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Saiba mais sobre a nova série da Globo, ‘Nada Será Como Antes’

Saiba mais sobre a nova série da Globo, ‘Nada Será Como Antes’, que estreia nesta terça-feira, dia 27, logo após […]

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Wandreza Fernandes
Wandreza Fernandes
Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.
Reprodução/TV Globo
Reprodução/TV Globo

Saiba mais sobre a nova série da Globo, ‘Nada Será Como Antes’, que estreia nesta terça-feira, dia 27, logo após ‘Velho Chico’.

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Amores arrebatadores, poder, intrigas, paixões, ciúmes e desilusões. Elementos de uma novela que, para o público em geral, pulsam e se dissipam no on–off da TV.  Mas em ‘Nada Será Como Antes’ a ficção acompanha tão intimamente a realidade de algumas pessoas que elas precisam reinventar a vida real. A série de Guel Arraes e Jorge Furtado, escrita por Guel Arraes, Jorge Furtado e João Falcão e direção artística de José Luiz Villamarim, narra o drama romântico de Saulo (Murilo Benício) e Verônica (Débora Falabella), entremeado por outras histórias que também se passam nos bastidores da implementação da primeira tevê no Brasil. “Saulo é um jovem empreendedor, um visionário, que trabalha com venda de rádios e se apaixona perdidamente pela locutora de uma rádio do interior, a Verônica. Falamos sobre a transformação desse casal que acompanha a transformação dos meios de comunicação do país”, conta Guel Arraes.

Tendo como ponto de partida o seu extraordinário talento para farejar os desejos humanos, Saulo, de mero vendedor de rádio, inaugura a sua TV Guanabara, consagrando a novela uma paixão nacional. Isso quando nem o mais otimista dos visionários previa o acesso maciço das pessoas aos aparelhos de TV. Mas esse mesmo homem que constrói, do nada, uma fábrica de sonhos, não é capaz de realizar o mais simples e pessoal desejo: manter seu casamento com Verônica, seu grande amor. Ao lado de Saulo, Verônica se torna a grande estrela das telenovelas. Mas é quando os holofotes se apagam que ela mostra sua real grandeza, rompendo com os papeis da vida real que a sociedade tenta lhe impor. “O interessante é que muitos paralelos podem ser feitos com os dias de hoje. Percebemos onde evoluímos ou não, em termos de costumes e pensamentos”, destaca João Falcão.

Apesar de se passar por volta da década de 1950, a série não tem caráter documental. “A televisão é uma subtrama, um charme. Tem algumas informações, algumas curiosidades dos bastidores do início da televisão no Brasil, mas o drama pessoal, a história dos personagens é o foco principal”, reforça Jorge Furtado. Para dar forma ao roteiro, o diretor José Luiz Villamarim optou por uma linguagem contemporânea: “Na hora de filmar uma época, geralmente existe muito respeito. O ator já tem um jeito de sentar, a câmera está mais comportada, essa é a primeira leitura. Pedi, então, que desconstruíssemos um pouco isso. Filmamos com uma câmera solta, muito mais dentro da cena”, revela.

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A história

Entre meados da década de 1940 e fins dos anos 1950, o país e o mundo passam por total transformação. É o momento em que surge a televisão, a bossa nova, o cinema novo, Brasília é inaugurada, o Brasil é campeão do mundo pela primeira vez e o foguete Sputinik é lançado ao céu. Outra mudança, dentre as mais importantes desse período, é a do papel da mulher na sociedade. Subjugadas, até então, aos papeis impostos pela sociedade, elas passam a se posicionar como cidadãs autônomas e independentes. O rádio ainda é o principal meio de comunicação no Brasil e a ideia da chegada da televisão é vista com desconfiança. A possibilidade de falar com o público com o suporte de imagens, além de ser uma ameaça ao antigo veículo, é tratada pelo setor empresarial como uma ousadia destinada ao fracasso. Em meados da década de 1940, Saulo (Murilo Benício) viaja pelo estado do Rio vendendo aparelhos de rádio. Ele conhece Verônica (Débora Falabella), uma locutora de uma estação de rádio do interior e se encanta – primeiro, pela voz da moça, e depois, por sua beleza. Visionário, ele conta a Verônica sobre seu desejo de produzir uma novela e garante que realizará o desejo dela de se tornar atriz. Uma década se passa, Verônica e Saulo vivem no Rio de Janeiro. Ele já dono de uma emissora de rádio e ela uma atriz reconhecida. Os problemas na vida do casal começam quando Saulo descobre que é estéril e não poderá realizar o desejo da esposa de ser mãe. Ele, então, decide terminar o relacionamento sem revelar o verdadeiro motivo. Enquanto isso, Saulo segue com o sonho de montar uma estação de tevê e tenta convencer Otaviano Azevedo Gomes (Daniel de Oliveira) a investir em sua ideia. Na noite, Saulo conhece Beatriz (Bruna Marquezine), uma sedutora dançarina e cantora de boate, e decide usá-la como chamariz para convencer Otaviano a acreditar na televisão. Saulo acaba conseguindo fazer com que Otaviano e sua irmã, Júlia (Letícia Colin), apostem em seu sonho, mesmo sem o consentimento de Pompeu (Osmar Prado), o patriarca dos Azevedo Gomes. Saulo pede a Aristides (Bruno Garcia), seu melhor amigo e roteirista das novelas de sua rádio, que seja feita a adaptação de Anna Karenina para a televisão. A história é produzida com Verônica no papel principal. Mas é Beatriz, que interpreta Kitty, quem realmente chama a atenção do público. E a esta altura, Beatriz, que está se relacionando com Otaviano, acaba se envolvendo também com Júlia, surgindo daí um triângulo amoroso entre a atriz e os dois irmãos.

