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Saiba mais sobre a nova trama das sete, ‘O Tempo Não Para’

Saiba mais sobre a nova trama das sete, ‘O Tempo Não Para‘, que estreia nesta terça-feira (31). Quem vive no […]

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Wandreza Fernandes
Wandreza Fernandes
Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.
O Tempo não Para - Marocas e Samuca (Globo/João Miguel Júnior)
O Tempo não Para – Marocas e Samuca (Globo/João Miguel Júnior)

Saiba mais sobre a nova trama das sete, ‘O Tempo Não Para‘, que estreia nesta terça-feira (31).

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Quem vive no século XXI já se acostumou a uma rotina agitada. Atender ao celular enquanto responde ao e-mail, ficar preso em um trânsito caótico e fazer compras online parecem situações corriqueiras para os dias de hoje. Manchetes anunciando a chegada do homem à lua, as guerras mundiais, a construção de aviões, a invenção da penicilina e o surgimento da internet seriam notícias velhas se estampassem a capa de um jornal na atualidade. Só surpreenderia mesmo alguém que fosse de outra época e viesse parar neste século por uma obra do destino ou do acaso. É o que acontece com os Sabino Machado, uma família do século XIX. Após o naufrágio de um navio, eles ficam congelados por 132 anos e despertam em uma São Paulo pulsante e turbulenta, em pleno 2018.

Na próxima novela das sete, ‘O Tempo Não Para’, escrita por Mario Teixeira e com direção artística de Leonardo Nogueira, a família e seus agregados vão se deparar com mais de cem anos de revoluções sociais, inovações tecnológicas e conquistas científicas que agregaram novos valores e comportamentos à sociedade, gerando um imenso choque temporal e cultural. São treze pessoas que congelam: Dom Sabino (Edson Celulari), Dona Agustina (Rosi Campos), Marocas (Juliana Paiva) e as gêmeas Nico (Raphaela Alvitos) e Kiki (Nathalia Rodrigues), os escravos Damásia (Aline Dias), Cairu (Cris Vianna), Cesária (Olivia Araujo), Menelau (David Junior) e Cecílio (Maicon Rodrigues), o guarda-livros Teófilo (Kiko Mascarenhas), a preceptora Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho) e o jovem Bento (Bruno Montaleone), além do cão fox terrier Pirata.

Em 2018, um imenso bloco de gelo se aproxima da praia do Guarujá, em São Paulo. Samuca (Nicolas Prattes), empresário engajado em causas sociais, humanista e dono da holding SamVita, está surfando e é o primeiro a avistá-lo. Ele fica intrigado com o imenso bloco, perplexo e fascinado ainda mais pelo rosto sereno e belo de Marocas, emoldurado pelo gelo translúcido. Uma fissura ameaça partir o bloco e Samuca, no ímpeto de salvar Marocas, se agarra ao pedaço do iceberg em que ela está. Eles são puxados pela corrente e chegam à fictícia Ilha Vermelha.

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Já os demais membros da família continuam congelados e são levados para a Criotec, laboratório especializado em criogenia, a ciência que estuda a manutenção da vida sob baixa temperatura. A chegada do iceberg se torna caso de segurança de estado e gera curiosidade e comoção nacional. Aos poucos, cada um dos “congelados” despertará à sua maneira e terá que enfrentar a realidade contemporânea e as particularidades das relações humanas no século XXI.

É uma novela absolutamente divertida e contemporânea. Vamos falar sobre o choque de relações e emoções e a forma como essas pessoas vão se adaptar a esse novo mundo”, explica Mario Teixeira. “O que une as duas épocas é uma linguagem bem moderna na forma de contar. Os ‘congelados’ vão adorar 2018. A única coisa da qual vão ficar saudosos é da ética do século XIX”, complementa Leonardo Nogueira.

