Saiba mais sobre "Passione", a nova novela da Globo, que estreia nesta segunda (17).
A história de Bete e Eugênio
Elizabete (Fernanda Montenegro), quando conheceu Eugênio (Mauro Mendonça), estava envolvida com outro homem, de quem ficou grávida e por quem foi abandonada. Eugênio, porém, era louco por ela e aceitou se casar com Bete, mesmo sabendo que ela gerava o filho de outro. Casaram-se antes que a barriga denunciasse seu estado, contra a vontade de Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar), pais de Eugênio, que jamais suportaram a nora. Depois de casados, revelaram a gravidez e ele mentiu para todos sobre a paternidade da criança. Foi um gesto de extrema delicadeza e uma prova incontestável do amor que sentia por ela. Por isso, Bete, além da admiração, começou a ver o parceiro com mais carinho e acabou amando-o de verdade. Infelizmente, a criança, um menino, nasceu morta e foi enterrada no túmulo da família de Eugênio. Não se sabe se por causa da decepção com a perda do primeiro filho ou por algum problema físico, Elizabete só conseguiu engravidar anos depois. O desejo de ser mãe novamente era tão grande que se submeteu a todos os tratamentos existentes na época e, quando os filhos foram chegando, aos poucos, passou a se dedicar inteiramente à família. Porém, por mais que amasse seus três filhos com Eugênio, nunca deixou de pensar naquele que nem chegou a conhecer e que, durante 55 anos, visitou no túmulo para depositar flores no dia de seu nascimento e morte.
Metalúrgica Gouveia, o império da família
Eugênio casou-se com Elizabete quando tinha apenas uma fabriqueta e, ao lado dela, com seu positivismo, incentivo e cooperação, a Metalúrgica Gouveia se transformou em uma potência. Seu principal produto é a Magrela, a bicicleta popular mais vendida no Brasil, e também uma linha de bikes mais sofisticada, a Skinny, que figura com orgulho entre as melhores do mundo em seus vários modelos, tamanhos e cores. A empresa, hoje, além de bater de longe seus concorrentes, produz também uma linha fitness, que domina o mercado. Foi Bete que, com grande faro comercial, colocou as bicicletas na mídia, fazendo todo jovem querer uma Magrela. Foi ela também quem insistiu para que entrassem no segmento fitness e aconselhou a adoção do nome Skinny, em busca de um público que corria para as bikes importadas. O mesmo conceito usou nos primeiros produtos especiais para ciclistas na linha Skinny-Fashion, que terceiriza a fabricação de tênis, capacetes, roupas, luvas e outros acessórios para os aficcionados do esporte. Porém, com o nascimento de Saulo (Werner Schunemann), muito a contragosto, ela abandonou os negócios e passou a se dedicar unicamente à família. Então, vieram Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura). Todos três, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, trabalhando em diversos setores da mesma fábrica, mas tão diferentes como se fossem crias de estranhos.
Os filhos
Saulo (Werner Schunemann), Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura) foram criados como a maioria dos filhos de uma família de classe alta. Tiveram todos os seus desejos e caprichos atendidos e aprenderam muito pouco sobre responsabilidade. Estudaram nos melhores colégios e cursaram as faculdades que quiseram.
Saulo
Saulo (Werner Schunemann) sempre procurou ser o filho ideal fazendo tudo o que o pai e a mãe esperavam dele. Estudou Administração, trabalha na fábrica com afinco desde muito jovem e, hoje, é um dos diretores da Metalúrgica. Casou-se com Stela (Maitê Proença), teve três filhos – Danilo (Cauã Reymond), Sinval (Kayky Britto) e Lorena (Tammy Di Calafiori) – e deu aos pais os netos que eles esperavam. Mas jamais conseguiu o mesmo carinho e admiração que foram dedicados a Gerson. O que mais irrita Saulo é que seu irmão mais novo sempre foi o oposto de tudo o que seus pais apregoavam que um bom filho deveria ser. Mas Saulo não tem talento para os negócios. Não sabe mandar, é medíocre, raciocina pequeno, toma atitudes intempestivas sem motivo e deixa sempre a emoção superar a razão. Por uma total falta de personalidade e objetivo, obedeceu ao pai e se tornou o que foi determinado para ele: um chefe de família, com três filhos, dois garotos e uma garota, exatamente como o pai e a mãe.
