
A recente decisão do governo Donald Trump de derrubar as sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, provocou forte repercussão em Brasília e caiu como um balde de água fria no campo bolsonarista. Nos bastidores, aliados ouvidos pela coluna da Malu Gaspar, para ‘O Globo’, avaliam que o episódio representou uma grande derrota política para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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Avaliação reservada e críticas internas
De acordo com parlamentares do PL e integrantes da ala mais fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a estratégia articulada por Eduardo nos Estados Unidos acabou se voltando contra o próprio grupo. “A direita só perdeu com essa história e o Lula saiu gigante”, resumiu um senador, em avaliação reservada.
O sentimento é de que caiu por terra a imagem de Eduardo como principal articulador internacional do bolsonarismo. “É a pá de cal no Eduardo. Foi por terra a ilusão de que ele era ‘o cara’ nas articulações com o governo americano”, afirmou um interlocutor próximo de Bolsonaro.
Lula sai fortalecido
Enquanto o bolsonarismo tenta reorganizar o discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colheu dividendos políticos. Além de avançar nas negociações que resultaram na remoção do tarifaço sobre produtos brasileiros, Lula passou a explorar a defesa da soberania nacional como bandeira política, em contraste com imagens recentes da oposição exibindo bandeiras dos Estados Unidos em atos públicos.
Nos corredores de Brasília, Eduardo Bolsonaro passou a ser chamado, de forma irônica, de “cabo eleitoral” do petista. Lula, por sua vez, chegou a se referir ao deputado como seu “camisa 10”, numa clara provocação.
Interesses internacionais em jogo
Integrantes do governo americano alegam que manter sanções contra Moraes era incompatível com os interesses da política externa dos EUA. A Casa Branca também avaliou positivamente a aprovação do PL da Dosimetria, que pode reduzir o tempo de prisão de Bolsonaro.
Nova narrativa em construção
Diante do revés, bolsonaristas já discutem uma mudança de estratégia. O próprio Eduardo Bolsonaro se manifestou nas redes sociais, agradecendo o apoio de Trump, mas admitindo dificuldades internas. O resultado final, porém, é visto por aliados como um claro exemplo de que o tiro saiu pela culatra.
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