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A família Sabino Machado e a Fazenda Nossa Senhora do Ó, São Paulo, 1886

Em 1886, a extensa e idílica fazenda Nossa Senhora do Ó é um deleite para quem aprecia a natureza. Flores vermelhas de hibisco, árvores frondosas e um lago no jardim, diante da fachada amarela com janelas de madeira, dão boas-vindas a quem chega. De tão amplo o terreno, é possível perder de vista seus limites. Essa propriedade é um dos bens da família Sabino Machado, que é descendente direta de bandeirantes. Um de seus ancestrais saiu desbravando o interior de São Paulo e construiu um pequeno império.

Dom Sabino é o patriarca desta família e está sempre pensando no bem-estar de todos à sua volta. Apesar de sonhar com um título na nobreza, ele dispensa cerimônias e etiquetas. É um homem de hábitos simples e adora participar dos serviços braçais de sua fazenda, o que gera muitos momentos inusitados, como desatolar uma vaca, por exemplo. Ele casou com Dona Agustina (Rosi Campos), uma crédula dona de casa, e da união deles nasceram Marocas (Juliana Paiva) e as gêmeas bivitelinas Nico (Raphaela Alvitos) e Kiki (Nathalia Rodrigues).

Primogênita, Marocas é divertida, inteligente, curiosa e corajosa. Muito disso se deve à educação que recebeu do pai. Por muito tempo, Dom Sabino sonhou ter um filho homem para compartilhar todo seu conhecimento e delegar a administração de suas riquezas. O herdeiro de Dom Sabino não veio, mas nem por isso Marocas foi preterida. Muito pelo contrário. Ele a criou com toda dedicação, proteção, amor e incentivo necessários para ser independente em pleno século XIX: domar um cavalo, aprender línguas, ter aulas de cálculo… Era muito mais do que uma moça de família daquela época poderia sonhar. Ela estava pronta para a vida. E, para ele, só faltava encaminhá-la a um bom casamento.

Certo dia, Marocas dá uma escapulida para um banho de riacho acompanhada de sua dama de companhia, Damásia (Aline Dias). Apesar de o córrego estar localizado dentro das terras da fazenda Nossa Senhora do Ó, um grupo de formandos da Academia de Direito surge de repente para um mergulho. As moças se escondem no mato e ficam observando os rapazes.

Entre eles está Bento (Bruno Montaleone), que as surpreende no “esconderijo”. Vestindo roupas íntimas e sem poupar cortejos, ele se apresenta como um poeta e fica obcecado por Marocas, pois nunca vira uma moça tão radiante e destemida. Ele mostra a anágua que ela havia deixado à beira do riacho pedindo um beijo em troca. Nesta hora, Dom Sabino aparece e flagra a cena: um desavergonhado vendo sua filha seminua exige uma reparação com sangue. O tiro atinge Bento nas nádegas e ele resolve forjar sua morte para impedir que Dom Sabino queira terminar o serviço e promove o próprio velório.

Marocas fica devastada quando descobre que o rapaz morreu por sua causa e, à noite, foge de casa para o funeral ao lado de Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho), sua preceptora. Lá, todos descobrem que o velório é uma farsa, e diante de tamanha confusão e a fim de reparar todo o mal feito à sua filha, Dom Sabino só vê uma solução: o matrimônio. Ele ordena que Bento se case com Marocas. Audaciosa, a moça bate o pé, diz que não casa, mas não consegue escapar do vestido de noiva.

Chega o dia do casamento. Já no altar diante do padre, o lado obstinado de Marocas fala mais alto. Ela diz “não” ao matrimônio. Dividido entre o medo do escândalo e o orgulho da filha, Dom Sabino decide viajar com toda a família e os agregados para a Europa a fim de mantê-la longe do falatório da cidade e aproveitar para conhecer o estaleiro que comprara em Londres.