Gerson
Sempre apaixonado por esportes, Gerson (Marcello Antony) largou os estudos para se dedicar a sua maior paixão: as corridas de Stock Car. E propôs ao pai que se criasse um time de corredores de bike patrocinado pela marca deles, do qual ele cuida. Mas continua vivendo como um adolescente que detesta responsabilidade e troca qualquer coisa por ficar batendo papo com seu grupo de amigos. Pelo seu temperamento jovem, brincalhão e alegre, é o ídolo dos sobrinhos Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kayky Britto), que participam do time de corredores de bike. Este é mais um ponto de conflito entre Gerson e Saulo, que gostaria de ter a admiração dos filhos, mas nunca
conseguiu.
Melina
Melina (Mayana Moura) nasceu para concretizar o sonho de Eugênio (Mauro Mendonça) de ter uma menina na família e foi criada como uma boneca de estimação. Cresceu voluntariosa e rebelde, mas em Melina tudo é perdoado: as roupas hipertransadas, os cabelos de corte ultramoderno, o seu jeito meio desligado e as novidades que ela inventa a cada semana. Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar) recriminavam o filho e a nora pela liberdade excessiva de Melina, mas eles mesmos se encantavam com os carinhos da neta. E, apesar de ter abandonado duas faculdades, quando se decidiu pela moda, se formou e assumiu o departamento mais fashion da fábrica. Apesar de sua rebeldia, Melina tem um jeito todo especial de conseguir tudo o que quer, menos Mauro (Rodrigo Lombardi), o filho do chofer da casa dos Gouveia. Faz o que for preciso para chamar a atenção dele, mas para ele a caçula da família é como se fosse sua irmã mais nova. Uma mulher por quem ele tem um enorme carinho, mas por quem nunca vai poder se apaixonar.
O filho do chofer
Mauro (Rodrigo Lombardi), o filho do chofer, nasceu na ala dos empregados da casa dos Gouveia, um pouco depois de Gerson (Marcello Antony). E, apesar de ser filho de um homem de pouca instrução, sempre foi mais equilibrado e inteligente do que os filhos dos patrões. Ao contrário dos ricos que cursaram as melhores escolas privadas do país, Mauro estudou em escolas públicas ou obteve bolsas, sempre ajudado e monitorado pela inteligência intuitiva de seu pai Diógenes (Elias Gleizer), principalmente, depois do falecimento de sua mãe, quando ele era ainda apenas um moleque, e de Bete, que sempre o ajudou, protegeu e amparou. Entrou em primeiro lugar nas duas faculdades que cursou e formou-se com distinção. Mauro também ocupa um cargo importante na Metalúrgica e Bete (Fernanda Montenegro), que gosta dele como de um filho, sabe que pode contar com ele a seu lado.
Uma mulher entre dois amigos
Mauro (Rodrigo Lombardi) e Gerson (Marcello Antony) cresceram juntos e se tornaram grandes amigos. Mulher nunca foi problema para os dois, nem mesmo quando eles se interessavam pela mesma. Pelo menos até surgir Diana (Carolina Dieckmann). Mauro conheceu Diana quando a estudante de pós-graduação em Jornalismo estava
fazendo uma matéria em uma competição de ciclismo promovida pela Metalúrgica Gouveia. Ele se apaixonou perdidamente por ela e cometeu o engano de apresentá-la a Gerson. E, sem imaginar o que estava por vir, Mauro sofreu quando percebeu que seu melhor amigo se encantou por Diana à primeira vista. E ficou ainda mais atordoado
quando a estudante não escondeu sua predileção pelo jeito alegre e meio moleque de Gerson e acabou optando pelo piloto. Mauro declarou seu amor, tentou dissuadi-la, mas Diana, realmente apaixonada, escolheu Gerson. Porém, desde que ela tomou a decisão, Mauro se recolheu dignamente e tenta, em vão, deixar de gostar dela.
Afinal, ele é um homem à antiga, com um rígido conceito de moral e ética que lhe foi incutido pelo seu pai desde o berço. Mauro até vai tentar amar outras mulheres, mas seu coração pertence à Diana e não há nada que se possa fazer para mudar isso.
