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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Saiba mais sobre a nova série da Globo, ‘Amorteamo’

Saiba mais sobre a nova série da Globo, ‘Amorteamo’, que estreia nessa sexta-feira (8), depois do Globo Repórter. Um melodrama […]

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Wandreza Fernandes
Wandreza Fernandes
Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.
Globo/Paulo Belote
Globo/Paulo Belote

Saiba mais sobre a nova série da Globo, ‘Amorteamo’, que estreia nessa sexta-feira (8), depois do Globo Repórter.

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Um melodrama clássico com estética original. Uma história de amor tão forte quanto a morte. Esse é o mote de ‘Amorteamo’, nova série de Cláudio Paiva, Guel Arraes e Newton Moreno, com direção geral de Flavia Lacerda.

O fio condutor são dois triângulos amorosos. O primeiro formado por Aragão (Jackson Antunes), a mulher Arlinda (Letícia Sabatella) e o amante dela, Chico (Daniel de Oliveira). O segundo, por Malvina (Marina Ruy Barbosa), Lena (Arianne Botelho) e Gabriel (Johnny Massaro), fruto da relação extraconjugal de Arlinda e Chico, mas criado como filho por Aragão. Gabriel nasceu sob o signo da morte, numa Recife do início do século XX. Foi concebido minutos antes de seu pai ser morto por Aragão num rompante de ciúme ao flagrar a traição em sua própria cama. Mas para Chico, a morte não foi o seu fim. E, mesmo morto, se fez presente dia após dia na vida daquela família.

Anos mais tarde, Gabriel vê novamente a morte enredar seu destino. Apaixonado desde a infância por Lena, o rapaz foi obrigado a casar com Malvina, filha misteriosa e sombria de um agiota da cidade que salvaria sua família da ruína financeira. Para impedir o enlace entre Lena e Gabriel e garantir o casório, Aragão fez ainda Gabriel e Lena pensarem que são irmãos. Vendo o sofrimento do filho, Arlinda conta a verdade sobre a origem de Gabriel. Diante disso, ele se vê livre para viver seu verdadeiro amor e abandona Malvina na porta da igreja.

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Malvina, abatida por um histórico de abandono, se atira da ponte da cidade e morre afogada. Massacrado pelo remorso, Gabriel viola o túmulo de sua noiva e leva seu corpo para casa, trazendo consequências funestas: Malvina volta à vida e traz com ela todos os mortos da cidade. Num primeiro momento, os reencontros com os devolvidos da morte trazem alívio e felicidade para quem sofria suas perdas. Mas o povo não demora a descobrir que não se muda o curso natural da vida impunemente.

Para narrar esse melodrama do sobrenatural, a diretora Flávia Lacerda resgata referências clássicas do audiovisual, mesclando técnicas tradicionais do cinema e efeitos visuais contemporâneos que potencializam a estética romântica e misteriosa de ‘Amorteamo’. “O texto trabalha com elementos mais fantásticos e a gente se inspirou muito no que acontecia culturalmente no mundo no início do século XX. Trouxemos tudo isso para contar nossa história de amor, que é um melodrama”, explica Flavia Lacerda. Associando linguagens do expressionismo, do cinema mudo e do teatro circense, nas quais as distorções e exageros dão o contorno das inquietações das personagens. “É um produto sofisticado, mas ao mesmo tempo popular. O cinema do início do século passado era exibido nas feiras públicas. A ideia é realçar, a partir da recriação dessas referências, o melodrama, a arte popular”, ressalta Guel Arraes, um dos criadores da série.

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Além dos triângulos amorosos, outros núcleos como o bordel de Dora (Maria Luiza Mendonça) e do bar da Cândida (Guta Stresser) e Manuel (Aramis Trindade) costuram esse universo de sentimentos exacerbados como amor, morte, culpa e vingança. Integram também o elenco: Tonico Pereira, Lívia Falcão, Gustavo Falcão, Gheusa Sena, entre outros talentos.

