crise climática.
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O presidente brasileiro ainda criticou a falta de interesse de países desenvolvidos no financiamento às ações de enfrentamento à crise global do clima, como a redução do uso de combustíveis fósseis.
“É do G20 que um novo modelo de economia deve emergir. O grupo é um fator-chave na elaboração de um mapa do caminho para afastar o mundo dos combustíveis fósseis. A COP30 mostrou que o mundo precisa enfrentar esse debate. A mudança do clima não é uma simples questão de política ambiental, é, sobretudo, um desafio de planejamento econômico. É inconcebível que não sejamos capazes de mobilizar 1 trilhão e 300 bilhões de dólares em financiamento, enquanto o dobro desse montante é consumido por despesas militares”, declarou.
Apesar de Lula destacar a necessidade de redução do uso de combustíveis fósseis, o documento final da COP30, divulgado neste sábado, não menciona tal medida.
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Além de citar o enfrentamento à crise climática e às desigualdades sociais, Lula ainda condenou, em outra sessão do G20 pela manhã, o uso de força militar contra países da América Latina e Caribe. O presidente brasileiro fez menção a problemas sociais nessas nações, sem citar diretamente as tensões entre os Estados Unidos, a Venezuela e a Colômbia, após o presidente Donald Trump anunciar sucessivos ataques a embarcações usadas supostamente para tráfico internacional de drogas.
“Os históricos problemas sociais e econômicos da América Latina e do Caribe não serão solucionados mediante ameaça do uso de força. Sem atender à ameaça dos países em desenvolvimento, não será possível reestabelecer o equilíbrio global, nem assegurar a prosperidade que seja sustentada no longo prazo”, afirmou.
Mesmo com a ausência dos Estados Unidos, os líderes do G20 presentes aprovaram um documento com medidas para o combate às mudanças climáticas, além de ações de enfrentamento às disparidades econômicas e sociais globais.