Toda família tem seus segredos…
Bete (Fernanda Montenegro) e Eugênio (Mauro Mendonça) trabalharam, cresceram e criaram os filhos juntos e se amam e se respeitam mutuamente até hoje. Um dia, ao chegarem de um passeio no parque, Bete avisa à enfermeira particular Clara (Mariana Ximenes) que Eugênio passou mal durante os exercícios. Eficiente e dócil, Clara faz Eugênio repousar pelo resto do dia. Ele, porém, volta a sentir uma pontada no coração e desaba. Bete, com a ajuda de Clara, chama o médico da família e o empresário, percebendo que não tem muito tempo de vida e com os olhos cheios de arrependimento, resolve que é hora de confessar um segredo que guardou por 55 anos e que, depois daquele dia, mudaria completamente a vida de Bete.
A revelação
Era quase impossível para Bete acreditar no que Eugênio balbuciava em sua agonia. Seu primeiro filho não tinha morrido?… Está vivendo na Itália?…Onde?…Quem tinha levado a criança?…Como está esse filho agora?…Casado?…Com filhos e netos?…Eugênio implorou pelo perdão da esposa e explicou que não suportou a ideia de criar um filho dela com outro homem. Revelou ainda que o menino havia sido entregue a um casal de empregados italianos que trabalhara para eles, os quais, por uma boa quantia em dinheiro, aceitaram criá-lo na Itália, para onde queriam voltar. E, antes de dar seu último suspiro, assegurou que o futuro do filho dela estava garantido e que havia providenciado tudo para que nada faltasse a ele e a sua família.
Os efeitos de um segredo
Bete, depois de passado o espanto, sentiu um grande ódio do marido. Então, ela esteve casada todos aqueles anos com um mentiroso? Um homem que não a respeitava? Um covarde? Um canalha que fez com que ela acreditasse que seu filho nascera morto? Que deu seu bebê sabe-se lá para quem? Como explicar para os filhos, para a família, para a sogra, que sempre a detestou, a existência de um filho perdido? Teria que reviver feridas antigas, já há muito cicatrizadas. E, por isso, entre os preparativos para o enterro e todas as providências que a morte de um patriarca acarreta em uma família, Bete não consegue afastar de sua cabeça o que Eugênio havia revelado. Primeiro investigou com o pessoal da casa e teve certeza de que ninguém, nem mesmo Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar), sabia daquela história. Eugênio não teve cúmplices em sua traição. Mas não foi difícil saber com a sogra quem era o casal de empregados citado pelo marido. Felizmente, Brígida, obcecada por organização, guardava registros de todos os criados que passaram pela casa no tempo em que era ela quem dava as ordens. Bete, então, pôde concluir que seu filho havia sido levado pelo casal Mattoli, que tinha trabalhado na casa por um ano e pouco. Soube que este casal tinha uma filha de treze anos, Gemma, nascida no Brasil e também que, subitamente, sem nenhuma explicação plausível, a família resolveu voltar para a terra natal. O mais surpreendente, porém, estava por vir. Procurando no cofre particular do marido morto, encontrou documentos que esclareciam o que ele havia dito sobre o futuro garantido do filho de Bete. Certamente corroído pelo remorso de seu ato covarde, Eugênio recompensou o bastardo financeiramente. Em seu testamento lia-se que Antonio Mattoli (Tony Ramos), residente em Laurenza-in-Chianti, cidade da Toscana, Itália, deveria receber como herança 50% do patrimônio de Eugênio, o que incluía uma enorme porcentagem de ações da Metalúrgica. Tudo escrito e registrado em cartório, portanto, incontestável e absolutamente legal. Com esta informação, Bete (Fernanda Montenegro) se depara com mais um problema: quem seria a pessoa mais indicada para suceder Eugênio na presidência da Metalúrgica Gouveia? Quem teria habilidade e talento para administrar o império da família, principalmente quando viesse à tona a história sobre o novo herdeiro? Ainda atônita, Bete se lembrou que não estava só no momento em que Eugênio confessou o grande segredo de sua vida. Clara (Mariana Ximenes), praticamente uma estranha, foi a única que compartilhou daquela revelação tão íntima. Era imprescindível que, por enquanto, a família não soubesse de nada. A matriarca, então, pediu à enfermeira que não contasse a ninguém o que ouviu, pelo menos até ela decidir o que fazer. Clara acalmou-a, jurando que jamais comentaria o que havia se passado ali e, polidamente, recusou a recompensa que Bete quis lhe dar. Muito generosa, ainda se colocou à disposição para ajudar no que fosse preciso em retribuição a toda atenção e carinho que recebeu naquela casa, principalmente de Bete. Como a única pessoa que sabia do assunto era Clara, era com ela que Bete desabafava. Primeiro pensou em conseguir o telefone do filho, mas concluiu que o assunto era delicado demais para ser tratado à distância. Escrever também não lhe pareceu uma boa ideia. Sabia que era inevitável um encontro e ansiava ficar cara a cara com o filho desaparecido, que talvez nem tivesse conhecimento de sua existência. Também não poderia viajar antes da missa de sétimo dia sem levantar suspeita. Conhecia a sua família e temia abordar o assunto de maneira errada, pondo a perder um futuro entrosamento entre o filho que não conheceu e os que criou – ainda mais depois que Eugênio privilegiou o bastardo no testamento. Bete sentia-se muito confusa e abalada para tomar qualquer providência, mas sabia que deveria ir em busca do filho. Por isso, Clara, solícita e sempre presente, aconselhou-a a dar um tempo e pensar melhor no que fazer. Vulnerável, a matriarca aceitou a sugestão, voltou a pedir que ela mantivesse o segredo e as duas renovaram o pacto.