Figurino e caracterização

O figurino de ‘Amorteamo’ é marcado pelo encontro do tradicional com o moderno. Peças clássicas do final do século XIX e início do XX ganham uma releitura atual com formas pontudas e proporções irregulares, criada pela equipe de figurino conduzida por Cao Albuquerque, que reforçam a estética disforme da série. Vestidos, calças e até chapéus foram customizados para integrar esse universo pouco tradicional. “Queríamos gerar um interesse visual. É um figurino fabular, o que pode ser divertido. Usamos itens mais antigos com mais contemporâneos”, explica o figurinista.

Foram produzidas 560 peças pela área de confecção de figurino do Projac, sem contar modelos novos ou repaginados do acervo da Globo com aplicação de tachas, ilhós, itens de metal, fitas e pedaços de couro para dar um toque de modernidade. A equipe de Cao trabalhou com envelhecimento e texturas em adereços e acessórios. Bijuterias modernas e exuberantes, por exemplo, ganharam tratamento para parecerem de época.

Além disso, a origem social dos personagens fica evidenciada pelo tipo de tecido que usam. Quando financeiramente abastada, Arlinda (Leticia Sabatella) usa muitas roupas em veludo. Já Cândida (Guta Stresser), representante da classe média que trabalha em uma taverna, usa um tecido mais rústico. E Dora (Maria Luiza Mendonça), uma das integrantes do bordel da cidade, veste trajes inspirados no século XVIII, como espartilhos. Já o jeans é uma peça neutra, que está presente no vestuário de Gabriel (Johnny Massaro) e Lena (Arianne Botelho).

A passagem temporal de 18 anos fica marcada pela mudança de cor do figurino. Arlinda, cujas roupas têm influência do operístico, começa a série usando peças em tons de bege e, a partir do casamento com Aragão (Jackson Antunes), passa a usar roupas mais escuras. Quando vai para o bordel, ela começa a usar cores mais chamativas, como rosa choque. Com Aragão acontece o oposto. O personagem começa adepto de roupas claras e vai escurecendo, já que fica decadente e usa as mesmas combinações, que ficam desgastadas e envelhecidas ao longo dos anos.

O crescimento dos cabelos dos personagens também aponta a passagem de tempo. Com essa premissa, a equipe de caracterização de ‘Amorteamo’ criou, no total, 36 perucas. “Em vez de os personagens envelhecerem com látex e rugas no rosto e terem fios brancos, os cabelos crescem.”, explica a caracterizadora Lu Moraes. Arlinda, por exemplo, começa com os cabelos na altura do colo e, 18 anos depois, eles chegarão a arrastar no chão.

A composição do figurino também é essencial para mostrar as personalidades opostas dos dois homens da vida de Arlinda, Aragão (Jackson Antunes) e Chico (Daniel de Oliveira). Ambos usam colete e plastrom, mas a escolha do tecido é o diferencial para compor o poder de sedução de cada um. Galanteador e polido, Chico (Daniel de Oliveira) usa colete de veludo e plastrom de seda amarrado. Rude e hostil, Aragão veste colete e plastrom de couro.

O vestido de noiva de Malvina (Marina Ruy Barbosa) tem toda a base formada por tule e os detalhes que mais chamam atenção são as rendas, bordadas uma a uma na cintura, na gola e nos punhos. O look fica completo com botas de cano alto. É com esse figurino que Malvina é enterrada e retorna como morta-viva. Para demarcar a condição pós-morte da personagem, a equipe de aderecistas pintou o sangue na roupa. “Eles fizeram um desenho e uma pintura de arte com o próprio sangue cenográfico para que ele tenha uma beleza cinematográfica”, explica Cao. Ao virar morta-viva, Malvina aparecerá com a maquiagem borrada e dentes e unhas pintados com efeito de descascado e sujeira.

A figuração também veste roupas que contribuem para a composição da história da época. Dentre os mortos-vivos, por exemplo, haverá cantores de ópera e índios. “Pensamos em enterrar pessoas que fossem referências da época. A gente não partiu do princípio da tragédia, mas sim de como foram enterrados”, conta Cao. Com isso, alguns aparecem com roupas mais deterioradas por terem mais tempo de morte. “Nós misturamos o atual com o de época nas caracterizações dos mortos-vivos. Misturamos o lúdico e o fashion”, explica Lu.

