Aos 78 anos de idade, com o pé já na fase de completar 70 no início de agosto, Ney Matogrosso foi o convidado do “Sterblitch não tem um talk show: o Talk Show” desta segunda-feira (20). O cantor conversou abertamente sobre sua trajetória e surpreendeu ao falar sobre algumas curiosidades de sua vida.
Ao ser questionado por Eduardo Sterblitch sobre a relação com a família, o cantor ressalta como era com o pai, que tinha um jeito completamente diferente do seu: “Saí de casa com 17 anos para viver minha vida, contrariando todos e o meu pai. Eu disse que não queria nada dele. Várias vezes ele me ofereceu e eu não aceitei. Não podia aceitar, era uma questão de honra. Às vezes eu tinha dinheiro, às vezes não, mas era isso. Uma vez falei: ‘Sou pobre, mas feliz para caramba’“, relembra.
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Os dois, muito diferentes um do outro, tiveram uma vida de muitos conflitos, mas no final viraram companheiros: “Chegamos a um termo muito equilibrado no final da vida dele. No início foi guerra, mas depois ficamos amigos. No fim, eu era o confidente. Assuntos da família que ele não falava, comigo ele falava“.
Considerando que a entrevista ocorreu no Dia do Amigo, Edu aproveitou para questioná-lo sobre os amigos que mantém em sua vida. Ney Matogrosso confessou que foi abandonado por muitos durante o período em que teve AIDS.
“A amizade é uma coisa que a gente deve zelar por ela. É mais do que amor, mais do que casamento, mais do que namoro. Sabe? Os amigos são uma coisa que eu prezo muito, as amizades sinceras. Eu tenho bons amigos, na década da AIDS eu perdi quase todos. A AIDS solapou, foi barra pesada. Quando ela surgiu, diziam que era doença de gay. Mas nunca na minha cabeça, um vírus pudesse escolher alguém por causa da sexualidade.”
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Ney relembra sobre o vício no cigarro e o susto que teve por conta disso: “Fumei dos 13 aos 45 e parei. Sou muito ligado no meu físico. Tive uma gripe que senti um ardor dentro do meu peito, nunca tinha sentido. Fiz uma radiografia e o médico me disse que eu tinha um enfisema nascendo no meu pulmão“. Depois de um tempo, o cantor relembra o episódio em que “fez um experimento” a fim de entender a gravidade do cigarro em seu corpo: “3 meses depois, falei: ‘vou fumar um cigarro e ver o que ele faz comigo’. Quando dei uma tragada, meu cérebro deu um mergulho na escuridão e meus dedos ficaram frios na ponta. Aí entendi que toda vez que eu fumava, aquilo acontecia“, revelou.
Distante do cigarro, ele confessa que agora toma apenas um ansiolítico: “Eu tomo porque eu também não sou de ferro. Tomo para dormir, mas ele não é pra dormir. Relaxa no centro da testa, é engraçado o efeito e aí eu durmo“, confirma.
Colaborou: Marcelo Pascoal