A enfermeira e o golpista
Foi quando o coração de Eugênio (Mauro Mendonça) começou a fraquejar e ele foi internado às pressas no hospital pela primeira vez que Clara (Mariana Ximenes) entrou na vida dos Gouveia. O médico aconselhou a família a contratar uma enfermeira para acompanhar o empresário e, no dia seguinte, ela se apresentou com um excelente currículo. Bete ligou para as pessoas que assinavam as cartas de recomendação e obteve ótimas referências. Depois de instalada na casa, Clara conquistou a todos. Porém, a verdadeira Clara é ambiciosa e faz um par ideal com Fred (Reynaldo Gianecchini), que compartilha da mesma característica. Os dois se conhecem desde criança: filhos de famílias vizinhas no Tatuapé, cresceram, cada um seguiu seu rumo, voltaram a se encontrar adolescentes em uma balada e nunca mais se separaram. Assim, quando Clara contou a seu parceiro sobre a confissão que Eugênio fez antes de morrer, traçaram um plano na hora. Fred (Reynaldo Gianecchini) devia ter mais ou menos 10 anos quando seu pai, operário da Metalúrgica Gouveia, sofreu um acidente na prensa da oficina, ficando sem uma das mãos. Quando foi exigir seus direitos, os advogados da fábrica conseguiram ludibriá-lo e, lesado e humilhado pela empresa, ficou sem sua indenização e acabou se suicidando. As últimas palavras que Fred ouviu de seu pai ainda repercutiam em sua mente: "O mundo é podre, meu filho. Nunca confie em ninguém e tire da vida, a qualquer custo, tudo o que ela não quiser te dar…". Quando Fred fica sabendo sobre o tal herdeiro desaparecido que vê sua grande chance de entrar na Metalúrgica pela porta da frente e tirar da família Gouveia muito mais do que o dinheiro que Eugênio deixou de dar a seu pai. Enxerga aí a oportunidade de fazer com que paguem por sua infância pobre e sem pai, por ter carregado muita caixa no mercado onde trabalha sua mãe Candê (Vera Holtz) e por não ter conseguido nada na vida a não ser acumular ódio e ressentimento.
O filho perdido
As informações que Bete (Fernanda Montenegro) conseguiu sobre o filho perdido estavam corretas. Realmente ele foi levado pelo casal Mattoli para Laurenza-in-Chianti, na Itália, em terras da Toscana. O que ela não sabe ainda é que lá ele cresceu, casou-se, ficou viúvo e é pai de quatro filhos – Adamo (Germano Pereira), Agostina (Leandra Leal), Agnello (Daniel de Oliveira) e Alfredo (Miguel Roncato). Antonio Mattoli (Tony Ramos), ou Totó, como é mais conhecido, é um homem do campo, um típico "contadino", com coração e alma de italiano. Junto com sua irmã de criação, Gemma (Aracy Balabanian), comanda com braço de ferro a família. É um homem simples e muito popular na sua cidade: simpático, falastrão, contador de histórias, de sangue quente, dramático, vital e feliz. Ficou viúvo no nascimento de seu filho mais novo, Alfredo (Miguel Roncato), e, se não fosse seu anjo da guarda Gemma, não teria conseguido sobreviver à morte da esposa e nem terminado de criar os filhos. Totó e Gemma sempre estiveram juntos em todos os momentos da vida dele. Nos bons e alegres e nos mais tristes e dramáticos. Se amam e se respeitam como mãe e filho. Viúvo já há 15 anos, Totó nunca levou outra mulher para dentro de casa. Tem suas namoradas, gosta de uma farra, frequenta a casa de mulheres nos arredores da cidade, mas venera o lar, a irmã e seus filhos.
