A atriz Zezé Motta desabafou sobre o tempo de trabalho na televisão. Ela, que é conhecida por diversos papéis na telinha, assumiu que, muitas vezes, não concordou com posições que foi colocada para atuar.
Em entrevista ao portal Alma Preta, a famosa relembrou o começo da carreira, nos anos 70. Por ser uma mulher preta, na maioria das vezes, era utilizada para dar vida a personagens com o mesmo tipo de abordagem e característica.
“Uma das piores coisas é que eram personagens sem pai, sem mãe, sem marido, sem filho, em que a casa era a da patroa, não tinham sequer roupa de passeio. Eu não queria ser só isso”, contou ela.
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Não é novidade para ninguém que papéis mais “glamourosos” sempre ficavam para a mocinha branca ou para o galã da produção. Como já se foi muito cobrado, personagens feitos por pessoas pretas tendiam a estar em funções inferiores, em que atuavam como empregados, filhos de empregados e etc.
“No começo, me chamavam sempre para os mesmos papéis. Era abre a porta, fecha a porta, serve o café. Nada contra quem faz isso. Mas eu havia ganhado uma bolsa de estudo em um dos melhores cursos da época e eu ficava pensando que eu poderia explorar melhor isso”, continuou Zezé.
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Esperança de um mundo melhor
No entanto, apesar de algumas situações não tão agradáveis, a artista comemorou, pois, em 50 anos de carreira, agora, está começando a ver uma mudança significativa na sociedade. O debate sobre atitudes racistas presentes no espaço em que vivemos é um grande exemplo disso.
“É tão importante falarmos de racismo, desigualdade, que um dia é pouco, precisamos de mais tempo. Isso é uma conquista maravilhosa”, comemorou.