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Figurino e Caracterização

Os figurinos vão além das décadas de 1940 e 1950 e refletem tudo o que existia naquela época, fazendo uma união entre o glamour e o dia a dia da sociedade. Misturando essa ideia às referências de artistas dos anos 50, o figurinista Cao Albuquerque optou por trabalhar com uma paleta de cores mais sóbrias. “Eu quis contar uma história em preto e branco num seriado que será colorido”, explica. “Saulo, por exemplo, será um homem prático, de negócios, e estará sempre com coletes e suspensórios em tons de cinza ou marrom.” Para Verônica, a principal referência foram as cantoras do rádio. “As cantoras tinham mais glamour naquela época, em que nossas grandes atrizes estavam do teatro”, pontua Cao. A ousadia no figurino estará no guarda-roupa de Beatriz (Bruna Marquezine). Como uma mulher à frente de seu tempo, a personagem não vai economizar nas transparências, rendas e decotes. “A Beatriz tem um sex appeal que foi buscado na Jayne Mansfield, na Rita Hayworth e na Marilyn Monroe, mulheres que revolucionaram sexualmente os anos 50”, analisa o figurinista. Para a caracterização, as referências foram encontradas na moda da década de 1950. “Fui em Channel, Cristian Dior e nos demais grandes nomes da moda. Para compor Saulo e Verônica, me baseei em um editorial de moda com Marcello Mastroianni e Anouk Aimée que, assim como a nossa personagem, usava cabelos curtos”, conta a caracterizadora Lu Moraes. A exceção é Beatriz, que teve seu visual inspirado na modelo contemporânea Dita Von Teese. Os destaques, tanto no figurino quanto na caracterização, poderão ser conferidos especialmente nos momentos em que a novela ‘Anna Karenina’ for encenada dentro da série com roupas e perucas do século XIX. Na série, as novelas ganham um requinte de produção para justificar o fascínio que a tevê viria a exercer, representando a sua força e poder. Além destes, outros momentos na trama que chamam atenção pela exuberância das roupas – tanto do elenco principal quanto da figuração – são o baile de carnaval e a festa de ano novo, dois acontecimentos que mobilizavam a sociedade carioca.

Produção de arte e Cenografia

Responsável pela produção de arte de grandes filmes como ‘Ensaio Sobre a Cegueira’, ‘Cidade de Deus’ e ‘Tropa de Elite’, Tulé Peak faz sua estreia na TV em ‘Nada Será Como Antes’.  Tendo como ponto de partida o momento histórico em que se passa a série, Tulé trouxe para a produção de arte e para a cenografia, assinada em conjunto com Pedro Équi,  esse contorno de progresso.  A produtora de tevê e a casa de Saulo (Murilo Benício), são a maior representação dessa  ideia de futuro que permeia toda série. “ Tudo que envolve o universo deste personagem tem um quê de vanguarda. Da casa em que ele vive à sua produtora, tudo deve representar esse olhar adiante.”, revela Pedro. Na casa de Saulo o mobiliário e obras de arte privilegiam nomes brasileiros que despontavam na época, como Sérgio Rodigues e Portinari. “O estilo da casa de Saulo mistura o art déco e o modernismo arquitetonicamente, mas com uma decoração contemporânea da década de 50. Ele é um homem antenado a tudo o que rolava de mais moderno na cultura do seu tempo. Em contraposição, a casa de Pompeu (Osmar Prado), um homem apegado a tradição, tem um ar clássico, palaciano”, complementa Tulé. O maior exemplo da cenografia e produção de arte como representação da visão de Saulo é a estação de trem do cenário da primeira telenovela produzida pela TV Guanabara, Anna Karenina. Ao produzi-la, Saulo deveria arrebatar o público e convencer os anunciantes sobre o potencial do gênero. Para tanto, não poupou esforços. O personagem recria  em estúdio uma estação de trem russa, em pleno inverno, com direito a neve artificial e uma locomotiva de 15m de comprimentos por 3,5 m de altura que se movimentava em um trilho de 100 metros de comprimento. “Este foi um grande desafio, fazer com que o trem coubesse no estúdio, permitisse movimento e que fosse manual para ser algo apropriado para época. O material teve que ser o mais leve possível, mas com estrutura para comportar as pessoas”, conta Pedro Équi.  “A televisão nos seus primórdios era mais simples, um cenário como este não existiria. Mas a intenção é mostrar a ambição do Saulo e o crescimento dessa transposição do rádio para a tevê. Para isso, enobrecemos a produção, mas tivemos como base uma ampla pesquisa. Não é um registro histórico, mas temos parâmetros”, reforça o produtor de arte Tulé. Assim como este, outros cenários de novelas e programas foram inseridos no cenário da fictícia emissora. À época, era comum galpões industriais serem adaptados para  estúdio. Sendo assim, os Estúdios Globo foram cenografados em 360 graus, como um galpão, dando a ideia de se estar em uma locação externa. A planta é em formato de U, de forma que a câmera circule com fluidez pelos ambientes da TV Guanabara, provocando diferentes sensações. “ As câmeras precisam percorrer os espaços. É um labirinto, um percurso. Elas vão acompanhando o ator, mostrando a dinâmica dos bastidores da televisão : camarins , corredores de serviço, swticher, área técnica de áudio e a sala do Saulo com vista panorâmica”, diz Pedro Équi. Em relação aos objetos de época, como câmeras e rádios, muitos foram adquiridos de colecionadores e até mesmo de museus dando todo o charme da produção.