Gemma, a mamma de todos
Ainda uma menina de 13 anos, Gemma (Aracy Balabanian) se encantou com Totó desde que o pegou, ainda bebê, em seu colo pela primeira vez. Junto com a mãe, cuidou dele durante a longa viagem para a Itália. Apesar de sua pouca idade, sempre se sentiu como se tivesse gerado aquele garoto. Com a morte dos pais, já por volta de seus 20 anos, assumiu sozinha o término de sua criação. Levou-o para a escola e foi buscá-lo todos os dias. Ajudou-o a fazer as lições, cuidou de sua saúde e fez questão de que ele aprendesse o português. Ela nunca escondeu que eles nasceram no Brasil, mas, para que Totó não se sentisse rejeitado, jamais lhe contou a verdadeira história de sua origem. Até hoje tem verdadeira adoração pelo irmão que criou e, até hoje, trabalha de sol a sol na lavoura, ajudando-o a vender os produtos que conseguem fazer brotar da terra toscana. Cuida da casa, das roupas, da comida e dos seus quatro sobrinhos com uma dedicação sincera, abnegada e comovente. Sua diversão é a família, as novidades que Totó conta com seu jeito divertido, os comentários da vizinhança, a alegria e a união de todos. O tempo foi passando e ela cada vez mais se esquecendo de si mesma. Quase se casou com um homem da terra, mas desistiu na última hora. Deixou o infeliz esperando no altar e até hoje não explicou por que. Depois, não namorou mais, nem noivou, nem casou. Sempre amou Totó mais do que uma mãe e ele retribui seu amor com a mesma intensidade, carinho e respeito.
Os filhos
Os quatro filhos de Totó – Adamo (Germano Pereira), Agostina (Leandra Leal), Agnello (Daniel de Oliveira) e Alfredo (Miguel Roncato) – foram criados com rédea curta. Adamo, o mais velho, e Alfredo, o mais novo, trabalham com o pai e Gemma na lavoura. Agnello, por sua vez, é o mais problemático e vive se metendo em encrenca por que quer ir para uma cidade maior e tem sonhos de grandeza. Agostina, apesar de casada e mãe de um "piccolo bambino", Dino (Edoardo Dell’Aversana), voltou para a casa do pai quando seu marido Berilo (Bruno Gagliasso), cansado da vida difícil que levavam e sem querer pedir ajuda ao sogro, resolveu tentar uma chance justamente no Brasil. A princípio, escrevia todas as semanas, depois as cartas foram rareando e, hoje, não se tem nem idéia do que aconteceu com ele. Para Totó, o "farabuto, figlio di um cane" arrumou outra mulher no Brasil, mas Agostina não acredita nisso e espera ansiosa, todos os dias, por alguma notícia. Na verdade, a coitada já virou piada na cidade. E não há lugar em que passe, nem mesmo quando está a caminho de fazer suas restaurações nas igrejas, sem que alguém pergunte se já teve alguma notícia do fujão. Totó adora o netinho e defende a filha como pode, mas quem é que segura a língua da mulherada de uma cidade pequena como a que eles vivem? Várias vezes, Agostina quis pegar seu filho Dino e ir para o Brasil atrás do marido, mas Totó a impediu. Este problema passa para o segundo plano quando a chegada de Fred (Reynaldo Gianecchini) e Clara (Mariana Ximenes) à Itália vira a vida de Totó de cabeça para baixo. Porém, antes mesmo de saber o que os dois brasileiros querem com ele, Totó fica encantado com Clara que, pela idade, poderia ser sua filha, até neta talvez. E Fred, que percebeu logo o tipo de olhar que o italiano lançou sobre sua parceira, concluiu que a missão deles seria muito mais fácil do que ele imaginava.
