Alexandre de Moraes continua realizando reuniões fora da agenda oficial para discutir os desdobramentos da prisão de Jair Bolsonaro, prevista para acontecer na próxima semana. Segundo apurações da coluna do Lauro Jardim para ‘O Globo’, uma dessas conversas ocorreu na noite de segunda-feira, em encontro reservado com o comandante do Exército, Tomás Paiva, e o ministro José Múcio Monteiro. O assunto central foi a forma como poderá ser executado o início do cumprimento da pena definida pela Justiça.

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A expectativa sobre o regime prisional segue causando movimentação nos bastidores políticos e militares. A definição poderá envolver impactos tanto institucionais quanto simbólicos, já que se trata da execução da pena de um ex-presidente da República. Por isso, o clima nos diálogos tem sido de cautela e máxima discrição.

Exército sugere alternativas ao envio para a Papuda

Durante a reunião, Tomás Paiva não tentou influenciar sobre qual regime Moraes deve aplicar – domiciliar ou fechado –, justamente porque essa decisão cabe exclusivamente ao ministro. No entanto, cobrou ponderação. Paiva teria dito que enviar Bolsonaro diretamente para a Penitenciária da Papuda poderia ser excessivo, levando em conta o cargo que já ocupou na República e o peso institucional da medida.

Além disso, o comandante sugeriu outras opções caso a decisão seja pelo cumprimento da pena em regime fechado. Entre elas, colocou à disposição instalações militares em diferentes pontos do país, oferecendo alternativas com segurança alta e controle rígido, mas sem a imagem de encarceramento comum a presídios tradicionais.

Decisão segue aberta e em silêncio

Durante a conversa, Alexandre de Moraes ouviu as colocações, mas não deu qualquer sinal sobre aceitar ou recusar o oferecimento. Assim, o clima permanece de expectativa. Tudo aponta para que a decisão e o anúncio oficial aconteçam apenas na semana que vem, com intensa atenção de autoridades, juristas, aliados e opositores de Bolsonaro.

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