O naufrágio do Navio Albatroz, 1886

O moderno vapor Albatroz espera a família no porto do Rio de Janeiro. É a embarcação tida como mais segura na época, e as melhores cabines foram reservadas para as necessidades de Dom Sabino, que embarca com a esposa, Agustina, e as filhas Marocas, Nico e Kiki. O guarda-livros Teófilo, a preceptora Miss Celine, os escravos, Damásia, Cesária, Cairu,  Menelau e Cecilio, além do cachorro Pirata vão juntos. Quem também está a bordo é Bento. Por sorte (ou azar), sem saber que a família Sabino Machado estaria lá, o rapaz está trabalhando como garçom no navio.

Para Dom Sabino, esta é também uma viagem de conhecimento, e ele resolve reviver a rota percorrida por Charles Darwin, passando pela Patagônia. Por obra do destino, o navio colide com um iceberg de proporções monumentais. Uma enorme fresta se abre no casco e começa a entrar água. A família Sabino Machado e seus agregados se reúnem no convés do navio e começam a clamar aos céus por um milagre. O buraco no casco só aumenta e a tragédia é inevitável: o Albatroz naufraga em um oceano congelante.

132 anos depois… São Paulo, 2018

Impulsionado pela maré, um imenso bloco de gelo é avistado pela guarda costeira na praia do Guarujá, litoral de São Paulo. A água morna do Atlântico faz com que ele perca volume rapidamente. Na praia, ao ver aquela massa enorme aproximando-se da costa, os banhistas entram em pânico. Marinha e imprensa começam a chegar, enquanto alguns surfistas saem da água. Menos Samuca (Nicolas Prattes).

Apesar da aparência jovial, Samuel Tercena é um respeitado empresário, visionário e humanista. O trabalho e a criatividade fizeram de Samuca um dos homens mais ricos da América Latina. Ele inventou um tipo de adubo orgânico, chamado Vitae, que revolucionou o plantio e as formas de produção agrícola e, com isso, conseguiu erguer a holding Samvita, um conglomerado de empresas que produz incrementos agrícolas, alimentos, perfumaria e cosméticos naturais e financia startups. É uma referência mundial em sustentabilidade e produtividade.

Ainda na água, Samuca se aproxima do bloco de gelo e percebe as pessoas congeladas. Em cima de sua prancha, percorre toda a borda do iceberg e a reação imediata é de surpresa e espanto. Até se deparar com Marocas (Juliana Paiva). Ele fica perplexo e fascinado ao ver o belo e sereno rosto da moça através daquele monumento glacial. Ele ainda não sabe, mas há uma família inteira congelada ali dentro, há 132 anos.

Um helicóptero da Marinha sobrevoa o local. Usando um megafone, o oficial Mateus Gonzaga (Raphael Vianna) ordena que Samuca se afaste. Ele hesita, pois está fascinado com a visão da linda moça que parece dormir candidamente dentro do iceberg. O rapaz percebe que a parte do bloco em que Marocas se encontra está prestes a rachar e se agarra a ele no ímpeto de salvá-la. O pedaço do gelo se desprende, eles são puxados pela corrente e chegam à fictícia Ilha Vermelha.

Em terra firme, começam a correr boatos dos mais variados tipos. Parte da população começa a desconfiar de que pode se tratar de uma ação de marketing, enquanto outros falam em terrorismo. Teorias conspiratórias pipocam em todas as mídias e sugerem até que os “congelados” são seres de outro planeta. Enquanto a imprensa está em polvorosa, o governo tenta abafar a situação e o caso vira segredo de Estado.

 O encontro de Marocas e Samuca

Enquanto isso, em São Paulo, Betina (Cleo) já está angustiada sem notícias do noivo e sócio, Samuca. Eles têm uma reunião importantíssima com o milionário Amadeu (Luiz Fernando Guimarães), que está disposto a doar sua fortuna para a SamVita. Samuca jamais perderia essa oportunidade, o que aumenta a aflição sobre o paradeiro dele.

