
Nesta segunda (01/12), a tensão que vinha circulando de forma discreta entre a família Bolsonaro acabou vindo à tona. Com o ex-presidente iniciando o cumprimento da pena, a disputa por espaço dentro do próprio núcleo familiar ganhou corpo. Flávio (PL-RJ), Eduardo (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) passaram a mirar em Michelle, acusando-a de tentar mexer em arranjos políticos no Ceará sem o respaldo da cúpula do partido.
Interferência de Michelle leva cúpula do PL a convocar reunião emergencial
Em suma, o estopim foi a crítica pública da ex-primeira-dama à aproximação entre André Fernandes (PL-CE) e Ciro Gomes (PSDB). Os filhos de Jair Bolsonaro afirmam que ela contrariou uma orientação direta do marido, criando um mal-estar que se espalhou rapidamente pelo PL. Diante da escalada, a legenda convocou para esta terça-feira (02/12), em Brasília, uma reunião emergencial com Flávio, Michelle, Valdemar Costa Neto e parlamentares para alinhar posições.
O encontro deve servir também para marcar limites: dirigentes querem deixar explícito que, embora Michelle ocupe a frente do “PL Mulher”, sua função tem caráter simbólico, sem poderes para redesenhar alianças estaduais. A movimentação revela um incômodo que já vinha fermentando desde a semana anterior, quando Flávio demonstrou desconforto com comentários feitos pela ex-primeira-dama em conversas internas.
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A viagem da ex-primeira-dama ao Ceará, no domingo (30/11), acentuou o atrito. Durante o lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo estadual, Michelle criticou o gesto de aproximação entre Fernandes e Ciro, que recentemente trocou o PDT pelo PSDB. No palco, a esposa de Bolsonaro falou sobre ataques que o ex-presidenciável já dirigiu à sua família e questionou a formação dessa aliança.
Na segunda-feira, Flávio reagiu publicamente, classificando a postura da madrasta como autoritária: “A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora.“, disse o senador logo a princípio, em entrevista ao portal “Metrópoles”.
Pressão por espaço no partido transforma divergências familiares em crise pública
Em seguida, Carlos Bolsonaro recorreu ao “X” (antigo “Twitter”) e reforçou que o acordo com Ciro havia sido conduzido com aval do ex-presidente. “Temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças.“.
Na sequência, Eduardo Bolsonaro alinhou-se aos irmãos: “Meu irmão Flávio está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o André o que foi feito no evento. Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mal acordo; foi uma posição definida pelo meu pai.“, escreveu por fim o deputado.
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Relembre e entenda
Michelle viajou ao Ceará no domingo (30/11) para participar do lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) a governador. Posteriormente, no palco, ela criticou a aproximação de Fernandes e do PL com Ciro, que há quase dois meses rompeu com o PDT para se filiar ao PSDB.
“É sobre essa aliança que vocês precipitaram a fazer. Fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita (Jair Bolsonaro), isso não dá. A pessoa continua falando que a família é de ladrão, é de bandido. Compara o presidente Bolsonaro a ladrão de galinha. Então, não tem como.“, disparou a ex-primeira-dama.
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