O narrador Luís Roberto, um dos principais nomes do departamento esportivo da Rede Globo, participou de uma entrevista ao videocast Fala, Galvão, apresentado pelo seu ex-colega de emissora, o apresentador Galvão Bueno. Durante o bate-papo, os dois amigos relembraram momentos marcantes de suas carreiras, sobretudo ao longo do período em que trabalharam juntos na emissora carioca.
Nesse cenário, o convidado relembrou uma grande polêmica que tomou conta de sua vida durante as transmissões da Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil. Na ocasião, ele fez um elogio aos jogadores da Seleção Francesa em meio a uma vitória contra a Suíça. Durante a narração, Luís Roberto ficou em êxtase com a habilidade dos atletas franceses, fazendo menção à importância dos imigrantes de origem africana, que sempre são presença marcante no time titular.
“É, a campeã de 98, a vice-campeã mundial de 2006, com uma nova geração. Esses negros maravilhosos que saem tabelando, tocando. Com um jogador como Karim Benzema à frente da zaga”, disse Luís Roberto, quando o placar já indicava 5 a 0 para a França contra a Suíça aos 28 minutos do segundo tempo.
Durante a entrevista, o narrador comentou sobre os questionamentos contra a sua sexualidade que começaram a surgir nas redes sociais por conta dessa fala. Segundo ele, algumas pessoas insinuaram que fosse homossexual, circunstância que o deixou surpreso devido à repercussão.
Apesar disso, Luís Roberto deixou claro que as insinuações não mexeram com o seu psicológico. Ele também acredita que, nos dias de hoje, a reação do público não seria da mesma intensidade, soando como algo normal e sem problematizações como as que foram feitas há quase uma década.
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“Hoje em dia talvez não houvesse as reações que tivemos naquela época, porque começaram a me associar como se eu fosse… duvidar da minha opção sexual. E já tínhamos ali um incipiente de rede social andando mais firme. Eu me surpreendi, mas isso não mexeu comigo”, declarou.
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Luís Roberto explicou que a expressão “esses negros maravilhosos” foi inspirada em seu pai, que era fã de futebol e ficava impressionado com o talento do time do Santos nos tempos de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Quando ia ao Estádio Municipal do Pacaembu em São Paulo, o pai sempre tecia elogios diante dos talentos dos craques santistas. “Foi do meu pai [a expressão], porque ele ia ao Pacaembu ver o Santos jogar todo de branco e dizia: ‘Esses negros maravilhosos de branco, é lindo isso!'”, explicou.
