
O rapper Oruam e a deputada federal Júlia Zanatta (PL) trocam farpas nas redes sociais após publicação de foto da parlamentar, na última terça-feira (11), sentada em um trono cercado por fuzis.
O artista ironizou dizendo que, se fosse ele postando a foto, seria “apologia ao crime”, enquanto a congressista defendeu a posse de armas pela população e prometeu votar um projeto de lei que equipara facções criminosas a grupos terroristas.
Na publicação no X (antigo Twitter), o rapper escreveu: “Se eu postar umas foto dessa é apologia ao crime.”
Em resposta, a deputada declarou: “O desarmamento do povo brasileiro é o motivo do sucesso de criminosos. Em breve votaremos o PL que equipara facções a grupos terroristas. Não permitiremos que narcoterroristas dominem o Brasil”.
Se eu postar umas foto dessa é apologia ao crime. https://t.co/5Hled6IOj4
— 🅞🅡🅤🅐🅜 22 🃏 (@mauro_davi6) November 13, 2025
O desarmamento do povo brasileiro é o motivo do sucesso de criminosos.
Em breve votaremos o PL que equipara facções a grupos terroristas. Não permitiremos que narcoterroristas dominem o Brasil 👍 https://t.co/H7Xrmi8yfk
— Júlia Zanatta (@apropriajulia) November 14, 2025
Cantor Oruam é indiciado por ligação com o Comando Vermelho
Em julho deste ano, o cantor de trap Oruam, de 23 anos, foi indiciado por associação ao tráfico de drogas e ao Comando Vermelho pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ). A investigação, que resultou em um pedido de prisão preventiva do artista, foi acatada pela Justiça carioca.
Filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, apontado como líder da organização criminosa Comando Vermelho (CV) e preso desde 1996, Oruam frequentemente aborda a liberdade do pai em suas apresentações artísticas, como ocorreu no Lollapalooza 2024.
O caso Oruam se desdobra como um complexo enredo que cruza arte, política e questões de segurança pública, ilustrando o embate entre a liberdade de expressão artística e a responsabilização por conteúdo considerado ilícito.
Além dos projetos de lei, Oruam enfrenta acusações diretas. Foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) por promover sites de apostas ilegais, e há pedidos para que a Polícia Federal e a Receita Federal investiguem crimes como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
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Em fevereiro deste ano, agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) cumpriram dois mandados de busca e apreensão em endereços do artista.
O rapper foi também preso em flagrante por abrigar um foragido da Justiça em sua residência, procurado por envolvimento com organização criminosa, embora tenha alegado inocência.
Essa exposição levou à criação dos chamados “projetos Anti-Oruam”. A vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo (União Brasil), protocolou uma proposta para proibir a Prefeitura de São Paulo de contratar artistas que façam apologia ao crime organizado e ao uso de drogas em shows, citando explicitamente Oruam como exemplo.
Oruam, por sua vez, argumenta que as leis visam “criminalizar o funk, o rap e o trap” e atingir outros artistas da cena.
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Colaboradora: Amanda Souza






