A entrevistada do ‘Ofício em Cena’ da próxima terça-feira, dia 2 de junho, dedica 50 de seus 72 anos à televisão. Aprendeu a ser atriz na prática, numa época em que a televisão era feita ao vivo e sem videoteipe. Com muita sinceridade e senso de humor apurado, Susana Vieira fala do ritmo acelerado do trabalho na TV, da falta que sente de textos mais longos em novelas, da sua relação com atores mais jovens e ainda diz o que considera uma das maiores dificuldades para os atores no Brasil: fazer bem as cenas de briga, que realmente convençam o público.
Susana conta que o figurino é essencial no processo de construção de suas personagens. “Eu não construo nada. Eu chego praticamente nua, porque a primeira coisa para mim, o mais importante da personagem, não é o texto nem o diretor. É a figurinista”. A atriz afirma que quando se caracteriza se sente mais segura: “Quando eu visto a roupa, 50% da minha personagem está pronta. Os outros 50 eu divido entre o autor e o diretor”.
São eles, aliás, o autor e o diretor, quem a direcionam no início de um trabalho, já que Susana garante que só depois de dois meses gravando ela toma conta da personagem. “Até lá o diretor e o autor podem fazer o que quiserem que eu pareço uma tonta: só fico repetindo o texto. No início eu ainda não estou com a consciência da personagem”, explica.
Ela lembra com carinho de José Wilker, seu parceiro em muitas tramas e idealizador do programa ‘Ofício em Cena’, da GloboNews. “Meu melhor marido, meu melhor companheiro, o Wilker me ensinou a brincar. To play, em inglês, é representar, não é verdade? Então, quando a gente vai para um ambiente de trabalho e fica todo mundo procurando a personagem dentro de si profundamente… Não precisa, gente. Estamos no jardim de infância, brincando, a arte de representar não pode ser triste, sacrificada”, conclui.
A entrevista de Susana Vieira ao ‘Ofício em Cena’ vai ao ar na próxima terça-feira, dia 2 de junho, às 23h30, na GloboNews.
