
O PSOL protocolou, nesta quarta-feira (26), uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O partido solicita a abertura de um inquérito para investigar possível desobediência judicial e apurar se o parlamentar teve participação no plano que resultou na tentativa de violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro, episódio ocorrido poucas horas depois de um encontro entre os dois, no fim da semana passada.
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Assinada por doze parlamentares, a denúncia destaca que Nikolas foi filmado utilizando um celular durante a visita à casa de Bolsonaro na sexta-feira, registro exibido pelo Jornal Nacional. Segundo o PSOL, o ato contraria diretamente determinação do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu visitantes de usarem celulares ou registrarem imagens no local.

PSOL aponta quebra deliberada de ordem judicial
Para o partido, não há dúvida sobre a gravidade do episódio. Na representação, a sigla afirma que o deputado tinha pleno conhecimento das restrições impostas, uma vez que já havia se manifestado no processo. “O uso do celular, flagrado por drone da imprensa na presença de Bolsonaro, configura inegável descumprimento de ordem judicial e demonstra má-fé deliberada na tentativa de manipular a opinião pública”, diz o texto.
O PSOL também pediu medidas urgentes, incluindo perícia e quebra de sigilos telefônicos e telemáticos do parlamentar no período anterior e posterior ao encontro, além de uma cautelar que proíba novos contatos entre Nikolas e Bolsonaro para evitar possível obstrução da Justiça.
Moraes cobra explicações e Nikolas responde
Ainda nesta quarta, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro explique, em até 24 horas, o motivo de Nikolas estar com um celular durante a visita, quando o ex-presidente ainda cumpria prisão domiciliar. A decisão surgiu após a repercussão das imagens e aumentou a pressão sobre o deputado.
Nikolas Ferreira, por sua vez, negou irregularidades e disse que o aparelho estava com ele “para uso pessoal e não foi usado para comunicação externa”. O parlamentar também afirmou que não recebeu orientação específica sobre a proibição.
A visita do deputado havia sido autorizada pelo STF, mas a decisão previa que todas as restrições anteriormente fixadas deveriam ser rigorosamente cumpridas — incluindo a proibição do uso de celulares por Bolsonaro ou por terceiros em seu entorno.
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