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Saiba mais sobre a nova trama das 18h, ‘Meu Pedacinho de Chão’

Saiba mais sobre a nova trama das 18h, ‘Meu Pedacinho de Chão’, que estreia nesta segunda, dia 07. Era uma […]

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Wandreza Fernandes
Wandreza Fernandes
Editora chefe do Portal Área VIP e redatora há mais de 20 anos. Especialista em Famosos, TV, Reality shows e fã de Novelas.
Divulgação/ Globo

Saiba mais sobre a nova trama das 18h, ‘Meu Pedacinho de Chão’, que estreia nesta segunda, dia 07.

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Era uma vez…

Vila Santa Fé é o mundo da infância de duas crianças. Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia) são os protagonistas de ‘Meu Pedacinho de Chão, próxima novela das seis, de Benedito Ruy Barbosa, com direção de Luiz Fernando Carvalho, que repetem a parceria bem-sucedida de novelas como ‘O Rei do Gado’ e ‘Renascer’. A magia de um mundo de conto de fadas, repleto de referências a brinquedos, com árvores de várias cores e casas revestidas de latas enfeitadas, como os antigos brinquedos, é o caminho para o diretor ressaltar a atmosfera da infância que traz o texto. Escrito em 1971, quando a novela foi ao ar pela primeira vez, ‘Meu Pedacinho de Chão’ ganha agora ares atemporais, longe do realismo da primeira versão e com espaço para uma boa dose de humor. A cidade cenográfica é um dos elementos principais da narrativa, ela própria uma representação do olhar da infância emoldurada pela memória. Para garantir este tratamento, Luiz Fernando Carvalho orquestra um trabalho de equipe, desde a produção de arte artesanal do artista plástico Raimundo Rodriguez e da cenografia de Keller Veiga ao criativo figurino de Thanara Schonardie, passando pela caracterização de Rubens Liborio e por recursos de animação e computação gráfica. O universo rural foi ressignificado a partir do olhar da criança, mas com um tom de modernidade e de mãos dadas com a síntese do autor. Estarão lá os coronéis, os capangas, a professorinha, porém revitalizados pelos códigos da contemporaneidade que absorvem, com generosidade, todas essas influências. Nesse sentido, o texto de Benedito Ruy Barbosa é um clássico que pode, e deve, ser lido de várias maneiras. Na primeira versão, de maneira realista; agora, lírica. O que denota a abrangência do texto. É através da lente lúdica de Serelepe e Pituca que o Coronel Epa (Osmar Prado), latifundiário da região e pai da menina, avesso ao progresso em todas as suas formas, trava uma luta contra seu desafeto, Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi). Ele é a favor da modernidade, doou parte de suas terras para a construção de comércios, de uma capela e, agora, da primeira escolinha da cidade.

‘Meu Pedacinho de Chão’ traz atores como Antônio Fagundes, Osmar Prado, Juliana Paes e Rodrigo Lombardi e também um elenco estreante em novelas, como Cintia Dicker, Bruno Fagundes, Irandhir Santos e Johnny Massoro. Compõem o elenco ainda Bruna Linzmeyer, Flávio Bauraqui, Emiliano Queiroz, Ricardo Blat, Inês Peixoto, Paula Barbosa, Dani Ornellas e Teuda Bara, entre outros talentos.

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O início de tudo…

O vilarejo de ‘Meu Pedacinho Chão’ começou a ganhar contornos de desenvolvimento nas mãos da família Napoleão. São terras adquiridas há muitos anos pelo avô de Epaminondas Napoleão (Osmar Prado), que cultivou a enorme fazenda, a deixou para o filho e hoje está nas mãos do neto, Epaminondas. Foi justamente Epaminondas (Osmar Prado), chamado por muitos de Coronel Epa, quem iniciou a venda de pequenos lotes daquelas terras para outros sitiantes das redondezas, dentre eles Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi). Homem retrógrado que se defende do progresso, Epa acabou inimigo de Pedro Falcão. Motivo principal: Pedro doou um pedaço do seu chão, comprado de Epa, para que nele fossem construídas uma venda de seu Giácomo (Antonio Fagundes), e uma capela, que ficou aos cuidados do padre de descendência alemã, querido por todos, e chamado de Padre Santo ( Emiliano Queiroz). O Coronel Epa também nunca perdoou Pedro por tê-lo derrotado nas últimas eleições municipais, elegendo seu protegido e parceiro político, o Prefeito das Antas (Ricardo Blat).