Além de Betina, quem também está preocupada é Carmen (Christiane Torloni), mãe do rapaz e a outra sócia da SamVita. Quando o filho some e ninguém consegue encontrá-lo, Carmen está justamente na sede da SamVita tentando distrair Amadeu, que não deixará barato esse furo de Samuca.

Elmo (Felipe Simas) é o melhor amigo do rapaz e sabe que ele estava surfando no Guarujá. Ele e Betina então pegam um helicóptero em direção ao litoral e lá encontram parte da prancha quebrada na areia e ficam ainda mais angustiados.

Na fictícia Ilha Vermelha, Samuca sai do mar, exausto, carrega Marocas e consegue reanimá-la. Ela abre os olhos pela primeira vez após 132 anos, encara Samuca e fica espantada. Para ela, aquele rapaz com traje de banho está nu. Esbraveja que ele é um libertino, acredita que seja um pirata que a sequestrou e clama por socorro. Samuca tenta se explicar, apesar de estranhar os trejeitos e vocabulário da moça, mas Marocas está escandalizada e assustada.

Em meio aos seus gritos, surgem Marino (Marcos Pasquim) e Monalisa (Alexandra Richter), um casal que abandonou a vida na cidade grande para morar na ilha paradisíaca. Enquanto Marocas tenta se explicar, um temporal ameaça cair. Monalisa a ampara e chama os dois para se abrigarem da tempestade na casa dela, mas Marocas, bastante desnorteada, acaba fugindo. Marino, Monalisa e Samuca saem à procura de Marocas e a encontram desmaiada numa estrada. Os três decidem levá-la urgentemente ao hospital.

Marocas é colocada em coma induzido. Samuca admira cada contorno de seu rosto e chega a se perguntar, em voz alta, se estaria apaixonado por ela. A essa altura, Carmen, Betina e Elmo já estão no hospital, e, à espreita na porta, Betina escuta a declaração do noivo e não esconde sua revolta. O sangue ferve e ela cobra explicações, quer entender que disparate é esse. Ela não gosta do interesse repentino e gratuito do noivo pela “bela adormecida” e percebe que a presença de Marocas é uma ameaça ao seu relacionamento, já desgastado.

Assim que Marocas acorda, ela coloca sua roupa e sai do quarto disposta a reencontrar sua família. Samuca a barra no corredor do hospital e, antes que ela possa reagir, promete ajudá-la a chegar ao restante dos “congelados” com a condição de que ela confie nele. Marocas, que já estava grata por ter sido resgatada por ele, aceita a proposta. Os dois fogem do hospital atrás do restante dos Sabino Machado.

A chegada dos “congelados” à Criotec

Os demais “congelados” são resgatados pelos oficiais da Marinha Waleska (Carol Castro) e Mateus (Raphael Vianna) e levados para a Criotec, um laboratório especializado em criogenia. Lá ficam em observação em cápsulas que conservam a temperatura corporal, sob a responsabilidade de Petra Vaisánen (Eva Wilma), médica especialista no assunto.

Petra e sua equipe fazem diversos exames nos “congelados” e chegam à conclusão de que todas suas funções vitais estão preservadas, o que os deixam ainda mais intrigados. Para entender como essas pessoas ficaram congeladas e sobreviveram sem qualquer sequela, doutora Petra começa a correr atrás de financiamento para as pesquisas. O primeiro nome que lhe vem à cabeça para investir no estudo é o de Samuca (Nicolas Prattes), principalmente porque, a essa altura, todos já sabem que ele resgatou uma das “congeladas”, Marocas (Juliana Paiva).

Um dos primeiros indícios que levam Petra a desconfiar da origem dessas pessoas é o vestuário e, por isso, coloca todas as peças de roupa para análise. São vestidos longos, ternos e casacas solenes, tal qual pessoas do século XIX. Petra só sabe se perguntar se aquelas pessoas estariam congeladas desde então.

