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Silvio de Abreu fala de sua carreira e aconselha estudantes em palestra no Rio

O autor Silvio de Abreu didiviu experiências de seus 43 anos de carreira, sendo 30 deles na TV Globo, com […]

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Redação
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O autor Silvio de Abreu didiviu experiências de seus 43 anos de carreira, sendo 30 deles na TV Globo, com estudantes da disciplina eletiva Estética: Encontros Entre a Televisão e o Cinema nas Minisséries da TV Globo, uma parceria do projeto Globo Universidade, da TV Globo, e da Faculdade de Comunicação Social da PUC-Rio. No encontro realizado ontem, dia 10, ele começou a palestra dando conselhos aos jovens sobre as escolhas que devem fazer quando estiverem no papel de roteiristas. “Primeiro temos que nos agradar, para passar a história ao público com verdade. A criação, aliada a liberdade de criação, é o que faz uma novela agradável ao público. Vocês têm que gostar de fazer esse trabalho, de imaginar histórias”, afirmou.

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Para mostrar seu processo de criação, Silvio mesclou cenas de suas novelas com a explicação de como pensou a elaboração de cada uma delas. E deu especial atenção a cena de abertura de cada produção, quando é necessário ambientar o telespectador em todo o universo que irá conviver pelos próximos meses. Os estudantes puderam imergir na elaboração das sequências iniciais de Guerra dos Sexos, A Próxima Vítima, Torre de Babel e Belíssima. “Para entenderem a importância de como começar um trabalho, em Guerra dos Sexos levei três semanas para escrever a primeira cena, quando normalmente escrevo um capítulo por dia. É uma cena de sete minutos, que deixa claro o conflito principal – a guerra entre o homem e a mulher – e a intenção da comédia. Tudo ficou claro para o público e a novela foi um sucesso desde o primeiro capítulo”, relembrou o autor.

Descrevendo suas experiências profissionais e sua atuação no cinema e posteriormente na televisão, Silvio de Abreu falou sobre os fatos que levaram a telenovela brasileira a ter características únicas no mundo, permitindo que os autores tenham hoje uma grande liberdade na escrita. O autor também explicou aos estudantes sobre as pesquisas de opinião realizadas no decorrer da novela, que servem de balizadoras para a realização do trabalho, um auxílio para escrever entendendo melhor o que o público quer, permitindo uma melhor condução da trama. Mas destacou que é preciso entender que não é o telespectador que influencia o trabalho do autor, mas o autor que influencia a opinião do público destacando a história como sempre desejou conduzir.

“Em 50 anos de novela no Brasil, as pessoas ainda não entenderam como é o processo de escrever novela. Aqui, as novelas são muito autorais. E acredito que fazem tanto sucesso pelas características dos pioneiros da televisão. Na época da ditadura, grandes dramaturgos saíram do teatro por não ter como trabalhar e foram para a televisão, como Dias Gomes e Lauro César Muniz. Esses grandes dramaturgos fizeram com que a novela brasileira tivesse catacterísticas próprias e se destacasse como um das melhores do mundo. Cada autor tem um estilo próprio muito marcante, influências diferentes, e isso é muito rico, porque estamos sempre somando”, explicou.

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Sobre as perguntas de como se tornar um autor de novela, destacou que “as oportunidades aparecem e é preciso estar preparado para quando elas chegarem”. E lembrou aos estudantes que a televisão não é o único meio para trabalharem e que para chegarem às novelas devem se preparar lendo não só livros como também roteiros e passar por experiências em diversas áreas. “O melhor caminho é desenvolver uma trajetória paralela. O caminho da profissão é você gostar do que faz e trabalhar com afinco. Isso sempre dá bons frutos”, afirmou Silvio. Ele destacou sua carreira lembrando que já trabalhou como assitente de direção e diretor, contra-regra, assistente de produção e ator. “O que eu queria era não deixar de estar no meio artístico. Sempre quis isso. Não me importava se estava varrendo o estúdio, porque o que mais me importava era estar dentro do estúdio. Como ator, fiz quatro novelas da Ivani Ribeiro e tinha acesso a todo o roteiro da novela. Eu tinha muito mais interesse no texto do que em representar e lia muito. O restante foi consequência do trabalho”.

A disciplina será ministrada na PUC até o mês de junho e estão previstas palestras com autores, diretores, figurinistas, diretores de fotografia e outros profissionais da TV Globo. Já participaram do curso os diretores José Lavigne, Luiz Fernando Carvalho, Luiz Gleiser, Daniel Filho e Guel Arraes; os escritores Geraldo Carneiro, Alcides Nogueira, Maria Adelaide Amaral e Antônio Calmon, além de Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação.

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