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O valor da amizade…

Um dos caminhos escolhidos pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para reforçar a universalidade e atemporalidade dos temas essenciais tratados por Benedito Ruy Barbosa em ‘Meu Pedacinho de Chão’ foi ressaltar o lado arquetípico dos personagens. Mais forte que a representação das figuras do coronel, da professorinha ou do mocinho, é a representação de valores como a Justiça, o Amor e, especialmente, a Amizade. Tanto que a história é narrada pelo ponto de vista mágico da infância dos inseparáveis Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia). Serelepe vive na fazenda do Coronel Epa. Menino pobre, sem eira nem beira, não tem mãe, nem pai e nem história passada. Vive comendo e dormindo em qualquer canto da fazenda. A única coisa dele de fato, genuinamente dele, é a amizade de sua querida Pituquinha. A linda cumplicidade dos dois vive sendo ameaçada pelo Coronel Epa, pai de Pituca, que não gosta nada da relação da filha com o menino. Serelepe, muito esperto, desenvolveu um grande talento para se livrar de enrascadas e faz de tudo para se manter próximo de Pituca. Ambos representam a Amizade, a Infância, o Sonho e a Liberdade.

O núcleo do Coronel Epa

O Coronel Epaminondas (Osmar Prado) é viúvo de dona Sofia, falecida há alguns anos e com quem teve seu filho Ferdinando (Johnny Massaro), que, muito jovem, saiu de casa para estudar fora. Casado pela segunda vez com a afogueada Madame Catarina (Juliana Paes), Epa tem com ela a graciosa Pituca ou Pituquinha (Geytsa Garcia), como muitos a chamam. Ferdinando, já homem feito, volta para casa depois de ter concluído a faculdade de Agronomia. Só que o pai está aguardando seu único filho como um brilhante advogado, justamente para fazer frente, como político, ao senhor Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), ao atual Prefeito (Ricardo Blat) e a todos os seus aliados. Madame Catarina (Juliana Paes), esposa de Epa e madrasta querida de Ferdinando, é a única pessoa que sabe que o rapaz vai voltar engenheiro agrônomo e não advogado, para a maior decepção da vida do pai. Na fazenda de Epaminondas vivem também, entre outros agregados, a Mãe Benta (Teuda Bara), parteira e benzedeira respeitada por todos, e seu filho Zelão (Irandhir Santos), além de Rodapé (Flávio Bauraqui). Também trabalham na Casa Grande, como é chamada a residência de Epa, Amânica (Dani Ornellas) e Rosinha (Letícia Almeida).

A escola de Santa Fé – Ensinando muito além do beabá

Por doação de Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), foi construída a primeira escola de Vila Santa Fé. Uma escola muito simples, mas que será tudo para aquela gente. No mesmo dia em que Ferdinando (Johnny Massaro) retorna ao vilarejo, chega também a encantadora e dedicada Juliana (Bruna Linzmeyer), professora contratada por Prefeito das Antas (Ricardo Blat) como a primeira mestra da escola da Vila. E, como não tem onde ficar porque ainda não chegaram os móveis de seu quarto, Juliana é conduzida à casa de Pedro Falcão, onde irá viver por alguns dias. Lá, é recebida com honras de princesa por dona Teresa (Inês Peixoto), esposa de Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), e Gina (Paula Barbosa), filha única do casal. Por trás da aparência selvagem e arisca de Gina, esconde-se uma moça muito bonita e cheia de grandes sentimentos. Ela será muito amiga de Juliana. A construção da escola e a chegada da professora Juliana elevam ao máximo o ódio que Epaminondas sente por Pedro Falcão. E ele ordena que Zelão (Irandhir Santos), seu capataz, ponha fogo na escola antes que ela seja inaugurada. Rústico, leal e acostumado a cumprir as ordens do Coronel Epa, Zelão segue sua missão. Mas, impressionado com a beleza, singeleza e meiguice da moça, Zelão desiste e a manda de volta para casa. Ele, que é considerado um bruto, temido por fiscalizar o trabalho de todos na fazenda e por executar todos os mandos de Epaminondas, começa a mostrar sua verdadeira essência, a partir de sua paixão por Juliana. Nela, ele reconhece a representação mais pura do amor e, tocado por esse sentimento, vai revelando-se mau apenas na aparência. Por dentro, trata-se de uma bela criatura. Zelão é, na verdade, o arquétipo do herói trágico.