Cenografia e direção de arte

Uma estética sombria reforça o tom melodramático de ‘Amorteamo’ e o clima fúnebre do seriado ganha evidência com os recursos de luz e sombra que conduzem as cenas. Essas referências, que também são inspiradas no início do século XX, época em que a trama se passa, servem como premissa visual para o trabalho das equipes de cenografia, direção de arte e efeitos visuais. “Os claros e escuros favorecem a história que está sendo contada. O período também influenciou bastante, principalmente pela ausência de energia elétrica. Estamos usando muita lamparina e vela”, explica a cenógrafa Cris de Lamare. A equipe ainda trabalha com realismo nas texturas, que complementam a estética contrastante em um acabamento preciso: paredes, ruas e calçadas ganham uma aparência de envelhecidas, descascadas e úmidas.

Uma das curiosidades de ‘Amorteamo’ são as gravações exclusivamente em estúdio. Cemitério, ruas, fachadas, ponte e até efeitos como chuva, fogo e lama são realizadas em ambientes internos. “Esse projeto é todo em estúdio porque a gente queria ampliar os espaços. Nosso limite nunca é a parede. Há um pouco de realismo fantástico”, adianta a diretora de arte Yurika Yamasaki. A complementação acontece tanto com pintura quanto com cenografia virtual.

O cemitério, por exemplo, tem o céu formado por um ciclorama (painel) de 360 graus pintado à mão em tons de preto, cinza e branco. Ele permite que, através da iluminação, se ajuste a tonalidade de acordo com cada cena. “Trabalhamos muito com extensão na pintura, uma tecnologia antiga e in loco”, conta Yurika. O espaço, de 1000 m², possui 15 esculturas em isopor, árvores cenográficas, areia lavada misturada com pó xadrez, além dos túmulos por onde os personagens sairão como mortos-vivos.

Já as construções com mais de um andar, como a casa de Aragão (Jackson Antunes), contam com o recurso de cenografia virtual. Os primeiros pavimentos são construídos e os demais, finalizados na pós-produção. “É uma cenografia bastante peculiar. Tudo que construímos e não caberia no estúdio será complementado virtualmente”, pontua a cenógrafa Cris de Lamare, chamando atenção para a importância dos efeitos visuais na série. “Há três sets que dependem muita da complementação: a ponte, a rua e a fachada da mansão. Sempre que têm esses cenários, haverá extensão de cenário”, detalha o produtor de Efeitos Visuais Gustavo Garnier.

Para evidenciar a estética expressionista e causar estranhamento aos olhos do telespectador, parte dos cenários são estilizados e deformados, como as colunas da igreja e as escadas da casa de Aragão (Jackson Antunes). “Essa linguagem diferenciada foi um grande desafio, pois a gente não podia repetir a mesma esquadria várias vezes. Tínhamos que desenhar cada uma com um entortamento diferente”, detalha Cris.

A passagem de 18 anos fica evidenciada principalmente na ampla casa de Aragão. Com a decadência financeira do dono do engenho, os móveis aparecem envelhecidos e sujos. O cenário do bordel, para onde Arlinda (Letícia Sabatella) será levada pelo marido, é todo vermelho, com paredes repletas de colagens de quadros, cortinas, adornos e corredor perspectivado.

Todas as projeções de cenários foram realizadas a favor do enquadramento pensado pela diretora Flavia Lacerda. “A gente já sabe o take que ela estava pensando, pois tudo foi decupado antes. É artisticamente muito interessante”, conclui Cris. Outra curiosidade é a divisão das gravações feita por cenários, o que demandou um trabalho minucioso de continuidade: são 21 espaços, ao total. “Os efeitos visuais têm um trabalho completamente artesanal que começa na reunião de leitura, quando a Flavia apresenta o que havia pensado. Fazemos o storyboard pré-visualizando os ângulos sugeridos. Isso dá muita objetividade”, finaliza Garnier.

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Wandreza Fernandes
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Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.