
A cena política brasileira voltou a viver dias de tensão. Na mesma semana em que o país atravessou um marco histórico ao consolidar mecanismos essenciais para proteger o regime democrático, o Congresso produziu um movimento na direção oposta, evidenciando que segue disposto a avançar sobre princípios e salvaguardas fundamentais sempre que interesses menores se impõem. As chamadas pautas-bomba, somadas ao desmonte de leis ambientais e de proteção do patrimônio histórico, atingiram não apenas o governo Lula — atingiram o Brasil, como frisou Miriam Leitão para sua coluna no ‘O Globo’.
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Avanços inéditos e feridas ainda abertas
De acordo com a jornalista, ao longo da República, o país conviveu com golpes, tentativas, quarteladas e a sombra permanente da tutela militar. Pela primeira vez, generais e um ex-presidente foram responsabilizados judicialmente por tentativa de golpe. É um passo gigantesco para um país que sempre tratou esse tema com silêncio. Para quem tem a democracia como valor inegociável, o momento poderia representar um raro suspiro depois de anos de ataques constantes.
O trauma recente ainda é vivo. Durante o governo Jair Bolsonaro, o país viveu quatro anos de risco permanente, reacendendo medos que muitos guardavam desde a ditadura. A responsabilização das lideranças envolvidas não deve ser encarada como vingança, mas como um pacto voltado ao futuro — um compromisso para impedir o retorno do golpismo crônico.
O retrocesso ambiental e o desgaste político
Enquanto isso, a postura do Congresso acende outro alerta. A derrubada dos vetos ao chamado “PL da Devastação” desmonta décadas de normas, limites e proteções. Leis ambientais, salvaguardas arqueológicas e regras de licenciamento foram golpeadas, colocando em risco áreas indígenas, biomas frágeis e patrimônios irrecuperáveis. Grupos ligados ao agronegócio e setores da construção sempre pressionaram nesse sentido; a crise política recente serviu apenas de pretexto.
Consequências para o país
O resultado é devastador: flexibilização de regras, avanço sobre terras públicas, enfraquecimento de órgãos como Ibama, Funai e Iphan e risco direto a sítios arqueológicos. O Congresso não apenas confrontou o Executivo — atingiu em cheio a democracia.
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O que diz a primeira pesquisa presidencial após a prisão de Bolsonaro
A nova pesquisa CNT/MDA movimentou o cenário político nacional ao apresentar os primeiros números coletados parcialmente depois da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A detenção, determinada no último sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, trouxe forte impacto ao debate sobre a sucessão presidencial de 2026. Ainda assim, os dados mostram que… LEIA MAIS!