As cartas de Zelão e seus rivais

Analfabeto, para confessar o seu amor para a professora Juliana (Bruna Linzmeyer), Zelão (Irandhir Santos) dita para Rodapé (Flávio Bauraqui), que se diz doutor em letras, cartas que são verdadeiros poemas. Acontece que Rodapé, por não saber escrever nem o seu nome, enche o papel de rabiscos e figuras de todos os estilos. Como Zelão nunca recebe resposta da professora, cria coragem, vai à escola e pergunta se ela leu as suas cartas. Pelos desenhos e garranchos, Juliana se dá conta de que ele é completamente analfabeto. E Zelão, morto de vergonha, sai dali disposto a matar Rodapé, que foge dele como pode. Mas não é só Zelão que se rende aos encantos de Juliana. Doutor Renato (Bruno Fagundes), médico recém-chegado à Vila e muito amigo de Ferdinando (Johnny Massaro), também é arrebatado pela professora. Renato chegou ao vilarejo por exigência de seu pai, médico famoso na capital que, reconhecendo o valor da profissão e a carência de profissionais da área no interior, sabe o que representa para a formação do filho que ele aprenda a cuidar dos mais necessitados antes de ter um grande consultório na capital. Ele, que, a princípio, se instalaria por lá temporariamente, resolve ficar mais tempo. Seu amigo Ferdinando também se apaixona pela professora e os dois vão disputar esse sentimento.

Giácomo, um boa gente

Descendente de italianos, Giácomo (Antônio Fagundes) é amigo de todo o vilarejo. E, tão histriônico quanto seu jeito de ser, é o seu imenso coração. Com muito sacrifício, construiu a venda agregada à sua moradia, onde, viúvo, vive com a filha Milita (Cintia Dicker), sua maior riqueza. É muito amigo de Pedro Falcão, de quem ganhou a terra para construir sua venda. Giácomo é o arquétipo do cicerone e do clown. Ele esbanja simpatia, mas também sabe ser duro quando precisa, especialmente quando se trata do romance de Milita (Cintia Dicker) com Viramundo (Gabriel Sater), um violeiro de muito talento mas, aparentemente, sem futuro. Isso porque Giácomo sonha que a filha faça um bom casamento e vê no Doutor Renato (Bruno Fagundes) um bom partido para Milita, moça muito bonita e que cuida da casa e do pai como ninguém. O que Giácomo não sabe é que Viramundo tem uma origem que, certamente, vai surpreender o comerciante.

A magia na tela da TV – Verdade x Mentira

Para unificar todos os elementos cenográficos dentro do universo da fábula atemporal, o diretor Luiz Fernando Carvalho orientou todas as equipes da novela a criarem uma unidade com elementos não orgânicos, ou seja, as casas seriam de lata, a vegetação seria de plástico, as roupas seriam costuradas com diversos materiais, como plástico e borracha, fugindo assim de panos e materiais mais naturalistas.  A utilização desses materiais inusitados e suas cores compõem essa fábula atemporal. A flor de plástico, por não ser orgânica, vai contracenar de uma forma mais verdadeira com o traje de borracha de Zelão, por exemplo. E assim por diante, até que todo o microcosmo da cidade pertença a esse vocabulário de inovação de um mundo onde os materiais de “mentira”, quando entram em contato com o talento dos intérpretes, são alçados à condição de verdade.

