MSN

- Publicidade -

Análise: Doc ‘Meu Ayrton’, versão de Adriane Galisteu, aposta em mostrar um lado de Senna e acerta

O documentário estreou neste mês e está rendendo assunto

Matheus Nunes
Matheus Nunes
Jornalista formado pela UNISUAM (Centro Universitário Augusto Motta) desde 2020. Apaixonado pelo mundo televisivo e tecnológico, atuo na área de entretenimento há dois anos cobrindo reality shows, famosos, televisão e novelas, com passagem por outros portais. No Área VIP, trago as notícias mais quentes da TV e das celebridades.
Adriane Galisteu no documentário (Reprodução: HBO Max)
Adriane Galisteu no documentário (Reprodução: HBO Max)

A ‘HBO Max‘ estreou, no dia 6 de novembro deste ano, o documentário ‘Meu Ayrton’, que é uma obra contando a versão da apresentadora Adriane Galisteu sobre seu relacionamento com o Ayrton Senna, maior piloto de ‘Fórmula 1’ da história brasileira e mundial, que morreu em 1º de maio de 1994, aos 34 anos, por conta de um grave acidente em meio a uma participação no ‘Grande Prêmio de San Marino’, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália.

- Continua após o anúncio -

O documentário é bem curto, pois conta com apenas dois episódios de 50 minutos cada, com direção de João Wainer e produzida pela ‘Magnífica Conteúdo’.

+ Análise: Programa do João promove encontro de gerações e estreia com o pé direito no SBT

Mas isso não faz dele ruim ou de menor importância, muito pelo contrário. É a grande chance que Galisteu teve de contar a sua versão desse namoro midiático que durou um ano e meio – até o último dia de vida dele. Como a própria disse no projeto audiovisual, ela também tem o direito de contar a principal história de sua própria vida, que, para muita gente, foi ‘apagada’ durante tantos anos, e não foi pelo público – que a abraçou.

- Continua após o anúncio -

‘Meu Ayrton’ mostra como era o Senna, um dos homens mais famosos do país na época por conta de seu trabalho na ‘F1’, fora das pistas e do mundo da fama, ele no dia a dia. O projeto aborda muito bem a história do artista, de forma muito respeitosa, mas também exibe um lado dele ‘desconhecido’, já que a construção de sua imagem na mídia é voltada apenas para o lado profissional: o grande herói das pistas de corrida.

+ Análise: Semana de viradas em Vale Tudo evidencia a força da boa teledramaturgia

- Continua após o anúncio -

Mas a verdade é que todo mundo também tem o seu lado em uma história e é essa abordagem da Galisteu, o que torna a produção dela diferente e até mesmo mais real. O documentário da apresentadora destaca o lado mais humano do Ayrton, aquele que ela conviveu durante um pouco mais de 365 dias pela própria vontade dele.

O projeto começa mostrando a história de vida de Galisteu antes da fama, na época em que ela morava na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, contando que ela era de uma família humilde e sua história triste: uma mãe que batalhava muito pela família, um pai alcoólatra e um irmão que com o tempo passou a usar drogas e contraiu HIV, em uma época que a doença não tinha tratamento. Tanto o patriarca quanto o irmão dela acabaram falecendo, e assim começam as perdas da vida de Adriane.

+ Análise: Globo, Record e SBT alteram estratégia de dramaturgia ao apostar em histórias curtas

Em seguida, ela começa a contar como conheceu o Senna, aos 19 anos da idade, e ele tinha 31, que foi em uma pista de ‘Fórmula 1’, na qual era garota propaganda da marca ‘Shell’, que era patrocinadora do Ayrton Senna e segurava as sombrinhas. Galisteu conta que foi ele quem pediu o telefone dela, através de um amigo insistentemente, ela recusou e depois passou, mas não conseguia acreditar que o maior profissional das pistas de corrida queria ser mais próximo dela.

A âncora televisiva relata que a aproximação de Ayrton foi ficando cada vez mais intensa, pela própria vontade dele, levando ela para o apartamento dele, conversando, se conhecendo, a incluindo entre os amigos íntimos dele e virou um relacionamento de fato. Galisteu aborda também o dia em que Senna conheceu sua família, que era uma realidade socioeconômica completamente diferente da dele e sendo o cara mais famoso do país na época, de uma forma muito tranquila, respeitosa e recíproca.

+ Análise: Com Êta Mundo Melhor!, Globo mostra que não quer mais correr riscos

A artista conta que, assim que chegou na frente de sua casa, eles encontraram o irmão dela, que, de acordo com a própria, já tinha problemas com as drogas e traficava para comprá-las, e o rapaz pediu para dirigir o carro do piloto. Ayrton aceitou, Galisteu pediu para ele não emprestá-lo com medo do jovem não voltar com o veículo e o astro brasilerio insistiu que ele voltaria, sim. Adriane conta que o familiar a surpreendeu e retornou com o carro do, até então, namorado.

Adriane mostra que Ayrton conheceu não só a família, mas a história real dela, a falta de grana e sua dura realidade. O piloto a aceitou e a quis mesmo assim em sua vida. Era Galisteu quem mantinha a casa, ela trabalhava para ajudar a mãe a pagar as contas, e o piloto queria se relacionar com alguém que vivesse o seu mundo pessoal e profissional, de muito holofote, mas que provavelmente não fosse da mesma área [fama] que ele.