Em meio à aura de dúvidas sobre os “congelados”, Dom Sabino (Edson Celulari) desperta. Ele questiona Herberto (Cláudio Mendes), o médico que está vigiando a sala das cápsulas, sobre onde está e por que teria sido enterrado vivo naquele “ataúde”. Como se tivesse ouvido os clamores da primogênita, começa a questionar o paradeiro de Marocas. Herberto tenta explicar que eles estavam congelados e Dom Sabino fica impaciente com a ausência de respostas plausíveis. Até que repara nas cápsulas vizinhas e percebe toda sua família em estado apático. A imagem é forte demais para Dom Sabino, que é levado ao hospital.

E nasce uma amizade improvável

Dom Sabino (Edson Celulari) acorda completamente desorientado e com uma máscara de oxigênio no rosto. No leito, ao lado da sala de recuperação, está Eliseu (Milton Gonçalves), um catador de material reciclável, que sofreu uma crise no nervo ciático e foi levado à emergência.

Eliseu está acompanhado de sua neta Paulina (Carol Macedo), embora ela não saiba e seja criada como filha. Eliseu observa aquela curiosa figura com roupas e vocabulário totalmente deslocados no tempo falando que precisa encontrar a filha e seguir para sua fazenda na Freguesia do Ó. Ele se compadece com a clemência do sujeito e, percebendo que não está em seu perfeito estado, oferece ajuda. Dom Sabino aceita na hora, afinal, está ansioso por rever Marocas e de fato precisa de um guia para orientá-lo em um lugar tão “esquisito”.

Nada poderia ter preparado Eliseu e Paulina para o que eles testemunhariam. Mal coloca os pés na rua, Dom Sabino tem um sobressalto. Os sinais e o trânsito, cheio de “carroças motorizadas”, são uma visão inédita para ele. Paulina chama um táxi para os três, e Dom Sabino fica admirado com a curiosa carruagem que se aproxima. Eles seguem em direção à Freguesia do Ó, onde Eliseu mora, e o caminho é um espetáculo de luzes e cores da cidade grande para o patriarca dos Sabino Machado, que ainda acredita estar no século XIX.

Ao chegar à casa de Eliseu, Dom Sabino se surpreende com cada modernidade que se apresenta. Uma simples luz elétrica, uma torneira ou uma privada parecem engenhocas de última geração. Só poderiam estar em Paris, Dom Sabino pensa. Acredita que o Albatroz sofreu um desvio de rota e foi parar na cidade luz. Nesta incursão pelo novo mundo, Dom Sabino sente que Eliseu poderá ajudá-lo a encontrar sua família. Ele nem imagina tantas descobertas que o aguardam pela frente.

A pensão de Coronela

Também na Freguesia do Ó está localizada a pensão de Coronela (Solange Couto). Uma viúva que herdou o título do falecido marido e o imóvel de onde tira seu sustento. É a fofoqueira mor do bairro e vive uma relação de gato e rato com Januza (Bia Montez), uma de suas funcionárias. Ela está sempre arrumando um jeito de atrair mais clientela para seu empreendimento e seus olhos vão brilhar quando descobrir a história dos “congelados”. Será capaz de reformar parte de sua pensão para conquistá-los e, claro, garantir uns aluguéis mais caros.

Coronela é mãe da oficial de Marinha Waleska (Carol Castro) e elas moram no sobrado ao lado da pensão. Mais discreta, Waleska sente certa vergonha do jeito despachado e expansivo da mãe, que gera alguns momentos cômicos e outros embaraçosos para ela. A oficial tem um relacionamento escondido com Elmo (Felipe Simas) e na maioria das vezes eles se encontram, literalmente, às escuras: Elmo pula a janela do quarto de Waleska.

Apesar de não assumi-lo, Waleska vai se surpreender ao descobrir que o sentimento pelo rapaz é mais forte do que imaginava, quando ele começa a se aproximar de uma das “congeladas”, Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho). Mesmo sendo extremamente esperta, Waleska nem desconfia da paixão que seu colega de trabalho, Mateus (Raphael Vianna), nutre por ela.