Fotografia e Iluminação

Parceiro de José Luiz Villamarim em trabalhos elogiados como ‘O Rebu’ ,  ‘O Canto da Seria’ e ‘ Justiça’,   Walter Carvalho assume também a direção de fotografia e iluminação em ‘Nada Será Como Antes’. Tendo como premissa o fato da série se relacionar com um período histórico específico, Carvalho diz preferir substituir a ideia de representar uma época pela ideia de falar sobre ela. “Ao  invés de retratar um passado,  a gente fala da memória. Convida o expectador a fazer uma viagem regressiva, onde ele possa – a partir das imagens que geramos, da concepção artística do Zé (Villamarim) e do texto – imaginar a nossa história”, conta o diretor. Para fazer alguns links com a época, entre os anos 1940 e 1950, Carvalho afirma que se baseou , sobretudo, no que cinema americano estabeleceu como elementos icônicos daquele período. Mas, dentre todos eles, o diretor buscou o menos utilizado. “O zoom era bastante utilizado nos anos 1950.  Apesar da  televisão não se valer deste recurso naquele tempo, lançamos mão desse efeito. Fechando-o ou abrindo-o, conseguimos enfatizar a leitura de um objeto ou da emoção do ator. Há um certo preconceito sobre essa lente, mas a utilizamos propositalmente”, revela. No início de sua implementação, a televisão era praticamente quadrada, diferente do formato retangular atual. Toda vez que a série mostrar uma encenação das novelas produzidas pela TV Guanabara, a imagem será preta e branca, como acontecia nos primórdios da tevê. Mas quando a série se refere aos dramas reais de seus personagens, a imagem é colorida. Quanto a iluminação, houve uma discrição nas sombras. Foram utilizados filtros para baixar os contrastes e criar entre a câmera e o elemento filmado uma membrana que aproxima todos os tons do figurino e cenário, criando uma unidade.

Produção Musical                   

Produzida por Eduardo Queiroz, mesmo produtor musical de ‘O Rebu’, ‘Amores Roubados’ e ‘O Canto da Sereia’, a trilha sonora de ‘Nada Será Como Antes’ prima pela elegância e sofisticação e é parte fundamental da história. Se prestando primordialmente à narrativa dos dramas dos personagens e ambientação, a sonoridade mantém coerência com a época em que se passa a série, porém, com uma estética não caricatural. Está presente o jazz dos anos 50, base para todas as performances do elenco, como o número da personagem Beatriz, de Bruna Marquezine, em “The man I love”, de Billie Holiday. Em ocasiões como essa, o elenco tem suas vozes captadas ao vivo, para manter o calor e a emoção da cena. Há mais de 90 intervenções musicais no roteiro, cada uma delas traz a nostalgia e o glamour do período. No repertório, canções que vão de Lamartine Babo e Silvinha Telles a Ella Fitzgerald e Nina Simone, entre outras. Além das canções, há 25 músicas criadas para as vinhetas dos programas, radionovelas e telenovelas que se passam dentro da série.  Para diferenciar essa trilha da trilha da narrativa dramática, dos personagens reais de ‘Nada Será Como Antes’, foram compostos temas instrumentais originais, com uma estética mais contemporânea, menos presa ao estilo usado na época.

‘Nada Será Como Antes’ será exibida em 12 episódios, às terças-feiras.  A série traz no elenco Murilo Benício, Débora Falabella, Bruna Marquezine, Daniel de Oliveira, Osmar Prado, Cássia Kis, Bruno Garcia, Letícia Colin, Daniel Boaventura e Fabrício Boliveira, entre outros.

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Wandreza Fernandes
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Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.