Produção de arte e cenografia

A parceria profissional entre o diretor Luiz Fernando Carvalho e o artista plástico Raimundo Rodriguez soma mais de uma década e revela a fluidez e afinidade com que trabalham em ‘Meu Pedacinho de Chão’. Raimundo empresta sua arte para a estética lúdica e poética criada por Luiz Fernando Carvalho para a novela. Uma cidade inteira nos moldes de um imenso brinquedo de lata, cavalos coloridos e articulados que se movem, engrenagens que tornam autômatos objetos inanimados, um carrossel de esculturas de vacas denominado “curral-céu”, são algumas das contribuições de Raimundo para a construção deste universo mágico visto pelo olhar da criança. Tendo como inspiração brinquedos antigos, o artista utilizou, para revestir todos os prédios da cidade cenográfica, latões de tinta reciclados que, abertos, desamassados e pregados uns nos outros, fazem desta uma cidade de lata. A reutilização de objetos é uma das características do trabalho de Raimundo Rodriguez: “Como matéria-prima, me interessa tudo o que sobra. A reutilização de objetos nos meus trabalhos tem o objetivo de ressignificar o mundo, dar novos sentidos e representações para as coisas”, reflete o artista. Incansável, Raimundo lidera uma equipe diversificada e acompanha cada detalhe da confecção dos objetos cênicos que são, em sua maioria, artesanais. Seu ateliê polivalente, com viradeiras, prensas e tornos, é também uma oficina de brinquedos e fantasia. A arte a serviço da dramaturgia. Além das peças criadas por Raimundo, a produção de arte conta também com objetos diversificados, como lustres, máquinas registradoras e caixa de ferramentas antigas. Apesar de serem peças utilitárias, que existem de fato, elas representam a magia e a atemporalidade da fábula. Para isto, o produtor de arte Marco Cortez e sua equipe pesquisaram objetos, em sua maioria réplicas ou originais de antiquários, do final do século XIX e início do século XX, que tivessem estética exuberante e que, com algumas intervenções de cores e outros elementos, adquirissem o tom lúdico e atemporal conceituado pelo diretor. Os objetos também ajudam a representar o universo de cada personagem. “Na casa de Epa, que é um homem que ostenta dinheiro e poder, os objetos são mais luxuosos, opulentos. Há muita porcelana, quadros, obras de arte e peças de cama, mesa e banho feitos com materiais nobres como seda e rendas elaboradas, mas também por cortinas de plástico adquiridas no Saara. Há também um acúmulo muito grande de papeis, escrituras, livros caixa, que representam a necessidade de controle e a avareza do personagem”, revela Cortez. Em harmonia com a produção de arte, a cidade cenográfica de ‘Meu Pedacinho de Chão’ é um dos elementos principais da narrativa da novela. Para Keller Veiga, a “Vila Santa Fé é um lugar que contém todos os lugares da imaginação de Serelepe. A cidade é um brinquedo com outros brinquedos dentro”, reflete o cenógrafo, alinhado com a definição de Luiz Fernando Carvalho. O diretor considera a cidade um microcosmo que pode ser simbolizado como um jogo de armar peças que uma criança recolhe e compõe em seu quarto para estruturar uma cidade de brinquedo. A cenografia não tem nenhum compromisso com a realidade, proporções ou estilo arquitetônico definido. Os prédios, 28 ao todo, numa área de 7 mil metros quadrados, são todos revestidos por latas, remetendo ao material utilizado por antigos brinquedos do século XIX. Todos esses edifícios possuem interior funcional que serve como set de filmagem. Há apenas dois cenários em estúdio: as casas de Coronel Epa e de Pedro Falcão, que terão dois pavimentos. Luiz Fernando Carvalho criou um modelo de produção que privilegia os processos criativos dos departamentos. “Trata- se de uma grande novidade o fato de a história da novela ser contada com apenas 20 personagens e, com isso, ter a possibilidade de montar no estúdio apenas os cenários de Epa e Pedro Falcão, sem a necessidade de desmontagem”, comenta o diretor. Além disso, ao contrário do usual, esses dois cenários são fixos e o switcher (mesa de corte do diretor) fica dentro do próprio estúdio. Cada metro quadrado da cidade cenográfica é explorado e um detalhe pode virar o plano principal da gravação. Por isso, existe um cuidado redobrado com o acabamento, de modo que ela possa ser filmada por todos os lados e até mesmo por cima. Os prédios não têm compromisso com nenhuma arquitetura. Keller usa elementos espanhóis, mouros, como o porão do Coronel Epa. Faz uso também de referências de casas russas, siberianas, coloniais brasileiras, sem privilegiar nenhum estilo arquitetônico. As construções apenas remetem ao universo infantil. Vila Santa Fé é colorida, solar e alegre. O projeto paisagístico é quase integralmente sintético. Há horta com legumes enormes e jardins de flores artificiais (mais de 120 mil flores coladas manualmente uma a uma). As árvores foram coloridas com mantas de crochê, uma alternativa para não agredi-las e, ao mesmo tempo, ajudar a representar o universo de contos de fadas. Emoldurando toda a cidade, estão enormes painéis criados por Clécio Regis, que, somados linearmente, chegam a 3.200 metros. As grandes telas de lona crua foram pintadas durante 45 dias por Clécio e sua equipe predominantemente com as cores laranja, azul e amarela. Bebendo de Renoir e Van Gogh, as paisagens sofrerão influências das estações do ano, começando pela primavera.

