Mulheres Apaixonadas é o grande sucesso do momento e já está superando as marcas de O Clone. A novela de Manoel Carlos tem muitos méritos e conquistou o telespectador ao apostar nos mais tradicionais elementos da teledramaturgia: amores impossíveis, triângulos amorosos, vilões, mocinhos, mocinhas, mulheres/homens bonitos e elenco de primeira. Mas o forte na história de “Maneco” (apelido do autor dado por amigos) são as campanhas e as polêmicas que estão sendo levantadas. Ao discutir os problemas da terceira idade, a novela conseguiu levar o telespectador a refletir sobre suas próprias ações. Ao mostrar uma mulher que procura ajuda para controlar o ciúme, a trama colocou muita gente na parede ao pensar em seus relacionamentos. Há também toda a discussão sobre o alcoolismo feminino, um problema escondido pelas famílias que vivem uma situação parecida. Além dessas 3 “campanhas”, Manoel Carlos levantou o questionamento sobre o lesbianismo, sobre o desgaste da rotina num casamento e os sonhos de uma adolescente que ainda não achou o momento certo para a sua iniciação sexual. Tudo isso tem prendido o telespectador. Mas a grande arma de “Mulheres Apaixonadas” é o elenco.

Vera Holtz está perfeita e mergulhou no personagem; Giulia Gan é outro bom exemplo de trabalho de primeira e é impossível desgrudar da tela quando a atriz está interpretando. E não há nada melhor do que ver os veteranos Carmem Silva e Osvaldo Louzada diariamente na novela, a prova maior de que o telespectador quer qualidade, bons atores e não galãs do momento. Mesmo porque o tempo passa e todos envelhecerão. E quando esta hora chegar o que vale é o trabalho, o talento, a experiência e não uma fotografia bonita e um corpo perfeito.

Por: José Armando Vanucci

Os programas de auditório exibidos nos finais de semana estão passando por verdadeiras reformas. São ações que visam melhorar o desempenho da audiência e principalmente tirar a imagem de exploradores da baixaria, sensualidade e apelação barata. Esses programas de auditório lideram a lista da campanha “Quem financia a baixaria”, que luta por uma melhor qualidade na televisão brasileira. E será que é possível aliar entretenimento com qualidade? Claro que é. Vamos a alguns exemplos dos dois principais programas dessa guerra pela audiência. O Domingo Legal, comandado por Gugu Liberato, vem apostando, além dos musicais, em jornalismo, em reportagens de denúncia e prestação de serviço. O telespectador ganha ao ter acesso a informação e ainda pode acompanhar a apresentação de artistas, cantores e grupos musicais. E, cá entre nós, quadros como o Telegrama Legal (com mulheres quase nuas) e Banheira do Gugu não estão fazendo falta, afinal não acrescentavam em nada e só mexiam com os instintos humanos.

 Já o Domingão do Faustão deu uma bela virada em sua produção. Com elementos do Vídeo Show, é muito mais agradável assistir a quadros como Arquivo Confidencial e Aguenta Coração. Além disso, Faustão está mais solto na apresentação do programa, prendendo o telespectador. Quem ganha nessa guerra e com estas transformações? Faustão ou Gugu? O grande vencedor é o telespectador, que passa a ter uma melhor qualidade nos dois principais programas de auditório de nossa televisão. Esse é o lado positivo da guerra pela audiência tão massacrada pelos críticos, estudiosos e público. Se todas estas mudanças irão durar … bem… essa é uma outra discussão e só o tempo poderá dizer.

Por: José Armando Vanucci