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Sophia Abrahão fala da volta à Malhação e de como amadureceu na vida e na profissão

A atriz volta ao folhetim após 12 anos.

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Núcia Ferreira
Núcia Ferreira
Jornalista carioca com passagens pelas revistas Conta Mais, TV Brasil e TV Novelas. No site Área VIP, além de redatora, é repórter especialista em Celebridades, TV e Novelas.
Sophia Abrahão / Instagram

Doze anos depois de estrear na dramaturgia em Malhação, Sophia Abrahão volta à novelinha teen, só que desta vez interpretando ela mesma. Se sentindo mais preparada para a dramaturgia, a artista confessou que não gosta de se rever na telinha no início da carreira.

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Na trama, ela é apresentadora de um reality de música ao lado de Montenegro, interpretado por Nelson Freitas e vai acabar se envolvendo com as participantes do programa, Raíssa (Dora Assis) e a Nanda (Gabriella Mustafá).

Na vida real, Sophia conta que também amadureceu e hoje encara questões como feminismo e racismo de outra forma que via essas questões três anos antes.

Como é pra você voltar para Malhação?

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Doze anos depois, eu entrei em Malhação com 16 anos, fiz uma temporada, depois voltei. Essa é a segunda vez com cara de terceira. E agora fazendo eu mesma.

E como é entrar numa novela como Sophia Abrahão?

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As pessoas falam: ‘ah vai lá, é você mesma’. Mas não é bem assim. Acho que quando você tem um personagem, você tem onde brincar, fazer diferente. E eu estou louca, fico me analisando: ‘será que tá bom’. É esquisito fazer você mesma, não é tão fácil assim. Mas eu estou adorando. Fazia tempo que eu não atuava, eu está sendo tudo muito divertido.

E você vai poder mostrar esse seu lado real de apresentadora, cantora.

Exatamente, durante o Vídeo Show e depois do Vídeo Show, eu sempre sinalizei, quando me perguntavam, que eu tinha amado a experiência como apresentadora e passivelmente eu gostaria de continuar exercendo essa função. Aqui (em Malhação) eu estou como atriz, mas fazendo uma apresentadora. Têm câmeras, eu apresento as meninas no palco, então também tem a função de apresentadora aqui.

E você está contracenando com o Nelson Freitas, como está sendo?

A gente já chegou no primeiro dia gravando 11 cenas. Você chegar pegando o bonde andando com uma pessoa que você nunca trabalhou, eu já apresentei Vídeo Show com ele, mas a gente nunca tinha atuado junto. De primeira, essa bolada de 11 cenas, tinha que ser com ele. Um super ator, ele se joga e o personagem é um produtor completamente maluco. O Nelson é brilhante, a gente tá se divertindo muito. Tô feliz de estar trabalhando com ele.

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Conta pra gente um pouquinho do que vai acontecer em cena.

A Raíssa (Dora Assis) e a Nanda (Gabriella Mustafá), elas cantam e dançam, elas são da Baixada, elas mandam o vídeo para o programa. Eu não sei como vai acabar a disputa, mas eu entro pra dar esse gás na disputa. Elas são amigas, mas tem esse lado bem competitivo.

E ela vai acabar se envolvendo na história da Raíssa?

Ela vai até a lanchonete da mãe da Raíssa, a Carla (Mariana Santos), que não quer que a filha entre nessa área artística, então ela vai conhecer a realidade das meninas. Então não é só no palco, é quase um reality da vida dos participantes.

Você ainda tem seguidores da época que você começou em Malhação?

Tenho muitos seguidores que me acompanham desde a Felipa, que era minha personagem, e eles ficam felizes. Foi uma super Malhação. E foi uma turma (Caio Castro, Nathalia Dill, Carol Figueiredo, Sophia Charlotte), todo mundo se deu bem no mercado. Eu estou muito feliz de voltar pro lugar que tudo começou e minha vida mudou.

Você se assiste nessa Malhação antiga?

