
A entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou marcada por momentos de constrangimento e sinais claros de tensão nos bastidores do Palácio do Planalto. Durante cerca de uma hora e meia, o chefe do Executivo respondeu a dez perguntas de jornalistas, escolhidos por sorteio, recorrendo frequentemente a papéis e anotações para estruturar as respostas.
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Ao longo da conversa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi citado mais de uma dezena de vezes por Lula, tornando-se uma espécie de eixo da entrevista. Embora tenha recebido elogios públicos, o ministro saiu ainda mais pressionado politicamente, especialmente diante das especulações sobre uma possível candidatura em São Paulo nas eleições do próximo ano.
Pressão sobre Haddad diante das câmeras
O momento mais delicado ocorreu quando Lula foi questionado se gostaria de ver Haddad disputando o governo paulista. Mesmo já tendo declarado que não pretende concorrer, o ministro ouviu do presidente que espera vê-lo na disputa, ainda que respeite sua decisão final. Haddad reagiu com um sorriso contido, sem esconder o incômodo. Ao lado dele, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, gargalhou, reforçando o clima constrangedor.
Enquanto Lula respondia, Haddad se manteve em silêncio, rabiscando formas geométricas em um bloco de papel. Perto do encerramento, chegou a perguntar discretamente quantas questões ainda restavam, sinalizando desgaste.
Ausência sentida na comunicação
Outro detalhe que chamou atenção foi a ausência do ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Diferente de ocasiões anteriores, quando atuou como uma espécie de guia visual durante entrevistas, ele não esteve presente por conta de exames médicos já agendados, segundo a Secom. Representado pelo secretário-executivo da pasta, Sidônio sequer foi citado por Lula.
O episódio evidenciou não apenas o peso político sobre Haddad, mas também falhas de sintonia e desconfortos internos em um momento sensível do governo.
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