
A recente mudança de Luiz Fux da Primeira para a Segunda Turma do STF promete movimentar os bastidores da Corte. O ministro, que foi voto isolado pela absolvição de Jair Bolsonaro no julgamento da trama golpista, agora divide o colegiado com André Mendonça e Kassio Nunes Marques, ambos indicados pelo ex-presidente. Além disso, reencontra seu maior desafeto, Gilmar Mendes, com quem mantém uma relação marcada por atritos públicos e trocas de farpas.
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À coluna da Malu Gaspar para ‘O Globo’, Fux declarou: “agora ele pode falar dos votos proferidos lá sem cometer infrações previstas na Lei Orgânica da Magistratura, como fez anteriormente”. A frase, vista como provocação direta a Gilmar, acirrou ainda mais o clima entre os dois ministros.
Desavenças escancaradas nos bastidores do Supremo
A rivalidade entre Fux e Gilmar se intensificou desde a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. Em setembro, Gilmar criticou duramente o voto de 12 horas do colega, chamando-o de “prenhe de incoerências”. Pouco tempo depois, os dois protagonizaram uma discussão acalorada na sala de lanches do STF, após Fux suspender o julgamento de um recurso de Sergio Moro. Testemunhas afirmam que Gilmar o chamou de “figura lamentável” e disse que ele “precisa de terapia” para superar a Lava-Jato.
Fux rebateu afirmando que Gilmar não poderia comentar votos alheios, por ser vedado pela Lei Orgânica da Magistratura (Loman). O episódio deixou o clima ainda mais pesado no tribunal.
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Rivalidade pode marcar novos julgamentos da Lava-Jato
Nos bastidores, Fux tem dito que “quem precisa de terapia é ele”, em referência a Gilmar. Agora na Segunda Turma, o ministro poderá assumir a relatoria de processos da Lava-Jato, o que tende a gerar novos confrontos. Gilmar, por sua vez, afirma não temer a presença do colega e garante que não deixará o colegiado.
Com a animosidade crescente, tudo indica que a disputa entre Fux e Gilmar Mendes ainda vai ecoar por muito tempo nas decisões do Supremo.






