
A emissora mais bolsonarista pagando o pato. Até a RedeTV! abandonou este barco. O SBT foi e continua sendo voltado ao bolsonarismo. E principalmente agora após a morte de Silvio Santos (completamente diferente do que pessoas como Zezé di Camargo afirmam). Só fala o contrário quem não é telespectador do canal.
A morte do Silvio ainda era recente quando o canal começou a vender horários nas afiliadas até para igreja, coisa que o Silvio nunca permitiu enquanto estava vivo. Hoje é normal ligar no canal pela manhã e ver o bispo Macedo nas regionais.
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Os telejornais da emissora são em sua maioria apresentados por bolsonaristas declarados, e que expõem suas opiniões no ar: Marcão do Povo – bolsonarista roxo; Luiz Bacci; Cesar Filho etc.
Na área do entretenimento, Danilo Gentili é de direita; Ratinho é bolsonarista e vive soltando pérolas nesse âmbito; Patrícia Abravanel é casada com ex-ministro do Bolsonaro; A Praça é Nossa é cheia de piadas que ironizam só o governo atual (o quadro do João Plenário inclusive é uma crônica do que está acontecendo atualmente em desfavor da esquerda, e o programa todo é escrito até hoje pelo octogenário e genial Carlos Alberto de Nóbrega). O Otávio Mesquita nem se fala etc.
SBT paga preço por dar corda
No principal telejornal do canal, o SBT Brasil, que ganhou uma nova roupagem opinativa após o falecimento de Silvio Santos, Cesar Filho dia sim e outro também alfineta alguma polêmica do Governo. É inesquecível um link ao vivo, após um apagão, onde um repórter estava em um açougue, e Cesar Filho ficou insistindo: “Pergunta da picanha”, “pergunta o preço da picanha”, constrangendo o repórter. Estes dias ele soltou mais uma contra Lula.
Além de vender horários para igrejas, o canal passou a exibir um programa evangélico diário com o bolsonarista Deive Leonardo pelas manhãs (o programa saiu do ar em setembro por baixa audiência). As novelinhas infantis se tornaram novelinhas evangelizadoras (a audiência caiu tanto que o canal teve que fechar o departamento).
O SBT também passou a exibir festivais evangélicos cheios de discursos de direita. Desde o ano passado, o canal exibe o réveillon gospel de André Valadão, o Vira Brasil. E em outubro o canal confirmou que este ano terá de novo, mesmo após a atração no ano passado perder para a reprise da Retrospectiva da Record.
Agora, o SBT convidou autoridades à inauguração de sua nova emissora de notícias, assim como autoridades compareceram à inauguração da Record News (o próprio Lula), a CNN completou 5 anos e recebeu autoridades e ministros do STF… É a praxe, TV é concessão pública.

Bastou isso para bolsonaristas virarem a cara para o canal, que agora é chamado de SPT (mistura de SBT e PT). Direito deles. Até Flávio Bolsonaro ficou admirado com isso, criticou Zezé e foi às pressas ao Programa do Ratinho para amenizar a situação. Mas quem realmente assiste o canal e acompanha as notícias sabe que na época do Silvio era um pouco diferente.
“Você começou a fazer comentários políticos no SBT e eu pedi para você não fazer mais, porque você foi contratada para ler notícias, não para dar sua opinião. Se quiser fazer política, compre uma estação de TV e faça por sua própria conta“, disse Silvio Santos para Rachel Sheherazade em 2017, durante o Troféu Imprensa. (O apresentador até foi processado por ela por causa disso, que alegou que sofreu “humilhação pública”).
Na verdade, a proibição veio em 2024 (governo Dilma). Na época, a jornalista ainda fazia comentários reacionários e de extrema direita no telejornal. Quem não se lembra quando ela disse: “adote um bandido“?
Voltando aos primórdios, o apresentador a contratou para a rede nacional em 2011 (início do governo Dilma), após uma crítica dela em afiliada da emissora sobre o Carnaval viralizar na internet. Era basicamente uma crítica ao capitalismo.
Em setembro de 2020 (governo Bolsonaro), Rachel Sheherazade foi demitida, após se tornar uma crítica ferrenha de Bolsonaro nas redes sociais. Ou seja, o problema era criticar quem estava no poder no momento, seja quem for.

Política é paixão, e não razão. E quando envolve um grande radicalismo, que o próprio SBT ajudou a alimentar, a situação fica um pouco pior. Já aprenderam esta lição: Alexandre Frota, Joyce Hasselmann, João Doria, Carla Zambelli, Gustavo Bebianno, Roberto Jefferson, Janaína Paschoal, Mandetta etc. A lista é enorme. E agora Silas Malafaia está seguindo por esse caminho, e Tarcísio de Freitas também.
Tudo isso não é de forma alguma para condenar a família Abravanel. Com erros e acertos, Daniela Beyruti tem feito uma direção brilhante do canal e inclusive a iniciativa de convidar autoridades de diversos espectros políticos com certeza foi com Silvio Santos em mente. Contudo, agora as filhas aprenderam a lição que o pai descobriu lá atrás. Foi dar corda…
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* As críticas e análises aqui expostas correspondem a opinião de seus autores.
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