A atriz Dira Paes está no elenco do folhetim especial ‘Fina Estampa’, que entrou no ar no lugar de ‘Amor de Mãe’, que teve as gravações suspensas por conta da pandemia do coronavírus. Junto com isto, vieram os tristes números de feminicídio, que amentaram neste período de reclusão.
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Em conversa com o portal UOL, ela ressaltou a importância que a sua personagem teve na luta feminina contra a igualdade e a violência. Na trama, o seu marido, o motorista Baltazar, interpretado por Alexandre Nero, é violento. Dira Paes refeletiu sobre isso:
“As coisas não acontecem por acaso. A presença de ‘Fina Estampa’ nesse momento da pandemia ressuscitou o tema da violência contra a mulher com muita atualidade. O que nos faz sentir, de certa maneira, que nós não avançamos muito nessa questão”, iniciou a atriz, que ressaltou a força que sua personagem teve para defender a filha: “Mesmo sendo violada fisicamente e moralmente, ela apoia a filha. Ela se arrisca pela filha. Ela vai atrás dos sonhos da filha. Ela reforça os desejos da filha, para que ela não repita o seu ciclo de frustação. Se realizar através de um filho é real e isso é muito maternal”.
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A atriz afirmou que teve dificuldades em interpretar uma personagem passiva com a violência, sendo que ela é uma das maiores defensoras da causa: “O mais difícil e desafiador para mim, foi como fazer uma mulher passiva, com uma imobilidade que a impedia de sair de um ciclo de violência. Quando pesquisei, comecei a descobrir mulheres com histórico de 20, 30 anos de violência e isso foi uma questão que me impressionou muito. A imobilidade de pedir ajuda de fato”.
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Dira Paes ainda finalizou: “Não foi fácil fazer, porque a gente sabe que era um assunto muito delicado e profundo, dentro de uma novela que tem muitos aspectos. Às vezes, você está no meio de um drama e faz uma cena mais cômica. Minha personagem está ali entre a comédia e a tragédia”.