O carteiro apaixonado e o bígamo
Mimi (Marcelo Medici), o carteiro de Laurenza-in-Chianti, é apaixonado por Agostina (Leandra Leal); a tal ponto que sumiu com as cartas que Berilo (Bruno Galiasso) mandava à restauradora e jamais postou a correspondência que ela respondia ao marido. Para o carteiro, a vida não tem graça sem Agostina e, por isso, ele não medirá esforços para ter a amada a seu lado. O único problema é que o carteiro é um pouquinho atrapalhado…Berilo, um italiano bico doce, não se sabe se por pobreza ou safadeza, nunca deu um número de telefone para Agostina. Já faz alguns anos que ele foi para a cidade de São Paulo e, sem que a filha de Totó possa imaginar, se envolveu com Jéssica (Gabriela Duarte), uma jovem brasileira que conheceu no cinema e com quem teve que se casar depressa porque a engravidou.
A dinastia do lixo
Olavo da Silva (Francisco Cuoco) hoje está bem mais calmo, mas já foi o que se pode chamar de um verdadeiro garanhão. Teve todas as mulheres que quis e todas que quiseram estar com ele também. Com o passar dos anos, um pouco mais sossegado, ele casou-se, enviuvou e casou-se novamente com Clotilde, ou Clô (Irene Ravache), como gosta de ser chamada. Uma mulher um pouco mais nova do que ele, bonitona, vaidosíssima, bem cuidada e que de boba não tem nada. Como nenhuma outra que passou pela vida dele, sabe levá-lo para onde quer e ele, encantado, faz por ela o que nunca fez por mulher alguma. O segredo de Clô está entre as quatro paredes do quarto deles e ninguém, até hoje, conseguiu saber qual é. Olavo também é um homem de visão e de sucesso. Depois de ter tentado vários negócios, acabou se interessando pela reciclagem do lixo. Estudou, pesquisou, se dedicou e hoje é milionário graças a todas as técnicas de preservação ambiental que introduziu no país. Sua empresa tem inúmeros depósitos de detritos recicláveis por todo o Brasil e já exporta tecnologia para o mundo. Por sua atividade e pelo sucesso que obteve, a imprensa costuma se referir a ele como o ‘rei do lixo’, o que deixa Clô irritadíssima. Ela quer tudo na vida, menos ser chamada de ‘rainha do lixo’ quando faz suas compras pela Oscar Freire. Acontece que Jaqueline, ou Jackie (Alexandra Richter), a fiel secretária e eterna apaixonada por Olavo, e que se diz amicíssima e conselheira de Clô para assuntos sociais, é quem passa informações e constrói maldades sobre ela nos jornais. Como todo bom rei, Olavo tem um herdeiro, ou melhor, herdeira. Enteada de Clô, Jéssica é uma jovem voluntariosa que se apaixonou perdidamente por Berilo (Bruno Gagliasso), um italiano com quem teve que se casar às pressas porque ficou grávida. A princípio, Olavo foi contra a união, mas teve que acabar aceitando diante das ameaças de Jéssica de fugir com o namorado para a Itália. Mas Berilo, toda vez que a ‘princesa do lixo’ levanta essa possibilidade, faz com que ela desista da ideia, afinal o italiano é nada mais, nada menos, que o "figlio di um cane, disgraziato" que abandonou Agostina (Leandra Leal), a filha de Totó (Tony Ramos), na Itália para se dar bem no Brasil. Olavinho, assim batizado para agradar o avô, é a alegria de Olavo. Já Clô tem horror de que o menino venha a chamá-la de vovó. Outro problema de Clô é Fortunato (Flavio Migliaccio), tio de Olavo, que mora com eles. Apesar de encostado, é abusado e fala o que lhe vem na cabeça. É o carma de Olavo, que prometeu a sua mãe, no leito de morte, sempre cuidar dele. O rei do lixo, apesar de gostar muito de Fortunato, já o teria pelas costas, não fosse o pavor de mandá-lo embora e o fantasma da mãe aparecer para cobrar. Fortunato vive de chinelos, bermuda e camiseta cavada para desgosto de Clô, que adoraria ter um parente um pouco mais refinado para conseguir se impor melhor na vizinhança. Aliás, este é um outro problema. Olavo nunca quis sair do bairro onde nasceu. Foi reformando a casa original, comprando os terrenos ao lado e aumentando as dependências da casa que fica na Zona Leste de São Paulo. Mas o sonho de Clô é se mudar para o Jardim América, onde, ela acredita, eles morariam em condições mais agradáveis e ao lado de uma vizinhança mais seleta. Não imagina é que, para ela, essa mudança pode vir a ser um osso duro de roer.