Não, eu tinha acabado de fazer 16 anos, mudei pro Rio pra isso, tinha feito um curso de TV em São Paulo, mas eu era modelo, tinha acabado de voltar da China. Então eu não tinha experiência nenhuma, não sabia o que era uma câmera, não sabia como me posicionar, mas eu não gostava de me assistir. Nem agora, mas tenho muito orgulho com a trajetória, com a história que eu criei ali, mas eu tenho vergonha.

Você sempre teve muito carinho com o seu público não é?

Eles são parte do meu processo todo. Eles estão ali, estão na Internet, eles são engajados e fora o amor que eles me dão. Eu quero estar o mais perto possível.

Como você reage quando os fãs tatuam seu nome na pele?

Já me assustou mais, porque isso vem com muita responsabilidade. Eu não posso decepcionar uma pessoa que fez uma tatuagem, que é pra sempre. Ao mesmo tempo, eu consigo enxergar a dimensão. De repente, a pessoa daqui a cinco anos não vai até a porta do Projac me ver. Mas aquilo marcou uma época da vida dela. Eu acho que essa lembrança é uma coisa positiva. Me assusta essa coisa de não poder decepcionar, isso é um pouco assustador. Mas eu encaro como se eu tivesse feito uma tatuagem dos Backstreet Boys, de quem eu fui muito fã.

Você se vê nesses atores que estão começando agora?  O que você diria pra eles?

Minha maior insegurança quando eu fazia Malhação era o meu próximo emprego. “Será que vai acabar aqui?” “Será que eu vou ter um salário”. “Eu vim pra TV Globo, eu to fazendo um papel, to amando, me descobrindo como atriz, será que isso vai acabar daqui a seis meses?” Porque pra muita gente acaba. Eu me sinto muito privilegiada na minha carreira por ter tido oportunidade como Rebeldes, por exemplo, como as outras novelas que eu fiz. Eu diria: “Calma”. Porque esse tipo de preocupação não adianta, é contraproducente. A preocupação que te faz estudar é producente, mas a outra, que paralisa, que é a que eu sentia, eu chegava a noite e chorava, isso não ajudou em nada.

Quem te preparou para o mundo, principalmente esse mundo onde o machismo existe forte?

A minha mãe, ela sempre trabalhou e foi uma mulher muito independente e sempre me falou que me dava liberdade porque eu saberia usar. Eu fui pra China com 15 anos trabalhar de modelo. Mas a gente nunca está preparada pra esse machismo estrutural que a gente vive. Por mais que tenha esse encorajamento dentro de casa, situações do cotidiano são completamente diferentes. Então, acho que isso você aprende vivendo. Eu com 16 anos não tinha respostas como eu tenho pra hoje. Nunca passei por uma situação mais grave,de assédio. Mas o ambiente de trabalho é machista, a gente ouve piadas ao redor, no trabalho, dentro de casa de primo, de tio. Hoje eu sei me posicionar mais, eu consigo falar sobre na boa, sem ser agressiva. Eu mesmo tinha uma mentalidade assim até uns três anos atrás. Mesmo trabalhando fora e ganhando meu dinheiro eu achava que o homem que tinha que pagar o jantar, por exemplo, sendo que eu não precisava, mas eu repetia esse padrão. Eu comecei a aprender mais sobre o tema há uns três anos.  Eu condenava a mulher amamentando em público, mas hoje eu não acredito que eu tinha aquele pensamento. É uma busca, evolução.

Você conversa muito com o Sérgio (Malheiros) sobre esses assuntos?

Muito, o Sérgio é um cara extremamente sensível, extremamente aberto, ele me chama atenção por atitude errada às vezes que eu tenho. A questão do racismo, por exemplo, eu não tinha ideia, porque não é na minha pele. Mas agora eu consigo ver e ele também consegue ver através da minha ótica as questões femininas.

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Núcia Ferreira
Núcia Ferreira
Jornalista carioca com passagens pelas revistas Conta Mais, TV Brasil e TV Novelas. No site Área VIP, além de redatora, é repórter especialista em Celebridades, TV e Novelas.