Roupas e visuais evidenciam as diferenças entre “congelados” e “contemporâneos”

As equipes de figurino e caracterização estão trabalhando para evidenciar as singularidades entre os núcleos “congelado” e “contemporâneo” e o choque proveniente do encontro entre personagens de séculos diferentes. A figurinista Paula Carneiro adotou cores mais vivas e quentes para a família Machado e seus agregados, enquanto os personagens de 2018 seguem uma linha com cores mais sóbrias.

Já a caracterizadora Juliana Mendes dá ênfase às diferenças principalmente através de penteados, cortes e tatuagens. “Para conceituar a caracterização, o exercício era imaginar, o tempo todo, o que pessoas do século XIX pensariam se vissem pessoas do século XXI. O visual dos personagens contemporâneos é bem representativo das mudanças que ocorreram nesses 132 anos”, pontua Juliana. Por isso, a equipe explora cabelos mais curtos para as mulheres, o que era improvável em 1886, além de cabelos coloridos e raspados.

Como a novela parte de uma premissa improvável e tem muito humor, foi possível contar com uma licença poética e não se prender tanto às referências da época. “É uma novela bem colorida e buscamos uma alegria nos trajes dos congelados”, explica a figurinista Paula Carneiro.

Entre os “congelados”, há muita textura, xadrez e listras misturadas no mesmo look. O patriarca Dom Sabino (Edson Celulari) usa roupas com estilos mesclados. A gravata e a calça são xadrez, mas de padrões diferentes. A protagonista, Marocas (Juliana Paiva), é dona de uma personalidade forte e isso fica perceptível no visual dela.  A maioria das mulheres da época usava “anquinha”, uma espécie de armação sob as saias para dar volume, mas ela não é adepta desse artifício. “Marocas não é uma mocinha, ela foi criada igual a um homem pelo pai. Queríamos que ela tivesse uma personalidade, uma força e uma beleza muito exclusivas”, conceitua Paula. Isso também fica marcado na caracterização de Marocas, que, já em 1886, tem uma postura mais moderna, de vanguarda. “Trabalhamos com tranças mais soltas e largas. Na época as mulheres usavam o cabelo preso, então isso já é um sinal da independência dela”, comenta Juliana Mendes

Peças em couro colorido são marca de Marocas. Uma das composições é casaco de couro azul, saia pintada a mão, corset de couro vinho e pochete. Ela também usa muito obi, uma faixa típica japonesa, de couro. Já em 2018, um tempo depois de descongelar, Marocas vai inserir algumas peças modernas ao visual. Ela vai seguir uma linha vintage, misturando alguns elementos de brechó com outros modernos, sem perder sua essência. Há também a mistura de rendas, tules e muitos tecidos que eram usados no século XIX com releitura atual.

Também no século XXI, todo o engajamento social e estilo de vida sustentável de Samuca (Nicolas Prattes) se refletem em sua forma de se vestir. Ele preza pelo conforto acima de tudo: calça de sarja, camiseta e sandálias de cortiça. “Ele traz seu ideal de vida para o visual. Samuca tem um lado mais cool, descolado, de não dar tanto valor para a estética”, explica Paula. Já Carmen (Christiane Torloni), sua mãe, é uma mulher cosmopolita e moderna, que com um simples blazer e uma camisa deixa seu charme e sensualidade visíveis. Betina (Cleo) tem um estilo mais clean. É adepta de casaco com pele falsa, sapatos sem salto e roupa de veludo molhado. A diferença entre Marocas e Betina é evidente no figurino e também na caracterização. Enquanto Marocas tem um cabelo longo, Betina usa um corte curto e com mechas mais claras. Para a personagem, Juliana Paiva escureceu as madeixas e colocou mega hair, enquanto Cleo cortou e clareou os fios.

