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Análise: Com Êta Mundo Melhor!, Globo mostra que não quer mais correr riscos

Emissora se mostra conservadora ao apostar numa fórmula quase infalível

André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
Êta Mundo Melhor - Dita e Candinho
Êta Mundo Melhor – Dita e Candinho (Globo/ Manoella Mello)

Não é de hoje que a teledramaturgia da Globo anda mais conservadora. Suas mais recentes novelas passam longe da inventividade dos áureos tempos, e o fato de o canal ter apostado em vários remakes no horário nobre mostra isso.

Êta Mundo Melhor!, novidade da faixa das seis da emissora, é a prova máxima desta fase mais “recatada”. Tentando correr o menor risco possível, a Globo decidiu apostar suas fichas numa receita infalível: a comédia romântica de pegada rural que Walcyr Carrasco consagrou nos anos 2000.

A trama traz de volta personagens que encantaram o público em Êta Mundo Bom! (2016), último grande sucesso da faixa das seis. A intenção da Globo é clara: repetir uma receita à prova de erros para evitar deslizes, como a recente Elas por Elas (2023).

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Continuação?

Êta Mundo Bom! já era uma novela feita para dar certo. Após dar expediente em várias faixas da Globo, Walcyr Carrasco voltou ao horário que o consagrou em 2016 com uma história graciosa, cheia de personagens carismáticos, humor infantiloide e bordões.

Na mesma esteira surge Êta Mundo Melhor!. Trata-se de uma continuação, já que a nova história criada por Walcyr Carrasco dá sequência à história de Candinho, que precisa, mais uma vez, enfrentar as armações dos primos Sandra (Flavia Alessandra) e Celso (Rainer Cadete).

Mas, ao mesmo tempo, a trama procura se apresentar como uma nova história, justamente para atrair também aqueles que não assistiram – ou não se lembram – da primeira novela. Na prática, é uma nova história, com os mesmos personagens. A receita também é praticamente a mesma.

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Filho perdido

Sérgio Guizé e Davi Malizia em ‘Êta Mundo Melhor’ – Globo/Fábio Rocha

Curiosamente, o fio condutor das duas novelas é o mesmo. Em Êta Mundo Bom!, Anastácia (Eliane Giardini) buscava o filho Candinho. Já em Êta Mundo Melhor!, é o próprio Candinho quem busca seu filho, sequestrado por Ernesto (Eriberto Leão).

Vilão redimido da primeira novela, Celso também deve repetir a trajetória da primeira novela. Em Êta Mundo Bom!, ele armou para ficar com a herança da tia Anastácia, mas se arrependeu ao se apaixonar por Maria (Bianca Bin).

Já em Êta Mundo Melhor!, Celso ficará viúvo e voltará às maldades. No entanto, a personagem Estela (Larissa Manoela) deve ser a “nova Maria” e recolocar Celso nos trilhos. Tudo isso temperado com o humor leve que costuma atrair público de todas as idades.

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Receita de sucesso

O primeiro capítulo de Êta Mundo Melhor! já deixou bem claro ao público que a ideia é apostar no que deu certo. Tanto que, para o público, rever Candinho é praticamente reencontrar um velho amigo. Nem parece que já faz quase dez anos que Sergio Guizé viveu Candinho pela primeira vez.

Dos novos personagens, destaque para Zulma (Heloisa Périssé), que já disse a que veio, com cores de vilã de contos de fada. A personagem resume bem o que será a novela: uma história leve, bem-humorada, com maldades quase farsescas.

Por essas e outras, é bem pouco provável que Êta Mundo Melhor! dê errado. A novela reúne todos os ingredientes que sempre funcionaram muito bem no horário e ainda conta com o fator nostalgia a seu favor. É praticamente à prova de erros.

**As críticas e análises aqui expostas correspondem à opinião de seus autores

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André Santana
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