
O Brasil deve enfrentar um aumento significativo nas mortes por câncer colorretal até 2040, segundo projeção divulgada pela Fundação do Câncer nesta terça-feira (5), durante o Dia Nacional da Saúde. A estimativa aponta um crescimento de 36,3% no número de óbitos causados pela doença, que recentemente vitimou a cantora Preta Gil aos 50 anos. Este cenário alarmante reforça a urgência de ações preventivas e políticas públicas mais eficazes.
De acordo com o levantamento, a maioria dos pacientes recebe o diagnóstico quando a doença já está em estágio avançado, o que compromete as chances de sucesso no tratamento. Essa realidade evidencia a ausência de uma política nacional de rastreamento sistemático, dificultando o diagnóstico precoce. A detecção tardia é um dos principais entraves à redução da mortalidade, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, onde a tendência de aumento é mais expressiva.
+ Irmão de Preta Gil desabafa e relembra agravamento do câncer que matou a cantora
O referido estudo faz parte do 9º volume do boletim info.oncollect e revela dados preocupantes. Segundo Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer, 78% das pessoas que faleceram tinham a doença nos estágios III ou IV, fases em que as possibilidades de cura são consideravelmente menores. Ele destaca que, enquanto países com programas estruturados de rastreamento apresentam taxas de sobrevida de até 65% em cinco anos, o Brasil registra apenas 48,3% para câncer de cólon e 42,4% para câncer de reto.
Rastreamento de câncer colorretal no Brasil
Atualmente, o rastreamento no país ocorre de forma oportunista, sem convocações regulares da população-alvo. Essa lacuna compromete o controle da doença em larga escala e contribui diretamente para o número elevado de casos avançados. Por isso, especialistas reforçam a importância de políticas públicas organizadas e contínuas.
+ Morte de Preta Gil: confira outros famosos que morreram após lutar contra o câncer
Fatores de risco para o câncer colorretal
Além disso, a Fundação do Câncer alerta para diversos fatores de risco que aumentam a incidência do câncer colorretal. Entre eles estão a idade avançada, histórico familiar, consumo excessivo de carnes processadas, sedentarismo, obesidade, tabagismo e alcoolismo. Como recomendação, Maltoni ressalta a necessidade de fortalecer a prevenção primária, com incentivo a hábitos saudáveis, e a prevenção secundária, com programas efetivos de rastreamento.

Colaborou: Reginaldo Lemos