Já para o núcleo da pensão de Coronela (Solange Couto), na Freguesia do Ó, Paula conta que vai adotar muita sobreposição com estampas e listras, destacando a alegria única daquele espaço. Da Freguesia do Ó para o Jardins, a estilista Zelda Larocque (Adriane Galisteu) tem um estilo que se destaca. Ela se expressa de forma retrô e rock’n’roll. Usa peças rasgadas e com inspiração no Festival deWoodstock.

Outro elemento de caracterização que marca a diferença entre épocas é a tatuagem, que no século XIX era usada apenas por piratas e presidiários. Isso causará um enorme estranhamento – e muitas confusões – por parte dos “congelados” diante de personagens como Elmo (Felipe Simas) e Betina (Cleo), que têm diversas tatuagens visíveis.

A equipe de Juliana Mendes também teve um cuidado para tirar marcas de vacina dos “congelados”. Quando eles ficam na cápsula de criogenia, há uma maquiagem para deixá-los com o rosto mais pálido, afinal, não viram a luz do sol por 132 anos.

Cenografia e efeitos visuais e especiais se integram para as cenas de naufrágio do barco e bloco de gelo

As sequências de naufrágio do barco da família Sabino Machado demandaram um esforço conjunto das equipes de efeitos visuais e especiais, além da cenografia. O navio Albatroz completo foi modelado em 3D pela equipe de efeitos visuais, mas contou com alguns cenários para as gravações, como o convés, o salão de jantar, as cabines e a sala de máquinas.

Medindo 24 m², o cenário da casa de máquinas foi construído dentro de um tanque com capacidade para 90 mil litros de água e foi inundado em apenas 20 segundos, para mostrar a área que se choca com o iceberg.

Já a simulação do iceberg e descongelamento foi um trabalho para a equipe de efeitos visuais. Cerca de 30 pessoas foram destacadas para essas sequências, que exigiram um estudo aprofundado para reproduzir o bloco de gelo em que os “congelados” estão. Foi necessário planejar toda a estrutura, da textura ao formato, até a translucidez e os pequenos cascalhos que caem no processo de descongelamento.

O imenso bloco de gelo mede 30 metros de comprimento, com 17 metros de largura e 16 metros de altura. Para gravar as cenas, foi colocado um chroma key em alto-mar sustentado por uma balsa de mesma dimensão do iceberg.

Também foram simulados virtualmente detalhes como a fumaça do navio, a rachadura no casco feita pelo iceberg, o mar e a reação da água quando bate no barco, gerando onda e espuma. Além disso, a equipe de efeitos visuais também cuidou da reconstituição de época: a praça XV e as construções do Rio de Janeiro do século XIX, onde a família embarca.

Para marcar a passagem de tempo de 132 anos – de 1886 a 2018 – e o período em que o grupo fica congelado, foi desenvolvido um trabalho de grafismo com diversos acontecimentos históricos do período: imagens das guerras mundiais, fotos de ícones da ciência, da arte e do esporte, entre outros marcos.

De 1886 para 2018: a riqueza da cenografia e da arte para dar unidade a essa história

Um dos conceitos do trabalho, que está presente nos séculos XIX e XXI, é a presença de cores vibrantes pontuais. “Vamos ter alguns elementos com cores mais explosivas que se destacam. Isso é algo que está presente na novela desde o princípio e ajuda a criar um vínculo entre as duas épocas”, explica o cenógrafo Keller Veiga, que assina ao lado de Alexis Pabliano e Gilson Santos. “Tem a forte presença das cores vermelha, laranja e amarela na nossa paleta”, complementa a produtora de arte Angela Melman.

