Depois de receber alta médica, Jair Bolsonaro não perdeu tempo. O presidente organizou uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (05) e fez questão de atacar Ivete Sangalo, que recentemente puxou um coro contra ele em um de seus shows.
Na coletiva, Bolsonaro citou mudanças na Lei Rouanet e citou a cantora baiana e o ator veterano José de Abreu. “Estamos mexendo na Lei Rouanet. Nós queremos a Lei Rouanet para atender aquele artista que está começando a carreira e não para figurões ou figuronas como a querida Ivete Sangalo”, iniciou.
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Ele continuou implicando com Sangalo e o ator. “Ela está chateada, o José de Abreu está chateado, porque acabou aquela ‘teta’ deles gorda de pegar até R$ 10 milhões por ano da Lei Rouanet e defender o presidente de plantão. Eu não quero que me defenda, eu quero que fale a verdade a meu respeito”, completou o presidente.
Porém, parece que o presidente exagerou em seus comentário. Segundo o colunista Lucas Marchesine, do jornal Metrópoles, Ivete Sangalo não tem projetos aprovados na Lei Rouanet. Desde a campanha de 2018, o presidente associa, sem provas, a oposição que recebe da classe artística a uma suposta dependência dos recursos de incentivo para o setor cultural.
Porém, os dados abertos de projetos inscritos em leis de incentivo à cultura não registram nenhum projeto da cantora ou de empresas de que é sócia. Só dois projetos têm o nome da cantora no título.
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Um deles é de 2016 e chegou a ser autorizado a captar até R$ 1,3 milhão, mas não conseguiu nenhum recurso. Tratava-se de um show da cantora com a Orquestra Juvenil da Bahia. O outro foi em 2017 e buscava desenvolver um roteiro sobre uma história ficcional que levava Ivete Sangalo em uma viagem no tempo, mas não foi aprovado.
Em fevereiro de 2019, início do governo Bolsonaro, a produtora Madeirada Produções captou R$ 813 mil pela Rouanet para fazer seis shows da cantora.