Figurino e Caracterização

Alinhado à estética que remete a um conto de fadas atemporal, o figurino assinado por Thanara Schonardie caracteriza os personagens de forma lúdica, como se fossem ilustrações de um mundo mágico. Como ponto de partida para essa atemporalidade, a figurinista buscou como referência o período entre o final do século XVIII e século XIX. Mesclando materiais e peças originais dessa época, como renda e cartolas – garimpados em brechós e feiras de antiguidades em Londres –, com tecidos tecnológicos e até mesmo materiais como vinil, borracha e plástico, Thanara fez uma releitura moderna. E usou de tudo: bolinhas de ping-pong, toalhas de mesa de plástico, cortinas de banheiro. Tudo costurado, um a um, peça por peça, num belo trabalho artesanal. Dentro dessa gama de materiais, cada personagem é caraterizado de acordo com sua personalidade, mas dentro de uma unidade. “Juliana Paes, por exemplo, que interpreta Madame Catarina, segundo a visão do diretor Luiz Fernando Carvalho, contém várias mulheres numa só. Ela carrega consigo a força e a intensidade do feminino. Por este motivo, ela se veste cada dia de um jeito diferente, como se fosse uma Maria Antonieta. Para a atriz, usamos uma quantidade menor de elementos de plástico e caprichamos mais nas rendas. Ela usará bustle, com várias camadas em degradê, representando essa personalidade múltipla. Já o personagem de Irandhir Santos, o Zelão – que é um homem mais bruto, próximo do universo do desenho animado e das histórias em quadrinho -, será quase integralmente de plástico e com cores primárias”, revela Thanara. A caracterização dos personagens, liderada por Rubens Liborio, também é inspirada no contemporâneo e no visual de época, que, juntos, remetem ao mundo encantado. O visual de Madame Catarina, interpretada por Juliana Paes, por exemplo, será mais exuberante, com bastante maquiagem e unhas pintadas. Seu marido, Coronel Epa (Osmar Prado), tem um visual mais austero, com costeletas e bigode estilo Dom Pedro. Ele usará também uma peruca que avoluma a lateral do cabelo. Já Antonio Fagundes, que interpreta Giácomo, tem um visual inspirado nos atores cômicos italianos dos anos 60. Seu cabelo foi cortado e tingido de preto e ele usará também um bigode. A atriz Bruna Linzmeyer, que interpreta a professora Juliana e é o arquétipo do Amor, terá um visual mais romântico, com pouca maquiagem. A grande modificação da atriz foram os cabelos, que tiveram que ser tingidos de rosa, para dar o ar de boneca à personagem. Já a modelo e atriz Cintia Dicker, que interpreta Milita, filha de Giácomo, é uma Lolita, uma camponesa, com visual mais natural, minimalista. Para a caracterização da personagem, foi utilizada a técnica de tintura ombré, que tinge apenas as pontas do cabelo. O ator Johnny Massaro, que vive Ferdinando, passou por um trabalho de caraterização maior. “Ele usará lentes de contato azul e dreads em tom aloirado para compor o personagem, que é um homem mais moderno, que estudou fora”, completa Rubens.

Produção Musical

Dando continuidade ao processo criativo e original, chega-se, enfim, à música. Luiz Fernando Carvalho buscou na música instrumental toda a magia do encantamento de uma fábula e convidou o maestro Tim Rescala que, ao seu lado, concebeu a trilha sonora rica em lirismo, comicidade e até tragédia. “A trilha sonora funciona também como uma ferramenta narrativa na novela”, corrobora Tim. Ele, que também é compositor e arranjador, assina a música original e a produção musical de “Meu Pedacinho de Chão”, composta por 28 músicas sinfônicas inéditas, de autoria de Tim, gravadas pela Orquestra Sinfônica Heliópolis e pelo Coral da Gente. Além das composições inéditas, Tim Rescala criou novos arranjos para canções populares como “Chuá Chuá”, que será cantada, em cena, por todo o elenco. Alguns atores, além de cantar, tocarão instrumentos musicais. Inês Peixoto tocará acordeom, Wladimir Pinheiro, piano, e Gabriel Sater, filho do violeiro Almir Sater, tocará viola. O diretor Luiz Fernando Carvalho vai recorrer novamente à mistura de gêneros e à apresentação de bandas pouco conhecidas no Brasil. Ele selecionou com Tim mais de 10 músicas da banda americana DeVotchka, que serão utilizadas também como base instrumental. A banda mistura vários gêneros musicais como indie e folk e ganhou maior visibilidade em 2006 ao participar da trilha do filme “A Pequena Miss Sunshine“.

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