A cidade cenográfica da novela ocupa um espaço de quase 10 mil metros quadrados nos Estúdios Globo e reproduz o bairro paulistano Freguesia do Ó. Para dar vida a esse bairro tradicional de São Paulo, a cenografia trouxe elementos característicos do local, como cores quentes, grafite e muretas.  Há cerca de trinta construções na área, entre elas a loja de cosméticos de Mazé (Juliana Alves), o cortiço onde Marciana (Cyria Coentro) mora, uma padaria, um bar e a SamVita, que é um dos principais pontos de encontro dos personagens da novela.

O prédio da empresa de Samuca (Nicolas Prattes) é moderno e traz uma proposta “inteligente”: é formado por duas torres de vidro de 9 metros de altura interligadas por mezaninos, e conta com a fachada antiga, pois a construção foi erguida onde havia um prédio de outra época e que passou por revitalização. “Essa já é uma política de uso do espaço urbano de arquitetos e urbanistas. Consiste em manter a fachada, zelar por ela e criar um interior. O estilo de vida do Samuca permite essa arquitetura e essa proposta estética para simbolizar esse tipo de ideal que ele carrega”, conceitua Keller Veiga. A ideia é integrar o exterior com o interior e proporcionar o uso da luz natural e um ambiente de trabalho mais descontraído. Tendo em vista essa proposta, há escorrega, café, academia e bicicletário, por exemplo.

“Os espaços da SamVita são integrados e possuem ambientes multiuso e salas de convivência com mesões, onde os funcionários trabalham entre puffs, sofás e cadeiras. Os profissionais usam laptop em vez de desktop”, explica Angela Melman. Além disso, seguindo a linha de sustentabilidade da empresa, os funcionários levam suas próprias canecas e squeezes para evitar o uso de plástico. “A SamVita traz uma proposta inspirada nas principais startups mundiais. É um ambiente que foge de formalidades ou padrões”, complementa Angela.

Outro cenário interessante da novela é a Criotec. Ela conta com área de recepção, restaurante, escritórios e a sala das cápsulas criogênicas. “Queremos trazer um aspeto de modernidade e futurismo para esse laboratório”, explica Alexis Pabliano. A Criotec conta com painéis em acrílico que funcionam como telas de computador touch screen no ar, como se a imagem flutuasse.

Uma novela e cinco destino

A equipe da novela viajou para cinco destinos diferentes nos meses de maio e junho para as cenas iniciais. O primeiro deles foi Guarujá, em São Paulo, onde foram rodadas as sequências em que o bloco de gelo chega à orla e Samuca se aproxima desse monumento. A Praia do Pernambuco, que foi usada como locação, recebeu cerca de 200 pessoas, entre equipe, elenco e figuração.

Logo depois, a produção seguiu para a Costa Verde do Rio de Janeiro. Na Praia de Itaguaçu, localizada em Ilha Grande, foram captadas as cenas em que Marocas desperta nos braços de Samuca após o descongelamento, na fictícia Ilha Vermelha.

As sequências do século XIX contam com locações em Mangaratiba e Sapucaia, localizadas no interior da capital fluminense. Seguindo viagem, diversos pontos importantes de São Paulo também foram set da novela no século XXI, como a Avenida Brigadeiro Faria Lima, a Freguesia do Ó, a Praça da Sé, a Avenida Paulista, a Ponte Estaiada e a Oscar Freire.

“Estamos com imagens lindíssimas. Temos praia, fazenda, além de uma São Paulo moderna para ajudar a ilustrar esse impacto dos ‘congelados’. É fundamental para a história dar essa vida às cenas, porque a trama é ágil e tem muito movimento. Fomos muito bem recebidos em cada um desses destinos e estamos muito felizes com as locações”, explica o diretor artístico Leonardo Nogueira.

De Mario Teixeira, com direção artística de Leonardo Nogueira, ‘O Tempo Não Para’ estreia nesta terça, dia 31 de julho. A novela conta com colaboração de Bíbi Da Pieve, Marcos Lazarini e Tarcísio Lara Puiati, pesquisa de texto de Yara Eleodora e direção-geral de Marcelo Travesso e Adriano Melo.

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