
O público já pode revisitar a trajetória de um dos maiores gênios do humor, que gerou um enorme legado, com a estreia da série documental Original Globoplay ‘Chico Anysio: um Homem à Procura de um Personagem’.
Com direção e roteiro de Bruno Mazzeo, filho do humorista, e produção da Casé Filmes, a obra acompanha a jornada multifacetada do artista, que brilhou nos palcos, na literatura e nas telas, em programas memoráveis como ‘Chico City’ e ‘Escolinha do Professor Raimundo’, e leva ao público um olhar profundo sobre sua influência na cultura e na arte do país.
Fernanda Montenegro participa da série documental de Chico Anysio
Bruno Mazzeo falou sobre como foi dirigir o documentário:
Como é para você, como filho e profissional, dirigir um documentário tão pessoal sobre a vida e a obra do seu pai?
Foi muito especial, talvez o mais especial dos meus trabalhos. Por ser minha estreia nesse universo dos documentários, eu que sou tão acostumado a partir do texto, tive que aprender uma nova maneira de contar uma história. Vivi momentos de grandes emoções. Sou muito feliz por ter contado essa história.
Quantas pessoas foram entrevistadas para a série? Poderia citar alguns nomes que foram fundamentais para a construção da narrativa e por quê?
Não entrevistei ninguém que não conhecesse profundamente meu pai, que não tenha convivido com ele, seja profissional, seja pessoalmente. Tem gente que trabalhou com ele durante anos, como Boni e Daniel Filho, colegas como Fernanda Montenegro, Tom Cavalcante, Cacá Diegues e Renato Aragão, além de todos os meus irmãos, meu tio, meu primo Marquinhos Palmeira e ex-esposas, incluindo Zélia Cardoso de Mello.
Quais recursos você utiliza para selecionar alguns dos personagens mais icônicos do Chico na série documental, em meio a um portfólio tão vasto e de tantos anos de história?
Optei por contar a história e deixar os personagens aparecem organicamente, sem a preocupação de mostrar todos, afinal a série não é sobre isso. Mas eles estão bem representados, muitos são citados nominalmente, outros ilustram uma situação. O importante foi mostrar a qualidade e variedade da criação do Chico, o mais ator de composição do mundo.
Como a série explora a importância desses personagens no imaginário popular brasileiro?
Ao lembrar seus personagens, temos a real noção do quanto eles ainda estão no imaginário do brasileiro, muitos bordões são repetidos até hoje nas ruas. Alguns entrevistados contam de onde vieram inspirações para a criação de alguns personagens. Isso, além de ser curioso, deixa bem claro que a matéria-prima do Chico vinha das ruas.
Como você equilibrou a narrativa da vida pessoal com a carreira, buscando mostrar o lado humano do seu pai?
A ideia sempre foi aprofundar no Francisco, em paralelo com a trajetória incrível do Chico. O Francisco era um ser humano que tinha falhas, inseguranças, fraquezas e até depressão. Acho que conseguimos mostrar um lindo e verdadeiro retrato do meu pai. Com certeza, ele deve estar feliz com o resultado.

Gostaria de destacar sua memória mais marcante de Chico Anysio como pai e como artista?
São muitas as memórias, impossível responder em uma pergunta. Mas fazer este documentário me fez rever algumas delas, seja através de imagens caseiras que utilizamos, seja através de depoimentos de irmãos e parentes.
Qual é a principal mensagem que você espera que o público absorva ao assistir à série documental?
A série não é uma “homenagem”, um “especial”, mas um mergulho não só na obra, mas na alma de Chico Anysio. É um documentário profundo, como não podia deixar de ser, uma vez que é um filho juntando o quebra-cabeças da vida do pai.






