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Guerra Irã x Israel: André Lajst, Diogo Chiuso e Sérgio Utsch comentam no The Noite os desdobramentos do conflito e o ataque dos EUA

Especialistas analisam o impacto da ofensiva americana, a reação da comunidade internacional e os riscos de uma escalada global no Oriente Médio

The Noite
The Noite (Lourival Ribeiro/SBT)

The Noite com Danilo Gentili desta quinta-feira, 26 de junho, recebe três convidados para uma conversa urgente e necessária sobre um dos momentos mais tensos da geopolítica mundial nas últimas décadas. Na última semana, os Estados Unidos atacaram bases nucleares iranianas, numa ação direta que reafirmou, de forma inédita e explícita, o apoio militar a Israel no confronto com o Irã.

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Para analisar o que está por trás dessa ofensiva, os possíveis desdobramentos e os impactos para o mundo, o programa reúne Sérgio Utsch, correspondente do SBT em Londres; André Lajst, doutorando em Ciências Políticas e presidente do Stand With Us Brasil; e Diogo Chiuso, editor do portal Não é Imprensa e diretor do documentário “A Nação que Sobrevive no Deserto”, que estreia nesta quinta-feira.

Confira abaixo alguns dos tópicos abordados no programa e o ponto de vista dos especialistas:

Ataque preventivo ao Irã

Sérgio Utsch – “É um ataque preventivo. O Irã estava com uma quantidade grande, mais de 400 quilos, de urânio enriquecido a mais de 60%. Isso, segundo os especialistas, é muito próximo do que é necessário para uso militar, que é de 90%. A intenção dessa operação foi inviabilizar o Irã, principalmente o processo de transformação para chegar aos 90% e fazer uma bomba nuclear.”

Eficácia dos ataques

Sérgio Utsch – “Neste momento, há um grande ponto de interrogação sobre se esses ataques dos Estados Unidos, de fato, inviabilizaram (o programa). A afirmação do presidente Donald Trump e dos israelenses é que eles destruíram (as bases), mas há muitas dúvidas sobre isso, e elas vão levar algum tempo para ser esclarecidas.”

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Reação internacional e posição do Brasil

Sérgio Utsch – “Houve um apoio generalizado (dos europeus). Inclusive o chanceler alemão Friedrich Merz usou uma expressão que ganhou muito destaque, dizendo que Israel está fazendo por nós o trabalho sujo que todos precisamos fazer: destruir essa possibilidade de o Irã fabricar uma bomba nuclear. Na nota do Governo Brasileiro, há um detalhe interessante: afirma ser contra a proliferação nuclear, mas não cita o Irã e condena o ataque a bases nucleares com base nas leis internacionais que proíbem esse tipo de ação.

Diogo Chiuso – “O mundo inteiro está sendo muito ponderado ao se posicionar, porque a Agência Internacional de Energia Atômica já vinha apontando problemas no programa nuclear iraniano. Ninguém que visa um fim pacífico faz enriquecimento de urânio a 60% ou constrói uma usina embaixo de uma montanha.

Crítica ao Itamaraty

André Lajst – “O Itamaraty condena esse ataque, mas, quando a Rússia atacou uma base nuclear na Ucrânia, ficou em silêncio. Esse tipo de dois pesos e duas medidas faz com que a política externa do Brasil seja vista, fora do país, como uma política não séria. Isso enfraquece o Brasil.”

Diogo Chiuso – “A posição é sempre a mesma — principalmente do governo Lula — de ser parceiro de países ditatoriais e autoritários. Eles gostam disso, e isso é histórico. A diferença hoje é que o Itamaraty parece ter entrado de cabeça nisso. Sempre foi muito ponderado, mas agora foi muito agressivo.”

Acreditam em uma III Guerra Mundial?

Sérgio Utsch – “Acho que as chances hoje são menores do que as de ontem, mas maiores do que as de cinco anos atrás. Nos últimos anos, principalmente depois da invasão da Ucrânia e com essa mudança geopolítica na Europa, tudo ficou muito grave, fora do patamar normal.”

André Lajst – “Não acredito porque, para ela acontecer, é necessário que vários elementos se alinhem, incluindo duas grandes potências. Não vejo China e Rússia com interesse em unir forças.”

Tivemos um cessar-fogo, não sabemos o que vai acontecer nos próximos meses ou semanas, mas a Rússia está há três anos e meio lutando na Ucrânia e não está ganhando como esperava. A China nunca mandou soldados para regiões inóspitas do mundo para proteger regimes alheios. Tem um grande exército, mas voltado para proteger o próprio território. No máximo, poderiam usá-lo para ocupar e anexar Taiwan.”

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“Não vejo nenhum dos dois países, principalmente do ponto de vista ideológico, alinhados ao governo dos aiatolás a ponto de mandarem armas para ajudar o Irã, muito menos aviões, soldados etc. Esses tentáculos que o Irã tinha ainda existem, mas foram drasticamente danificados: o Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iêmen, as milícias xiitas pró-Irã no Iraque e na Síria e, após a queda do governo da Síria, essas milícias já foram embora. Além do Hamas e da Jihad Islâmica em Gaza. Esse era o escudo de prontidão do Irã para tentar se proteger, mas foi danificado, praticamente dizimado ao longo da guerra de 7 de outubro.”

“Por isso, não vejo risco de uma guerra mundial. O Irã não é tão perigoso quanto a Alemanha nazista ou a da Primeira Guerra Mundial. Em 10 ou 12 dias, praticamente três quartos dos lançadores de mísseis deles foram destruídos. Fábricas de drones foram destruídas. O espaço aéreo foi controlado por Israel. A guerra acabou em pouco tempo. Isso demonstra que a força que eles diziam ter era muito menor, e a vitória militar, especificamente do Ocidente, foi muito maior do que se imaginava.”

Base nuclear de Fordow

André Lajst – “Existem notícias de que o serviço secreto de Israel já mandou pessoas para Fordow, que é aquela base enterrada dentro da montanha, e que já fizeram a verificação da destruição. E, realmente, ela foi completamente destruída.”

Trump, eleições e papel dos EUA

André Lajst – “Um dos slogans da campanha do Trump foi que ele vai terminar com as guerras. Você tem um tabuleiro em que parte dos conflitos não é de interesse dos Estados Unidos, e, principalmente, não é de interesse do eleitorado do Trump, já que parte dos republicanos é contra guerras e não quer gastar dinheiro no exterior. São tão protecionistas que querem que o dinheiro fique no país e seja usado para outras coisas.”

“O que ele fez ao atacar foi encurtar o tempo da guerra, porque Israel teria que fazer isso sozinho e demoraria mais. Israel não tem os aviões que os Estados Unidos têm. Claro, Israel tem uma grande força aérea, mas para destruir Fordow seria mais rápido com a ajuda americana. Os Estados Unidos, ao fazerem um ataque pontual nessas três bases e saírem, estão literalmente não entrando na guerra. Estão fazendo uma operação pontual para destruir um perigo e uma ameaça imediata de uma possível bomba nuclear.”

Danilo Gentili é substituído no comando do ‘The Noite’

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h45.

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