A baronesa da CEAGESP
Por seu jeito franco e despachado, sua extrema simpatia e sua força de trabalho, Maria Candelária, ou Candê (Vera Holtz), como é chamada, é uma referência entre os trabalhadores da CEAGESP. Desde a madrugada, carrega enormes caixas nas costas, arma sua banca, vende suas hortaliças e seus legumes, sempre com muito bom humor, sem nunca reclamar da vida. Sua maior amiga e confidente é Valentina (Daisy Lúcidi), dona de uma pensão no Tatuapé, e avó de Kelly (Carol Macedo) e Clara (Mariana Ximenes), com quem tem uma relação de conflito. Durante o trabalho, Candê está sempre alegre e com algum relato interessante e engraçado para contar aos seus companheiros de labuta. É a figura mais popular do imenso mercado, mas nem sempre foi assim. Quando era casada com o pai de Fred (Reynaldo Gianecchini), seu filho mais velho, trabalhou na Metalúrgica Gouveia junto com o marido e, quando aconteceu o acidente que o aleijou para sempre, revoltada, saiu da fábrica para nunca mais voltar. Depois da morte dele, conheceu outro homem, se apaixonou, casaram-se, deu duas filhas a ele e foi trabalhar com o novo marido na CEAGESP, que era de onde ele tirava seu sustento. Fred e seu novo pai nunca se deram bem. O padrasto, muito severo, colocou-o para carregar engradados no mercado, em vez de deixar que ele estudasse e tivesse outra profissão. Fred reclamava com a mãe, que dava razão ao marido, e ele era obrigado a obedecer ao padrasto, que não perdia a oportunidade de dar uma lição nele. Quando atingiu idade suficiente, rompeu com a família e sumiu no mundo. Com a morte de seu algoz em um inexplicável acidente, Fred voltou para casa, se reconciliou com a mãe, mas acabou sumindo de novo. Não tinha nascido para ficar vendendo verduras e legumes pelo resto de sua vida. Ele sonhava muito mais alto. Maria Candelária já se magoou muito com o jeito do filho, mas hoje aceita, levada pela culpa por não ter impedido o marido de tratar Fred de maneira bruta e desumana. Com Felícia (Larissa Maciel) e depois Fátima (Bianca Bin), também filhas de seu primeiro marido, tudo era diferente. O padrasto tinha verdadeira adoração por elas, a ponto de Candê sentir ciúmes dessa relação. Candê nem sabe explicar a razão, mas, aos poucos, o grande amor que ela sentia por aquele homem foi se extinguindo e a morte dele veio como um grande alívio. Hoje em dia, quando perguntam se ela, ainda enxutona, não quer se casar novamente, responde que já enterrou dois e chega! Já para Felícia (Larissa Maciel) sim gostaria de arrumar um marido. Sua filha mais velha parece viver num mundo à parte, sempre alheia e infeliz, tímida e sem coragem para enfrentar a realidade da vida. Problema oposto é o de Fátima (Bianca Bin), a filha caçula, que, criada com muito mimo, virou uma adolescente insuportável que não quer crescer, apesar dos seus vinte e poucos anos. Não se interessa por nada a sério, só quer se divertir em baladas e vive com uma turma que adora assistir às competições de ciclismo e se envolver com os competidores. Foi assim que Fátima se encantou por Danilo (Cauã Reymond), o campeão de ciclismo atrás de quem ela não se cansa de correr.
‘Passione’, escrita por Silvio de Abreu, com direção de núcleo de Denise Saraceni e direção-geral de Carlos Araújo e Luiz Henrique Rios, é uma história cercada por emoção, mistério, ação e romance. "Essa novela é uma junção de drama, comédia e suspense, gêneros que me interessam muito como autor. Ela não tem um mote. Eu diria que é uma trama envolvente porque tem um segredo que é revelado e que motiva uma grande história de amor e enganos", revela o autor.
Estreia nesta segunda, dia 17 de maio, e ainda com direção de Natalia Grimberg, Allan Fiterman e André Câmara, a nova novela das oito da Rede Globo será ambientada em dois universos – na moderna e movimentada São Paulo e na terra de apaixonantes paisagens e histórias, a bella Itália.