+ Análise: Apesar dos tropeços, Garota do Momento termina com missão cumprida

Para viver o mundo de Ayrton, Galisteu teria que deixar de trabalhar, de ajudar em casa, e ele assumiu as contas de Adriane e passou a pagar à mãe dela o dinheiro que a apresentadora colocava em casa. A relação ficou mais intensa, Ayrton a levou para morar com ele em sua mansão, em Portugal, o que demonstra que, nos dias atuais, eles viviam até como ‘casados’ sem assinar os papéis.

A partir deste momento, Adriane cita a família de Ayrton, com muita elegância e respeito, mas fica claro que não havia muita proximidade e reciprocidade da outra parte. Um momento marcante do documentário é a parte em que Galisteu diz, como já falou em várias entrevistas, que se um dia eles quiserem marcar um café para conversar, ela deixará o que estiver fazendo.

+ Análise: Guerreiros do Sol prova que Globo ainda tem poder de fogo

Chega a vez em que a apresentadora relata o pior momento de sua vida: a morte de Senna e o enterro dele. A forma em que ela foi inserida naquele contexto, como é de conhecimento público. Esse momento comoveu o Brasil e a comunicadora ganhou a comoção do povo.

Galisteu relata sua fase do luto, afirma que passou cerca de um ano sem direção, sem saber como seria sua vida sem o Senna, sem grana. Neste período, ela foi abraçada por amigos próximos e íntimos de Ayrton: Antônio Carlos de Almeida Braga, mais conhecido como Braguinha, que era um empresário e dono do Bradesco, que faleceu em 2021, e sua esposa. Eles a levaram para morar na casa deles, após a morte do piloto e a ajudaram com tudo que precisava na época.

+ Análise: Estreia de Datena no ‘Brasil do Povo’, da RedeTV!, surpreende pelos seguintes aspectos

Adriane, então, começou a ter uma virada de chave, lançou o livro ‘Caminho das Borboletas’, que relata sua história com Ayrton, vendeu mais de 1 milhão de exemplares e conseguiu levantar uma grana. Depois, a famosa posou para a revista ‘Playboy’, conseguiu ganhar mais um bom dinheiro e se reinventou, afirmando que só desta forma conseguiu se reerguer porque ninguém do mercado publicitário queria dar emprego para uma pessoa com uma história tão triste. Passou a ser criticada por uma parte das pessoas e era abordada pela imprensa de uma forma nada legal que a fez a dizer ao mundo na época: ‘Gente! Eu não matei o Ayrton’. Essa é uma frase forte do documentário.

O doc ‘Meu Ayrton’ vale a pena? 

O documentário ‘Meu Ayrton’ mostra o Senna como homem e não como piloto, o que todo mundo já conhecia por ele ter sido um astro no que fazia. Ela humaniza o ex-namorado, mas também mostra que ele era muito focado, acertava e errava, enfrentava e lutava pelo o que realmente acreditava. Em um certo momento, ela chega a dizer que Senna não se traia. O projeto da HBO Max torna-se fundamental porque aborda o último ano da vida dele como realmente foi, sem uma ‘idealização’ ou apenas o lado profissional.

+ Análise: Vale Tudo discute ecologia com boa intenção, mas falha na execução

Outro ponto muito forte do ‘Meu Ayrton’, além de Galisteu voltar nos lugares que viveu com grande amor da vida, é que traz depoimentos de amigos muito próximos e íntimos de Senna que viraram amigos de Adriane durante o relacionamento deles e, principalmente, após a morte do piloto e compraram a história dela. E isso ressalta que a versão da comunicadora também é muito válida e até mesmo mais realista porque é o lado de alguém que viveu com o piloto até o último minuto de vida dele, 24 horas por dia. E a última ligação dele foi para Adriane, questionando se deveria correr ou não, e ela pede para que o famoso não corresse naquele dia.

Galisteu deixa claro que sua intenção não é dar uma resposta à série, produzida pela Netflix, sobre o Ayrton Senna. Adriane chega a dizer que, por ela inicialmente, nem faria o documentário, apenas atendeu o pedido do público de ter a sua própria versão documentada. Sua família, marido [Alexandre Iodice] e filho [Vittório], também a incentivou a prosseguir. A apresentadora ainda afirma que esse projeto, que revisita memórias marcantes de sua vida, também trouxe dores à ela, ao ponto de pensar em desistir diversas vezes das gravações do doc.

+ Análise: Os três principais desafios do SBT com sua nova programação

Além de ressaltar o legado de Senna no ‘doc’, Galisteu também retrata as outras relações dele com muito respeito, uma das mais famosas foi com a apresentadora Xuxa Meneghel.

Esse documentário merece nota 8 de 10. Apesar de ter uma curta duração, o projeto tem uma abordagem muito clara e respeitosa, da versão da história de uma pessoa simples que conheceu um astro profissional que a trouxe para o mundo dele, enfrentando desafios, dores e perdas. O projeto não busca o sensacionalismo e, sim, a revisitação de memórias, saudosismo e depoimentos importantes, e a afirmação de Adriane Galisteu como a namorada, pessoa importante e até mesmo ‘viuva’ do famoso.

+ Análise: Dona de Mim reforça a nova “cara” das novelas das sete

Confira:

**As críticas e análises aqui expostas correspondem a opinião de seus autores

Matheus Nunes
Matheus Nunes
Jornalista formado pela UNISUAM (Centro Universitário Augusto Motta) desde 2020. Apaixonado pelo mundo televisivo e tecnológico, atuo na área de entretenimento há dois anos cobrindo reality shows, famosos, televisão e novelas, com passagem por outros portais. No Área VIP, trago as notícias mais quentes da TV e das celebridades.
Prêmio Área VIP 2025

Últimas