O jornalista investigativo Pedro Figueiredo, que trabalha na TV Globo foi vítima de comentários homofóbicos. Anteriormente o repórter realizou uma entrevista com o então vereador Gabriel Monteiro, do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), no mês de março deste ano. Inclusive, Gabriel é acusado de estupro por três mulheres e por conta disso começou a ser invesrigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
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Depois que viu uma matéria correlacionando seu nome com o estupro às mulheres, Gabriel chegou a ir as redes sociais para atacar alguns profissionais de comunicação que fizeram a reportagem. O jornalista Pedro Figueiredo, que é casado com Erick Rianelli, começou a sofrer ataques de tom homofóbico depois das palavras ditas pelo então vereador do Estado do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro.
Dessa forma, Pedro resolveu conceder uma entrevista ao site ‘Na Telinha’, onde falou sobre seu trabalho, sua relevância no meio jornalístico por se assumir gay, e fala a respeito da situação que mais lhe abalou emocionalmente quando sofreu preconceito. Pedro inicia fazendo uma reflexão sobre sua carreira ele diz: ”Uma vez ouvi numa palestra que a nossa trajetória às vezes tem vida própria. Nunca pensei em ser um jornalista investigativo. Sempre quis ser jornalista e sempre amei política e me enxergava trabalhando com isso. Essa veia investigativa veio com o tempo e com as oportunidades. Acho que estou num bom momento da carreira, em que consigo equilibrar a vida profissional com a pessoal. Agora, não tem segredo: trabalho duro, sobriedade , serenidade e uma dose de maturidade para continuar correndo atrás de histórias de interesse público, sem desrespeitar ninguém e nem passar do ponto”, relatou.
O jornalista comenta sobre a importância de se assumir gay no meio jornalístico e de como isso impacta sua carreira: ”Eu comecei a namorar o Erick há nove anos, em 2013. Ele ainda não tinha entrado na Globo, eu já. Todos sabiam que éramos namorados. Mas nossa vida era restrita ao nosso círculo de amigos e às nossas redes sociais fechadas. Em 2016, fui promovido de promovido de produtor a repórter. Naquele momento, entendi que era importante abrir minhas redes. Mas tive receio em contar para o mundo que eu era gay. “Será que vão aceitar bem?”, pensava. Uma pessoa muito importante nesse processo foi o Erick. Ele me disse que eu precisava ser quem eu sou e que isso nunca seria uma questão. Não foi”, relata. E continua dizendo: ”Tenho muito orgulho em ser gay e jornalista. E somos muito acolhidos por isso, mesmo entre pessoas mais conservadoras. Não era nosso objetivo,mas ficamos felizes de tanta gente nos ter como referências”, comunicou.
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Pedro fala sobre a pior situação que já enfrentou e expõe o que lhe abalou de forma emocional: ”Eu acredito muito que o preconceito é fruto da desinformação. Tento sempre que possível tratar o preconceito com informação. Eu tenho uma visão extremamente pragmática de situações assim. Separo o preconceito em dois tipos: com e sem intenção. Claro que todos os tipos de preconceito devem ser combatidos. Mas muita gente faz comentários LGBTfóbicos sem perceber que o que está falando é preconceituoso. São pessoas que vêm de uma outra geração, de uma outra criação e que costumam reverberar que o mundo está chato. Chato para quem? Só se for para quem não pode mais falar abertamente seus preconceitos sem ser repreendido. Com esse grupo , opto pela informação, pela conscientização, por mostrar que aquela fala machuca, que faz mal a casais como eu e Erick”, explicou Pedro.
